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O LIVRO DOS REIS

Estes dois livros eram originalmente um único livro ou rolo em hebraico. A divisão em dois volumes no texto hebraico apareceu primeiro nos manuscritos de meados do século XV. Porém, uma vez que os textos gregos exigiam duas vezes mais espaços que os hebraicos (no qual as vogais só foram introduzidas depois de 600 d.C.), a tradução do livro de reis ao grego para a LXX havia precipitado, séculos antes, uma divisão pela qual passou-se a utilizar dois rolos ao invés de um. Os livros de Samuel e Reis, nas Bíblias em grego e latim, são considerados uma história contínua em quatro volumes. Em alguns textos gregos, porém, o final do reinado de Davi (1 Reis 2.11) ou o início do reinado de Salomão (1 Reis 2.46) marcam a divisão entre os livros de Samuel e Reis.

TEMAS
O rei
A sabedoria, o poder e as realizações de Salomão trouxeram honra a nação israelita e a
Deus. Todos os reis de Israel e de Judá foram orientados a obedecer ao Senhor e a governar de acordo com suas leis. Mas sua tendência de abandonar as ordenanças de Deus e de adorar outros deuses levou-os a mudar a religião e o governo para atender a seus desejos pessoais.

O templo
O templo construído por Salomão era um lindo lugar de adoração e oração. Este santuário era o centro da religião judaica. Era o local da presença especial de Deus e abrigava a arca da aliança.

Outros deuses
Embora os israelitas tivessem a lei de Deus e experimentassem sua presença com eles, foram atraídos para outros deuses. Quando isso aconteceu, o coração deles se tornou frio para com a lei do Senhor, o que resultou na ruína de famílias e do governo, e no final levou à destruição da nação.

A mensagem do profeta
A responsabilidade do profeta era confrontar e corrigir qualquer divergência em relação à lei de Deus. Elias foi rígido com Israel. Suas mensagens e milagres foram uma advertência contra os reis e o povo, que eram maus e rebeldes.

Eliseu
O objetivo do ministério de Eliseu foi restaurar o respeito a Deus e à sua mensagem, e ele permaneceu firme contra os maus reis de Israel. Pela fé, com coragem e oração, revelou não só o julgamento de Deus contra o pecado, mas também sua misericórdia, amor e ternura em relação ao povo fiel.

Idolatria
Cada rei mau em Israel e Judá incitou o povo à idolatria. Os falsos deuses representavam guerra, crueldade, poder e sexo. Apesar de terem a lei de Deus, os sacerdotes e os profetas para guiá-los, estes reis designaram seus próprios sacerdotes e profetas, que poderiam ser manipulados visando a seu próprio proveito.

AUTOR
A habilidade literária e a perspectiva profética, refletida por todos estes livros, favorecem grandemente a autoria de Jeremias, com o capítulo final provavelmente acrescentado por um morador da Babilônia após a libertação de Joaquim em 562 a.C.

O REINO UNIFICADO

Nos séculos XI e X a.C. Israel estabeleceu e manteve a mais poderosa monarquia de toda a história. Nem antes nem depois, aquela nação teve fronteiras tão amplas e mereceu tanto respeito internacional. Essa expansão foi possível, em grande medida, porque nenhuma interferência pôde vir das extremidades do crescente fértil durante aquela era.

A real explicação da superioridade dos filisteus sobre os israelitas se acha no fato de que os filisteus conservavam o segredo da fundição do ferro, sendo os primeiros a utilizarem esse processo na Palestina. Resguardando cuidadosamente esse monopólio, mantiveram Israel a sua mercê. Isso é claramente refletido no texto bíblico em 1Sm 13:19: “E, em toda a terra de Israel nem um ferreiro se achava, porque os filisteus tinham dito: Para que os hebreus não façam espada nem lança”. Não somente os israelitas não tinham ferreiros que fabricassem espadas e lanças, mas chegavam a depender dos filisteus para que afiassem seus instrumentos agrícolas. Com essa enorme disparidade contra eles, os israelitas estiveram próximo de se sujeitarem a uma escravidão sem esperança ante os filisteus.

Embora Saul houvesse oferecido alguma resistência ao inimigo em avanço, não foi senão no tempo de Davi que foi quebrantado o poder dos filisteus. Davi aprendeu os segredos do uso do ferro, obtendo acesso aos recursos naturais na península do Sinai. Dessa maneira pôde unificar com firmeza a nação de Israel e estabelecer supremacia militar, o que nunca mais foi seriamente desafiado pelos filisteus.

O lugar de Samuel, na história de Israel é singular. Sendo o último dos juízes, ele exercia jurisdição civil por toda a terra de Israel. Quando Eli faleceu a ameaça da opressão dos filisteus tornou-se mais acentuada, de forma que os israelitas voltaram-se para Samuel buscando nele liderança. Samuel convoca todo o povo para abandonar as práticas de cultos idólatras, influenciadas pela religião dos cananeus. A reunião do povo ocorre em Mispa onde juntaram-se para orar, jejuar e oferecer sacrifícios. Os filisteus aproveitaram para lançar um ataque contra os israelitas, entretanto uma severa tempestade, no arraial filisteu, provocou grande confusão entre eles e assim fugiram. Mais uma vez Deus age em favor de seu povo. Após esse evento, enquanto Samuel esteve no comando das tribos, não houve nenhuma ação dos filisteus contra Israel. 

