A palavra do sábio

“A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a estultícia” (Provérbios 15.2).
 
O
piloto chamou a comissária e disse: “Estamos com problemas técnicos. A situação é gravíssima. Comunique aos passageiros a notícia, mas faça-o de maneira sutil.” A aeromoça pegou o microfone e disse: “Por favor, senhores passageiros, ajustem os cintos para os cadáveres não se espalharem.”

Você está rindo? A história não é real. Foi inventada por alguém. Mas ilustra o que Salomão diz com relação aos perigos do exagero. Qualquer notícia, história ou fato pode ser apresentado de duas maneiras. “O sábio”, diz Salomão, “adorna o conhecimento”, dá vida ao fato, mas não muda a veracidade do acontecimento. “O insensato”, ele acrescenta, “fala estultícias.” Os sinônimos de estultícia são: tolice, exagero, grosseria.

Servir para vencer

“Também escolheu a Davi, seu servo, e o tomou dos redis das ovelhas” (Salmos 78.70).

D
avi foi rei, profeta, poeta e guerreiro. No entanto, quando Asafe escreve este salmo histórico, usa o título de “servo de Deus” para referir-se a Davi. “Escolheu a Davi, seu servo”, narra o salmista.
Qual era a atividade de Davi quando Deus o chamou para ser ungido rei de Israel? Cuidava das ovelhas. Não era apenas um jovem inexperiente, era também um servo. Nada mais. Não títulos. Não tamanho. Não aparência. Não currículo. Apenas servo. Tão insignificante que, quando o profeta pediu a Jessé que trouxesse os seus filhos, este fez desfilar a todos, menos a Davi, por considerá-lo fora de cogitação. Todos teriam alguma chance de ser o novo rei, menos Davi. Para que perder tempo com ele? E, no entanto, você conhece o fim da história. Davi chegou a ser um dos maiores e melhores reis de Israel.

O Senhor ama os justos

“O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos”
(Salmos 146.8).

N
o verso de hoje, encontramos três ações: abrir, levantar e amar. Aqui está a receita para sair do fundo do poço. As três ações são realizadas pelo Senhor. Só depois que Deus age, o ser humano está em condições de andar.
O verso apresenta uma pessoa abatida, triste e desanimada. O abatimento é o extremo do cansaço. A pessoa abatida não tem mais vontade de lutar.

Na opinião do salmista, o Senhor é especialista em levantar pessoas que se encontram nessa situação.

Cuidado com quem andas

“Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os pés” (Provérbios 1.15).

A
notícia me surpreendeu. Conhecia bem aquela pessoa, e sabia que ela não seria capaz de fazer aquilo de que estava sendo acusada. E assim foi. O tempo provou a sua inocência. Meses depois me encontrei com ela acidentalmente e, chorando, ela me disse: “Deus fez justiça comigo. Mas, com tudo isto, aprendi uma grande lição: Nunca deveria ter andado com as pessoas que realmente cometeram aquele delito.”

O conselho divino de hoje é justamente este: “Não te ponhas a caminho com eles.” Quem são eles? O sábio Salomão os chama de pecadores, e adverte: “Se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas ... porque os seus pés correm para o mal e se apressam a derramar sangue.” Versos 10, 11 e 16.

A aliança de Deus

“Se os teus filhos guardarem a minha aliança e o testemunho que eu lhes ensinar, também os seus filhos se assentarão para sempre no teu trono” (Salmos 132.12).

U
ma aliança é um contrato entre duas partes. Há obrigações e privilégios. O não cumprimento de uma das partes libera a outra de qualquer compromisso.
No verso de hoje, Deus atribui a si a possessão da aliança. “Minha aliança”, diz. Na Bíblia, encontramos inúmeras alianças entre Deus e o seu povo. São promessas condicionais. Deus promete algo e estipula a condição. O descumprimento por parte da criatura desobriga Deus de sua promessa.

Tesouros da impiedade

“Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte” (Provérbios 10.2).

V
ale a pena ser honesto? No dia em que escrevo esta meditação o Brasil ficou estarrecido com a notícia de um juiz de futebol que recebera dinheiro para “entregar” algumas partidas. A cena que a TV mostrou foi dramática. Olhos lacrimejantes, pesar e vergonha. Mais dramática ainda foi a declaração que ele fez: “Não compensou ter trazido tristeza e vergonha para minha família, por causa do dinheiro.”

