É ERRADO SER RICO?

Jesus frequentemente advertia contra os perigos das riquezas, até instruindo um homem rico que ele precisava vender todas as suas posses e dar aos pobres para que fosse um seguidor de Cristo (Marcos 10:17-22). Alguns têm usado tal ensinamento como uma base para dizer que é errado ter posses materiais. Mas a Bíblia não ensina que a posse de coisas, mesmo muitas coisas, seja errada em si mesma. O que a Bíblia diz sobre riquezas materiais?
É perigoso ser rico.
Jesus percebeu justamente que o jovem rico estava colocando sua confiança numa coisa errada. Suas posses impediam seu progresso espiritual. A solução: livrar-se das coisas e servir a Deus.



As riquezas são facilmente transformadas em ídolos.
Para muitas pessoas, a aquisição de bens materiais se torna a força motora da vida.

UM CAMELO PODE PASSAR PELO FUNDO DE UMA AGULHA?

Jesus disse: “E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mateus 19:24).
Este comentário apresenta desafios de, pelo menos, quatro tipos: 

1) A tentação de aceitar explicações convenientes inventadas por homens.
Durante muito tempo, tem se circulado algumas explicações para tornar possível o que Jesus disse. Alguns têm dito que a palavra certa não seria camelo e sim, cabo. Outra explicação mais difundida é que o fundo da agulha se refere a um portão baixo que supostamente existia em Jerusalém, pelo qual os camelos passavam de joelhos. Mas as evidências para estas explicações são muito fracas. Não devemos nos perder com explicações forçadas e inventadas. 


2) O problema com interpretações literais de linguagem figurada.
Muitas coisas na Bíblia são literais, e normalmente aceitamos as palavras exatamente como foram dadas. Mas, Deus também usa linguagem figurada, e corremos o risco de errar em não compreendê-la. Jesus criticou seus discípulos por não compreenderem linguagem figurada (Mateus 16:6-12). Muitas pessoas erram por não reconhecer o sentido figurado de referências a 144.000 selados (Apocalipse 7:4; 14:3). Erramos, também, quando não reconhecemos o uso de hipérbole, linguagem intencionalmente exagerada para enfatizar um ponto. Não podemos tratar hipérbole como linguagem literal sem cair em contradição. Por exemplo, as avaliações de Ezequias (2 Reis 18:5) e Josias (2 Reis 23:25) seriam contraditórias se a linguagem fosse literal. E a promessa a Abraão sobre descendentes tão numerosos como as estrelas e a areia do mar (Gênesis 22:17) não pode ser tratada como uma afirmação literal. O comentário de Jesus sobre o camelo e a agulha é mais  um exemplo de exagero proposital. 

3) O perigo de interpretar um versículo de uma maneira que contradiga outros ensinamentos bíblicos.
Outros trechos esclarecem o sentido. A dificuldade das riquezas vem nas prioridades (Mateus 6:19-21,24; Colossenses 3:1-5) e na confiança (Mateus 6:25-33; 1 Timóteo 6:17-19), não apenas na questão de possuí-las.