Ascensão e Queda de Saul

Os líderes tribais, com o desejo de fortificar as defesas e preparar resistência contra a agressão dos filisteus, clamavam por um rei, que os estivesse liderando no campo de batalha. Como justificativa alegavam que Samuel era homem idoso e que seus filhos não eram moralmente aceitáveis para assumir o lugar dele. Samuel recusa-se em aceitar, porém eles persistem em suas exigências, Samuel aceita, embora o fizesse após intervenção divina (ver 1Sm 8). Ele então unge Saul como rei sobre Israel. Saul é apresentado publicamente ao povo como rei após o confronto com os amonitas e a vitória de Israel liderada por Saul. Samuel lembrou-lhes que Deus lhes concedera o seu pedido.

Sobre a ascensão de Saul, um impetuoso benjaminita, o líder do povo, há duas versões opostas que refletem duas tendências: uma que aclama e defende a ideia (1Sm 9:1-10,16), outra que se opõe e alerta contra o perigo do empreendimento (1Sm 8).

De qualquer maneira, numa atuação carismática e espontânea, Saul conseguiu uma vitória sobre os amonitas que entusiasmou o povo e o convenceu de suas capacidades guerreiras (1Sm 11). Depois disso ele foi, segundo o deuteronomista, aclamado rei em Gilgal (1Sm 11:14,15).

Mas, podemos dizer que Saul não foi propriamente um rei. Continuou a viver em sua terra natal e não tocou na estrutura interna da organização tribal. Era um chefe militar, mantinha um pequeno exército permanente e regular e seu governo oferecia alguns cargos; seu primo Abner era general de seu exército, Davi, seu escudeiro. Se houve mais, pouco foi.
Saul e seu filho Jônatas conseguiram uma boa vitória sobre os filisteus reunidos em Gibeá e Micmás (1Sm 13-14), o que deu a Israel um alívio temporário.

Entretanto, a queda de Saul devia acontecer em breve. As causas poderiam ser identificadas na ambiguidade de sua posição (rei ou chefe tribal?), na independência tribal, na sempre constante ameaça dos filisteus e principalmente no desentendimento entre a antiga ordem tribal e as exigências da nova ordem.

Samuel, significativo representante da antiga ordem, acabou rompendo com Saul. As coisas se agravaram, porém, quando o jovem pastor de Belém, Davi, amigo de Jônatas e marido de Mical, filhos de Saul, tornou-se seu rival. Saul assassinou a família sacerdotal de Silo, agora estabelecida em Nobe, porque esta defendera Davi (1Sm 22) e a partir daí perseguiu Davi implacavelmente.

A queda de Saul acontece quando os filisteus partiram e, escolhendo posição favorável, entraram em choque com o exército de Saul no monte Gilboa. A batalha estava perdida antes mesmo de começar, mas Saul não voltou atrás. Resultado: seus três filhos morreram em combate e ele mesmo, muito ferido, "se lançou sobre a sua espada" e seu exército foi totalmente desfeito (1Sm 31). 
Davi dirigiu-se com seus homens para Hebron e, com o consentimento dos filisteus e o apoio da população do sul, tornou-se o líder de Judá (2Sm 2:1-4).

Dois anos mais tarde, através de hábeis manobras políticas, Davi é aclamado rei da região norte do território por todo o povo (2Sm 5:1-5).
Em seguida, ele conquista Jerusalém, onde os jebuseus habitavam, tomou a fortaleza de Sião,e fez dela a sua cidade. Assim, Davi consegue uma união, ainda que frágil, dos vários grupos israelitas.

Davi reinou sobre todo o Israel, exercendo o direito e fazendo justiça a todo o povo. Joabe, filho de Zeruia, comandava o exército. Josafá, filho de Ailude, era o arauto. Zadoque e Aimeleque, eram sacerdotes; Seraías era secretário; Benaia comandava os quereteus e os peleteus. Os filhos de Davi eram sacerdotes (veja 2Sm 8:15-18).

Davi levou para Jerusalém a Arca da Aliança, nomeou os chefes dos sacerdotes e fez tudo o que pôde para o culto, procurando assim manter o consenso da população ao redor da nova instituição.

Apesar de tudo isto, Davi enfrentou tensões surgidas entre a antiga e a nova ordem: por exemplo, o recenseamento (com fins fiscais e militares) que ele mandou fazer gerou conflitos e críticas (2Sm 24) e a luta de seus filhos pela sucessão enfraqueceu muito seu prestígio. 
Salomão não era o herdeiro natural de Davi e sua posse foi recheada de intrigas e inimizades. Assim, logo que se viu garantido no poder, Salomão eliminou drasticamente seus inimigos. Mandou matar seu irmão Adonias, também o general Joabe e desterrou o sacerdote Abiatar.

Criou uma corte imensa e dispendiosa: “Era pois, o provimento de Salomão, cada dia, trinta coros de flor de farinha  e sessenta coros de farinha, dez vacas gordas, e vinte vacas de pasto, e cem carneiros, afora os veados, e as cabras monteses, e os corços, e as aves cevadas" (1Rs 4:22,23).

Quanto à administração, Salomão introduziu novidades enormes, como, por exemplo, a divisão do norte em doze províncias, desrespeitando a divisão tribal e nomeando prefeitos estranhos às populações locais. Cada província cuidava da manutenção da corte durante um mês (1Rs 4:1-19).