Um comentarista disse algo que reflete a cultura de nossos dias: “A tragédia dele foi ser descoberto. Se não o fosse, claro que teria compensado. Dinheiro nunca faz mal.”

Duas mulheres

“As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável” (Provérbios 9.17).

A
mente do homem que não anda nos caminhos de Deus trabalha de um modo estranho. Busca prazer e encontra dor, corre atrás da alegria e só acha tristeza. Ele pensa que as coisas são agradáveis unicamente quando trazem o sabor do proibido. As águas, para serem doces, precisam ser roubadas; e o pão, para ser agradável, deve ser comido às ocultas.

O proibido, no entanto, é como o cavalo de Tróia: deslumbrante, massageia o ego, inflama as paixões humanas. Só que, ocultas dentro dele, estão a vergonha, a miséria e a morte. 

Guardadas no coração

“Guardo no coração as Tuas palavras, para não pecar contra Ti” (Salmos 119.11).

I
magine-se num dia de muito calor e poeira, sem condições de tomar um banho refrescante. Imagine o seu corpo suado. Pode você sentar-se à mesa e comer com alegria? Pode deitar-se para dormir confortavelmente? Pode aproximar-se da namorada e dar-lhe um beijo?

Talvez consiga, mas você tem a sensação de que algo está errado, algo está faltando ou sobrando. Você sabe que enquanto não tomar um bom banho nada estará bem. Aquela sensação de sujeira o perturbará o tempo todo. Não pode afirmar que se sente feliz.

Mulher apaixonada

“A loucura é mulher apaixonada, é ignorante e não sabe coisa alguma” (Provérbios 9.13).

O
verso afirma que a loucura é “mulher apaixonada”. A palavra hebraica dá a entender que ela é sedutora, voluptuosa, glamorosa e atrativa. Tem a facilidade de conquistar e cativar muita gente. Mas, por trás de todo aquele aspecto maravilhoso, esconde-se um ser ignorante.

Ignorante não é aquele que não sabe. O “não saber” é o início da sabedoria. Como poderia o homem ter inventado ou descoberto tanta coisa, se no início não tivesse ignorado informações que o levaram a pesquisar? Ignorante é aquele que crê que sabe, quando na realidade não sabe “coisa alguma”, diz o texto.

Como o monte Sião

“Os que confiam no Senhor são como o Monte Sião, que não se abala, firme para sempre”
(Salmos 125.1).

M
ontes são símbolos de permanência. Se você vê hoje uma árvore e retornar ao mesmo lugar depois de cem anos, é pouco provável que aquela árvore esteja ainda lá. Mas se você contemplar o monte Everest e retornar depois de mil anos, ele estará no mesmo lugar.

O salmista tenta levar você a confiar em alguém e não em algo. Coisas são necessárias, mas elas são passageiras. Dinheiro, emprego, saúde, juventude, casa, carro, até família – tudo pode passar, falhar e frustrar.
Mas Deus nunca falha.

Mais sabedoria

“Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio ainda; ensina ao justo, e ele crescerá em prudência” (Provérbios 9.9).

E
xiste diferença entre um homem instruído e um homem sábio.
A escola dá instrução e oferece conhecimento. Só Jesus dá sabedoria, e a dá de graça.
Salomão define sabedoria como prudência. Ser sábio é ser prudente. Se você procurar no dicionário a melhor definição de prudência, verá que uma delas é o equilíbrio. Portanto, sabedoria significa equilíbrio. E equilíbrio você não aprende na universidade, não é fruto do estudo, nem é resultado de anos de investigação e pesquisa. Equilíbrio é um presente que Jesus dá àqueles que vivem uma vida de comunhão diária com Ele.

Juízos verdadeiros

“O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente, justos” (Salmos 19.9).

A
moça que cortava o meu cabelo pareceu reconhecer-me. Timidamente perguntou: “Você tem um programa na televisão?” Quando confirmei, ela me contou que um domingo me ouviu falar sobre os justos juízos de Deus. No dia seguinte ela tinha uma audiência judicial pela guarda de sua filha. Tudo fazia crer que ela perderia. Estava sem emprego, vivendo em circunstâncias precárias e comprometedoras, enquanto o marido, com muito dinheiro, era amigo de pessoas de muita influência. Mas ela orou. Pediu ao Senhor que mudasse sua vida, acreditou na mensagem, aceitou para si que “os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente justos”, e o veredicto do juiz foi a seu favor.