Embora não fosse um guerreiro, Salomão sabia fazer se respeitar no armamento e na organização militar. Seu exército era poderoso na época e seus carros de combate temíveis. Estes carros foram uma inovação de Salomão. Davi só usava a infantaria. A população pagava por este exército, fornecendo a cevada e a palha para os cavalos e os animais de tração, onde quer que fossem, e cada qual segundo o seu turno (1Rs 4:28).

Apesar de algumas revoltas nos reinos vassalos e de um possível enfraquecimento de poder, Salomão, conseguiu, em geral, manter o país nos limites estabelecidos por seu pai Davi.

A burocracia estatal requeria um número respeitável de funcionários, altos cargos distribuídos à gente nascida na corte e que se julgava superior a todos os demais.

As obras públicas requeriam dinheiro para sua concretização. O exército, recrutado entre o povo, não mais respeitando as tribos, precisava de muito dinheiro para funcionar com eficiência e assim por diante.

Com tudo isso Salomão colocou pesados impostos sobre a população israelita, forçou seus vassalos estrangeiros e a população cananéia à corveia (trabalho grátis para o Estado) e usou o trabalho escravo em grande escala nas suas minas e fundições no sul do país (1Rs 9:20-22).

A construção do Templo em Jerusalém, servindo ao mesmo tempo como santuário nacional e como capela real, transferia para o Estado todo o poder religioso.
A construção do templo, a casa do Senhor, cuja arca já se encontrava em Jerusalém, lhe dará cobertura ideológica para garantir seu Estado e seu direito ao tributo.Salomão construiu o templo em Jerusalém no terreno que Davi adquiriu por ocasião de seu censo desastroso. Os detalhes arquitetônicos são descritos em 1 Reis 6-7 e 2 Crônicas 3-4. Esse templo foi destruído pelos babilônios em 586 a.C. 

A Divisão do Reino de Israel

Salomão foi um rei de obras grandiosas, gerando também grandes despesas. Para pagamento destas despesas o povo teve de arcar com mais impostos. Após a morte do rei o povo se dirigiu ao sucessor, Roboão, pedindo a redução dos pesados encargos colocados sobre eles. Roboão, seguindo o conselho de seus amigos jovens, disse que em seu reino o jugo seria mais pesado que o de seu pai. Após essa decisão o povo se negou a continuar sendo governado por ele. Sendo assim o reino de Israel ficou dividido, o reino do norte, conhecido como Israel, e o do sul, denominado Judá, permaneceram assim por mais de duzentos anos. Às vezes, entravam em conflito, às vezes, formavam uma aliança amigável contra ameaças vizinhas. Porém, esse período se tornou mais conhecido por seus grandes profetas, os quais tiveram fundamental importância em tempos de instabilidade espiritual, do que pelo sucesso de ambas as partes.
O reino do sul persistiu por mais de um século e meio que o reino do norte (cerca de trezentos e quarenta e cinco anos). Ao contrário de Israel, os reinados dos dezenove reis e uma rainha em Judá, tiveram duração média de mais de dezessete anos. A dinastia de Davi foi a única a reivindicar o trono do sul, realçando a estabilidade política. O reinado terrível da rainha Atalia foi a única interrupção da sucessão davídica. No entanto em Judá também ocorreram intrigas políticas, pois cinco reis foram assassinados, dois foram feridos por Deus e três foram exilados. O historiador de Reis relatou que oito monarcas de Judá foram “bons” porque seguiram o exemplo de Davi e obedeceram a Javé. Foram eles: Asa, Josafá, Joás, Amazias, Uzias, Jotão, Ezequias e Josias.

 

Roboão

Como filho e sucessor do rei Salomão, Roboão esperava governar sobre todo o Israel, como fizera seu pai. No entanto, ele herdara muitos problemas e, na época da morte de Salomão, a situação no reino estava longe de ser estável. À medida que o poder e a riqueza de Salomão acumulavam-se, ele deixava de seguir ao Senhor de todo coração.

Depois de sua posse, Roboão foi a Siquém, onde os líderes de Israel lhe perguntaram se continuaria com a mesma política, ou seja, trabalho pesado e a cobrança de impostos altíssimos do povo. A ceder e governar mediante o favor da nação; ele, porém, ouviu seus amigos e respondeu: “Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões” (1Rs 12:11).
Roboão reinou durante dezessete anos, mas não seguiu ao Senhor como Davi fizera. Diversos altares foram construídos para deuses estranhos, e práticas proibidas pela Lei foram permitidas (1Rs 14:21-24). Como resultado, o rei Sisaque, do Egito, invadiu e atacou Jerusalém, saqueando os tesouros do templo. O povo, entretanto, arrependeu-se e não foi destruído pelos egípcios, mas tornou-se vassalo deles.
Roboão teve várias esposas e concubinas; a que amava, porém, era Maaca, filha de Absalão.

Abias

Filho e sucessor de Roboão, Abias reinou em Judá durante três anos. Houve guerra entre Judá e Israel no decorrer de seu reinado. Ele e seu povo dependeram do Senhor e por isso venceram o exército de Jeroboão e reconquistaram várias cidades para Judá (1Rs 15:1-8; 2Cr 13). A guerra, contudo, prosseguiu durante todo seu reinado. Abias teve quatorze esposas, vinte e dois filhos e dezesseis filhas.

 

Asa

Bisneto de Salomão, sucedeu seu pai Abias no trono de Judá. Seu reinado de quarenta e um anos inclui reformas, apesar de não ter eliminado os lugares altos (1R 15:9-15). Firmou um tratado com Bem-Hadade, rei de Arã (Síria), que atacou Israel.

Josafá

Sua reputação não foi totalmente irrepreensível, pois foi contemporâneo do perverso Acabe, rei de Israel, e várias vezes fez alianças profanas com ele. Um dos resultados lamentáveis dessa fraternidade foi o casamento da filha de Acabe, Atalia, com Jeorão, filho de Josafá (2Rs 8:18,26,27), um relacionamento que trouxe terríveis consequências para a vida espiritual, social e política do reino de Judá.
Esses detalhes, entretanto, não comprometem a imagem geral de Josafá, que emerge do registro sagrado. Foi um homem piedoso e dedicado aos propósitos da aliança do Senhor. Preocupado não somente com Judá, mas também com Israel, estabeleceu juízes por toda a terra (2Cr 19:4-7).

Jeorão

O reinado de Jeorão inclui uma co-regência com seu pai, Josafá, comportou-se como os reis perversos de Israel, mas Deus poupou seu reinado porque ele era da casa de Davi (2Rs 8:16-24; 2Sm 7:13-16). Reinou por oito anos.

 

Acazias

Seu reinado, dois anos, foi perverso como o do pai, porque ele foi influenciado pelos sogros, a família de Acabe. Acazias tentou fazer uma aliança com Jeosafá, mas o rei de Judá não concordou (1Rs 22:50); ele caiu pela janela de um quarto em Samaria e machucou-se gravemente; quando mandou mensageiros consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom, para saber se ficaria curado, Elias os interceptou no meio do caminho e os enviou de volta a Acazias com a mensagem de que Deus havia decretado sua morte (2Rs 1:4).

Atalia

Com a morte do filho Acazias, Atalia tomou o trono. Ao casar-se com Jeorão, rei de Judá, ela selou uma aliança entre os reinos do norte e do sul. Foi rainha em Judá por seis anos. Atalia destruiu toda a família real, exceto um de seus próprios netos, Joás (2Rs 11:1,2; 2Cr 22:10).
Posteriormente foi deposta pelos súditos insatisfeitos, liderada pelo sacerdote Jeoiada e pelos guardas do templo, e acabou morte no palácio real, aparentemente apanhada de surpresa (2Rs 11:16-20).

Joás

Os quarenta anos do seu reinado foram retos aos olhos do Senhor por causa das reformas religiosas introduzidas em Judá. Quando os sacerdotes não conseguiram levantar fundos para os reparos no templo negligenciado,Joiada coletou dinheiro numa arca colocada no templo (2Rs 12:1-16). Mas o governo de Joás maculou-se quando ele enviou objetos consagrados a Deus para o rei arameu Hazael, como pagamento de tributo.
Agitações políticas fizeram com que os oficiais do governo assassinassem Joás (2Rs 12:17-21).

Amazias

Filho de Joás e o nono rei de Judá. Seu reinado, de vinte e nove anos, agradou ao Senhor, como fizera seu pai. Ele executou os assassinos do pai, porém, poupou a vida dos filhos deles em obediência à Lei de Deus (2Rs 14:6). Atacou os edomitas e capturou Petra, a capital (Am 1:11). Sua arrogância fez com que fosse derrotado por Jeoás de Israel. Jeoás pôs abaixo os muros de Jerusalém, assaltou os tesouros do templo e fez cativos (2Rs 14:1-16). Posteriormente, os próprios oficiais de Amazias conspiraram contra ele, perseguiram-no até Laquis e o mataram (2Rs 14:19,20; 2Cr 25:27,28).

Uzias (Azarias)

Também chamado Azarias, reinou por cinquenta e dois anos como co-regente junto com seu pai Amazias, o qual nos primeiros anos de seu reinado, provavelmente estava preso no reino do norte. Como acontece com muitas pessoas que se tornam poderosas e famosas, Uzias ficou orgulhoso e desobedeceu ao Senhor. Entrou no Templo para oferecer sacrifícios, o que só os sacerdotes tinham permissão para fazer, de acordo com a Lei de Deus. sacerdote liderados por Azarias, opuseram-se ao rei e denunciaram o pecado que ele cometera. Uzias aborreceu-se com eles, mas, no mesmo instante, ficou leproso. A lepra era um mal que impedia a pessoa de entrar no Templo e, assim, foi o castigo apropriado para o crime do rei.

Jotão

Co-regente do seu pai Uzias, governou dezesseis anos. Seu reinado agradou ao Senhor, exceto por ter mantido os lugares altos para sacrifícios. Peca, de Israel e Rezim, de Arã, agiram juntos, ameaçando-o no final de seu governo.
Tornou-se poderoso, porque dirigiu os seus caminhos na presença do Senhor; subjugou os amonitas e recebeu altas taxas e tributos deles durante os primeiros anos de seu reinado. Construiu um portão no Templo e várias defesas ao redor do reino (2Cr 27:3,4).

Acaz

Foi um dos reis mais perversos na história de Judá. Ele cometeu a horrível atrocidade do sacrifício humano e promoveu a prática do sacrifício nos lugares altos (2R 16:1-4; 2Cr 28). Acaz herdou os problemas políticos do pai. A coalizão de Rezim e Peca marchou contra Jerusalém para forçar Judá a se juntar à luta deles contra o avanço dos exércitos assírios. Mas Acaz, contra o conselho do profeta Isaías (Is 7:1-17), buscou ajuda de Tiglate-Pileser e comprou sua intervenção com os tesouros do templo e do trono. Acaz substituiu o altar de bronze do Senhor no templo por uma réplica do altar assírio que Tiglate erigira em Damasco. Também retirou do templo outros objetos ofensivos ao monarca assírio (2Rs 16:10-20).


Ezequias

Ezequias, à semelhança de se pai Acaz, confiou no Senhor durante seu reinado e introduziu reformas radicais, removendo os lugares altos, destruindo símbolos idólatras e centralizando o culto em Jerusalém. Rebelou-se contra Sargão e contra seu sucessor, Senaqueribe.
Quando Senaqueribe tornou-se rei, Ezequias, com incentivo do Egito, rebelou-se contra a Assíria. Senaqueribe reagiu, cercando Jerusalém (2Rs 18:13). Ezequias pagou alto tributo, mas não satisfez Senaqueribe por muito tempo.
Quando Ezequias ouviu o relato das ameaças assírias, consultou Isaías, buscando uma palavra do Senhor. Por intermédio do profeta, o Senhor prometeu livrar Ezequias com um rumor que distrairia os assírios. Enquanto isso, a atenção de Senaqueribe voltou-se para a fortaleza de Libna e para a aproximação do exército egípcio liderado por Tiraca. Senaqueribe enviou uma carta, ameaçando pela segunda vez a Ezequias, para que não se aliasse aos egípcios (2Rs 19:1-13).
Ezequias levou a carta diante do Senhor e orou pedindo livramento a Deus, sabendo que só o Senhor podia salvá-lo. Isaías anunciou a resposta do Senhor, profetizando a salvação de Jerusalém e o fim do reinado de Senaqueribe. Ezequias adoeceu mortalmente, e o Senhor enviou Isaías para dizer ao rei que se preparasse para morrer. Mas ele orou com persistência, e o Senhor, por intermédio do profeta Isaías, prometeu prolongar-lhe a vida por quinze anos.

Manassés

Chama a atenção o fato de Ezequias ter gerado um filho que desfez tudo o que ele havia conseguido em termos de reconduzir Judá de volta a Deus (2Rs 21:1-18). Subiu ao trono com doze anos de idade; durante seu reinado de cinquenta e cinco anos, o mais longo da história de Judá, Manassés cometeu todas as atrocidades pagãs: “Fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel” (2Rs 22:9).
Manasses foi responsabilizado pela queda de Jerusalém (2Rs 21:12-15; 22:16,17; 24:3,4).

Amom

Filho de manasses e décimo quinto rei de Judá, reinou por dois anos. Prosseguiu com as práticas idólatras do pai. Era odiado pelo povo, que já suportara o suficiente da tirania de seu pai; foi assassinado por seus servos, com vinte e quatro anos de idade (2Cr 33:24).

Josias

Filho de Amom, Josias começou a reinar aos oito anos de idade, depois que seu pai foi assassinado. No décimo oitavo ano do seu reinado, ele iniciou no templo as reformas negligenciadas por Manassés e Amom. O sumo sacerdote Hilquias recuperou o Livro da Lei no meio do entulho do templo (2Rs 22:1-10).
Quando o livro foi lido diante do rei, ele temeu a ira do Senhor e enviou uma delegação à profetisa Hulda para consultar o Senhor a respeito do destino de Judá. Ele profetizou que o Senhor destruiria Judá por causa da idolatria, mas que Josias não presenciaria isso por ter arrependido (2Rs 22:11-20). Os estudiosos em geral concordam que esse livro era Deuteronômio ou alguma parte dele.
Josias renovou a aliança com o Senhor e celebrou a Páscoa de um modo sem precedentes. Ele removeu todos os indícios de culto pagão e centralizou o culto em Jerusalém. Como o profeta predissera (1Rs 13:32), Josias derrubou o santuário erigido três séculos antes por Jeroboão em Betel. entretanto, tudo isso acabou abruptamente quando o rei foi morto em Megido pelo faraó Neco. 

Jeoacaz

O povo o ungiu rei por ocasião do falecimento de seu pai, Josias. Não era o filho mais velho, mas evidentemente era mais popular que Jeoaquim. Seu nome provavelmente foi mudado por ocasião de sua ascensão ao trono, o faraó Neco o depôs quando havia reinado apenas por três meses. Foi levado primeiramente a Ribla e posteriormente foi removido para o Egito, onde faleceu (2Rs 23:33; 2Cr 36:4).

Jeoaquim

Filho de Josias e irmão mais velho de Jeoacaz, que substituiu por ordem de Neco II, do Egito. Seu nome foi alterado de Eliaquim para Jeoaquim em sinal de vassalagem.
Para poder pagar o tributo devido ao Egito, Jeoaquim impôs pesados impostos sobre as terras (2Rs 23:35). Edificou custosos edifícios reais, usando trabalho forçado (Jr 22:13-17), e é descrito como um governante opressivo e cobiçoso. Ele era injusto e maligno, nem santo para com Deus, nem tolerante para com os homens, ou seja, seguiu na tradição dos pecados de Manassés (2Rs 24:3).

Joaquim

Tinha dezoito anos de idade quando subiu ao trono, após a morte do pai, Jeoaquim (598 a.C.). Ele também se rebelou, e Nabucodonosor cercou Jerusalém, depondo o jovem rei após três meses apenas. Na ocasião, o templo e o palácio foram saqueados (2Rs 20:17), e a família do rei, bem como os cidadãos mais importantes, exilados (Jr 22:24-30).

Zedequias

Terceiro filho do rei Josias, foi o último monarca de Judá. Subiu ao trono com vinte e um anos de idade e reinou por onze anos. Apesar das exortações de Jeremias (Jr 37-39; 52), comandou a rebelião final contra os babilônios em 588 a.C. O profeta, no entanto, disse ao rei que ele precisava admitir a conquista de Judá e a ida do povo para o exílio. Zedequias ordenou a prisão do profeta. Após um longo cerco e sobretudo a consequente fome, Zedequias fugiu, mas foi capturado e levado ao quartel-general de Nabucodonosor em Ribla. Ali presenciou a execução de seus filhos, antes de lhe vazarem os olhos e o levarem preso para a Babilônia (2Rs 25:1-7). Nebuzaradã, comandante babilônio, tomou a cidade de assalto, confiscou os utensílios do templo e incendiou totalmente Jerusalém (2Rs 25:8-21). Gedalias foi nomeado governador, mas foi assassinado num levante antibabilônio. Por medo de represálias muitos judeus fugiram para o Egito (2Rs 25:22-26).


O reino do norte (Israel) era menos estável politicamente que o reino do sul (Judá). Sua duração mais curta como nação independente (duzentos e nove anos) e a violência ligada à sucessão ao trono comprovam esse fato. O historiador de Reis considerou “maus” todos os dezenove governantes de Israel, porque perpetuaram o culto ao “bezerro de ouro” de Jeroboão. A medida de duração do reinado de um monarca israelita era de apenas dez anos, e nove famílias diferentes reivindicaram o trono. Para chegar ao trono, o carisma era tão útil quanto a ascendência, mas não era garantia de preservação; sete reis foram assassinados, um cometeu suicídio, um foi ferido por Deus e outro foi deposto e levado para Assíria. 


Jeroboão I

O povo das dez tribos aclamou Jeroboão como monarca do recém-formado reino. O rei imediatamente estabeleceu sua capital em Siquém, uma localidade considerada santa por todos os habitantes de Israel. O novo rei estabelecido havia recebido a promessa de uma dinastia eterna caso permanecesse fiel ao Senhor. Entretanto, se a situação religiosa de Judá era má, a de Israel tornou-se pior. Jeroboão mandou estabelecer santuários em Betel e Dã, tornando essas cidades centros de adoração pagã. Assim seu reino se tornou o modelo de iniquidades para sempre, com o qual os futuros reis malignos de Israel seriam comparados (1Rs 16:2,3,19). Jeroboão violou os mandamentos de Deus seguindo outros deuses e rejeitando o Deus de Israel.
A falsa religião criada por Jeroboão suscitou a ira de Deus contra ele. Um profeta anônimo anunciou que um rei chamado Josias um dia destruiria o altar de Betel. Essa predição se cumpriu quando este monarca estendeu sua reforma religiosa também a Israel. Além disso, o próprio profeta Aías, que proferira boas palavras a Jeroboão (1Rs 11:29-39), anunciou que as ações do rei trariam desastre sobre sua dinastia. Essa profecia cumpriu-se quando Baasa assassinou o filho de Jeroboão, Nadabe, e o resto de sua família (1Rs 15:27,28). O profeta também predisse o exílio de Israel. Jeroboão reinou vinte e dois anos.

Nadabe

Filho de Jeroboão I, governou apenas dois anos (1Rs 15:25). Ele fez mal aos olhos do Senhor, como o pai. Baasa assassinou Nadabe e matou toda a casa de Jeroboão, cumprindo a predição de Aías (1Rs 15:25-32; cf. 1Rs 14:10,11,14).


Baasa

A dinastia de Baasa foi fundada por um assassinato e terminou do mesmo modo. Usurpou o poder do reino do norte das mãos de Nadabe, filho de Jeroboão I. ele reinou vinte e quatro anos.
Baasa era filho de Aías, da tribo de Issacar, e matou Nadabe enquanto este lutava contra os filisteus. Estabeleceu seu reino primeiramente em Tirza (1Rs 15:33; 16:8), quando matou todos os descendentes de Jeroboão. O governo de Baasa, contudo, foi um desastre para Israel. A maldade de seu reinado tornou-se quase um provérbio sobre o pecado, como acontecera com o governo de Jeroboão antes dele, cujo nome foi usado por Deus para lembrar as futuras gerações dos reis de Israel sobre os perigos da idolatria e o castigo subsequente (1Rs 21:22; 2Rs 9:9).

Elá

Sucedeu seu pai Baasa no trono e governou em Tirza por dois anos, onde foi morto por Zinri (1Rs 16:6-14).
A idolatria dentro da casa real era um dos principais fatores que levavam os israelitas ao mesmo pecado, e por isso Deus sempre castigava severamente.
O próprio assassinato revela o estilo de vida com o qual Elá estava acostumado. Foi morto enquanto bebia na casa de Arsa, um de seus mordomos.


Zinri

O reinado de Zinri teve a distinção de ser o mais curto na história de Israel. Ele governou sete dias antes de cometer suicídio nas chamas do próprio palácio. Sua morte foi tramada pelo general Onri, que liderou uma expedição contra Zinri, por haver este matado o rei Elá.


Tibni

Depois da morte de Zinri, Onri, o comandante do exército, foi aclamado rei. Parece que nem todo o povo o aceitou imediatamente e pelo menos metade da população apoiou Tibni, filho de Ginate, para ocupar o trono (1Rs 16:21,22). As tropas dos dois se enfrentaram e Tibni foi morto.


Onri

Seu reinado durou apenas doze anos. Sua fama foi tão grande, que cem anos após sua morte, a nação de Israel ainda era chamada “casa de Onri”. Onri manteve relações estreitas com os fenícios, chegando a casar seu filho Acabe com a princesa de Tiro, Jezabel. Onri mudou a capital de Israel de Tirza para Samaria. Ali os reis de Israel governaram até sua destruição pelos assírios em 722 a.C.

Acabe

Acabe e Jezabel reinaram vinte e dois anos. Foi um dos piores reis do norte (1Rs 16:30-33). Juntos tentaram fazer de Israel uma nação pagã dedicada a Baal e a Aserá, divindade de Sidom. Acabe erigiu um ídolo de Baal em Samaria e construiu uma imagem da deusa Cananéia Aserá.
Deus o puniu com um terrível período de seca que assolou a terra, um castigo direto por sua participação nas práticas idólatras.
Durante o reinado de Acabe, um homem chamado Hiel, da cidade pecaminosa de Betel, reconstruiu a cidade de Jericó. Seus filhos morreram pela maldição que Josué invocou sobre todos os que restaurassem a cidade (Js 6:26).


Acazias

Acazias continuou com a infame política de seus pais, Acabe e Jezabel (1Rs 22:40,49,51). Seu reinado de dois anos foi marcado pela tragédia. Acazias tentou fazer uma aliança com Jeosafá, mas o rei de Judá não concordou; ele caiu pela janela de um quarto em Samaria e machucou-se gravemente (2Rs 1:2); quando mandou mensageiros consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom, para saber se ficaria curado, Elias os interceptou no meio do caminho e os enviou de volta a Acazias com a mensagem de que Deus havia decretado sua morte (2Rs 1:4).
A marca de seu reinado foi a sua suprema insensatez, muito mais do que o seu infortúnio. Ele enviou dois grupos de soldados para prender Elias, os quais foram mortos pelo fogo que caiu do céu (2Rs 1:9ss). Finalmente, o profeta resolveu ir com o terceiro capitão ao encontro de Acazias e repetiu a profecia de que Le morreria sob o juízo de Deus. O rei morreu exatamente como o Senhor dissera por meio do profeta (2Rs 1:15-18).


Jorão

Durante seu reinado, Mesa, rei de Moabe, rebelou-se contra Israel. Jorão recrutou o rei Josafá de Judá e o rei de Edom para ajudarem a subjugar Mesa. A falta de água, uma vez que os leitos dos rios estavam secos, impediu a campanha deles. Por causa de Josafá, descendente de Davi, Eliseu concordou em consultar o Senhor em favor de Jorão (2Rs 3:1-15).
O Senhor os instruiu a cavar trincheiras, as quais inundou de água. Quando os moabitas viram a água, pareceu-lhes vermelha como sangue, e por engano acreditaram que os três reis haviam lutado entre si. O aspecto avermelhado tem sido explicado como o reflexo de uma pedra vermelha conhecida naquela área entre Edom e Moabe. Os moabitas atacaram prematuramente e foram derrotados. Quando Mesa viu que a batalha estava perdida, ofereceu seu primogênito como sacrifício para apaziguar a ira de Quemos, a divindade moabita (cf. 2Rs 16:3; 21:6). O sacrifício humano era proibido pelo Senhor, que convocou os israelitas a entregar os primogênitos a Deus como sacrifícios vivos, dedicados a seu serviço (Êx 22:29-30; 34:20; Dt 18:10). Os exércitos moabitas retiraram-se amedrontados.


Jeú

Filho de Ninsi, foi governante por vinte e oito anos. Deus disse ao profeta Elias que anunciasse Jeú, um comandante do exército, rei sobre Israel (1Rs 19:16,17). O Senhor mandou que Jeú vingasse o sangue de seus profetas, matando os governantes descendentes de Acabe e Jezabel (2Rs 9:1-13).
Jeú conduziu seu carro com fúria de Ramote a Jezreel. Quando os dois reis, Jorão e Acazias, viram-no aproximar-se, foram ao seu encontro no campo que pertencera a Nabote. Quando os reis perceberam suas intenções, fugiram para salvar a vida. Jeú matou Jorão e lançou o corpo dele na terra de Nabote, cumprindo o julgamento divino contra a casa de Acabe (cf. 1Rs 21:21,22,29). Acazias foi fatalmente ferido (2Rs 9:14-29).
De sua residência em Jezreel, Jezabel zombou de Jeú, comparando-o ao assassino Zinri (1Rs 16:9,10). Jeú mandou que os guardas do palácio a lançassem da janela. No lugar em que seu corpo caiu, os cavalos a esmagaram e cães famintos devoraram-lhe o corpo (2Rs 9:30-37). Sua morte cumpriu a vingança de Deus pela morte de Nabote.
Jeú ameaçou os oficiais de Samaria, e estes o apaziguaram, decapitando setenta filhos de Acabe, seguindo ordens do Senhor, mas seu golpe foi além das orientações específicas do Senhor. Ele matou quarenta e dois parentes do rei Acazias de Judá, aproveitando a oportunidade para enfraquecer o trono rival. A carnificina foi lembrada durante quase cem anos (cf. Os 4:1,2). Ele também matou todos os parentes e simpatizantes de Acabe (2Rs 10:12-17).


Jeoacaz

Sucedeu seu pai Jeú, mas levou Israel a cultuar o poste de Aserá, representação da deusa Cananéia da fertilidade. Governou em Samaria por dezessete anos. Herdou o reino numa situação desesperadora, onde é chamado de Joacaz (2Rs 13:1,4,7).Hazael, rei da Síria, oprimia Israel há anos. Tal situação fora permitida por Deus como juízo sobre a infidelidade religiosa do povo ao voltar-se para os deuses pagãos.


Jeoás

Filho de Jeoacaz, governou por dezesseis anos e era lembrado por ter oprimido o rei Amazias de Judá (2Rs 13:10-13; cf. 2Rs 14:1-14). Durante seu reinado, Eliseu, doente, estava à morte, e Jeoás chegou junto ao seu leito e chorou. Eliseu o instruiu a atirar a flecha contra o chão. Depois que ele a atirou três vezes, Eliseu predisse que o Senhor lhe daria três vitórias sobre o rei arameu Bem-Hadade (2Rs 13:22-25).
Jeoás reinou com certo sucesso, embora tenha feito muitas maldades. Foi vitorioso em muitas batalhas e finalmente morreu, sendo sepultado em Samaria.


Jeroboão II

Filho de Jeoás. Seu longo reinado sobre Israel (quarenta e um anos), foi alvo de muitas profecias nos livros de Amós e Oséias. Liderou Israel numa época de prosperidade sem precedentes. A Assíria havia enfraquecido a Síria, que dessa maneira não representava mais uma ameaça para Israel. Consequentemente, Jeroboão  teve liberdade para executar uma agressiva expansão de seu território.
A prosperidade do reino de Jeroboão, entretanto, levou a muitos males. Amós condenou a grande lacuna que havia entre os ricos e os pobres (Am 2:6,7); denunciou os rituais religiosos vazios e a falsa segurança. Esses e outros pecados levaram o profeta a predizer a queda de Israel (Am 6:8-14). Jeroboão e seu povo recusaram-se a dar ouvidos às palavras do profeta e em 722 a.C. Samaria caiu diante do exército assírio.


Zacarias

Último governante da perversa dinastia de Jeú (2Rs 15:12), foi sucessor de seu pai, Jeroboão II, e reinou por apenas seis meses (753 a.C.). Foi assassinado por Salum.


Salum

Filho de Jabes, reinou sobre Israel após a morte do rei Zacarias. Governou apenas um mês. Foi morto por seu sucessor, Menaém (2Rs 15:8-16). A decadência geral da política em Israel naquele período é vista claramente pelos curtos períodos de reinado e pelos vários reis que foram assassinados.


Menaém

Filho de Gadi, tornou-se monarca de Israel depois do assassinato do rei Salum e usurpar seu lugar; reinou na mesma época de Azarias, rei de Judá (2Rs 15:14). Foi um rei perverso durante o tempo de seu reinado. Levou toda a nação à apostasia e jamais voltou-se para Deus. conforme a profecia, o Senhor permitiu que a Assíria invadisse Israel, como julgamento por causa do pecado. Menaém evitou o desastre total, ao pagar grandes somas de dinheiro ao rei Tiglate-Pileser. Deu aos assírios mil talentos de prata (quase quarenta toneladas); levantou essa quantia ao impor pesados impostos sobre seu próprio povo.


Pecaías

Como seus antecessores, “fez o que era mau aos olhos do Senhor”. Provavelmente pagou tributos ao rei da Assíria, como fizera seu pai. Esse fato possivelmente causou a rebelião encabeçada pelo seu comandante Peca, que subiu ao trono após assassiná-lo.


Peca

Comandante do exército, reuniu um grupo de cinquenta homens da região de Gileade, conspirou contra o rei, Pecaías, e o matou.


Oséias

Praticamente a única parte do reino do norte, Israel, que não fora conquistada naquele momento era a própria  capital Samaria e parte de Efraim, porém, mesmo assim, Oséias não era mais do que um vassalo do rei assírio. Tinha de pagar pesadas taxas ao sucessor de Tiglate-Pileser, Salmaneser, que subira ao trono da Assíria em 727 a.C. (2Rs 17:3).
Oséias declarou a independência do país, deixou de pagar as taxas e pediu ajuda ao Egito. Quando Salmaneser soube, invadiu a terra novamente e sitiou Samaria por três anos. Oséias foi capturado e, finalmente, em 722 a.C., a cidade caiu e os israelitas foram deportados para a Assíria (2Rs 17:4).




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