PARA O CRISTIANISMO
CATÓLICO
São santos todos aqueles que foram convertidos e salvos por Jesus Cristo, ou ainda desempenharam uma obra admirável segundo os preceitos católicos. Na Ortodoxa e na Anglicana, pessoas reconhecidas por virtudes especiais podem receber também o título de Santo, porém a Igreja Católica foi a que mais gerou santos na sua história. Esse título denota que além de grande caráter a pessoa está na graça de Deus (no céu), mas a falta desse reconhecimento formal não significa necessariamente que o indivíduo não seja um santo. Aqueles santos que não possuem o reconhecimento formal da Igreja Católica recebem o título de Santos Anônimos. Para celebrar a honra desses santos foi instituída o Dia de Todos os Santos, pelo Papa Gregório III.
Na Igreja Católica e na Ortodoxa algumas pessoas são oficialmente reconhecidas
como santos. Elas são vistas como tendo feito algo de extraordinário ou tendo
uma especial proximidade com Deus. A veneração dos santos, em latim, cultus, ou o culto dos santos, descreve
uma especial devoção aos santos populares. Embora o termo "culto"
seja frequentemente utilizado,
significa apenas prestar honra ou respeito
(Dulia). O Culto Divino está devidamente reservado apenas para Deus
(latria).
Na
doutrina católica, uma vez que Deus é o Deus da vida, os santos estariam vivos
no céu, podendo por isso interceder ou orar junto a Deus por aqueles que estão
ainda na terra. A Igreja Católica baseia sua crença no dogma da comunhão dos
santos e na passagem bíblica "Antes de tudo, pois, exorto que se use
a prática de, súplicas, orações e intercessões, ações de graça, em favor de
todos os homens" (1 Timóteo 2:1).
DEFINIÇÃO
PARA SANTIDADE
Um
santo pode ser designado como um santo padroeiro de causas específicas ou
profissões, ou invocado contra doenças específicas ou catástrofes, mas isso é
somente pensamento popular, não sendo uma doutrina oficial da Igreja.
Os
santos não têm poderes próprios, mas apenas que os concedidos por Deus.
Relíquias de santos são respeitados e muitas vezes preservadas em igrejas.
O
processo de reconhecimento oficial de um santo é chamado, na Igreja Católica,
de canonização. Isto só pode ter lugar após a sua morte uma vez que, segundo os
princípios do Catolicismo Romano, mesmo a mais santa pessoa viva pode cair em
pecado mortal até o último momento. Na Igreja Ortodoxa, é mais no sentido de
evitar a pressa e permitir um amplo tempo de reflexão sobre a vida da pessoa.
Às
vezes, costuma-se pensar que a santidade é uma condição de privilégio reservado
a uns poucos escolhidos. Na realidade, ser santo é tarefa de todo cristão, de
todo homem. Bento XVI
Segundo
Bento XVI, a santidade é uma tarefa que não é exclusiva apenas dos cristãos,
mas de todo ser humano. Recordou que nos primórdios do cristianismo os cristãos
eram chamados de "os santos". Com efeito, afirmou que "o cristão
já é santo, porque o Batismo o une a Jesus e a seu Mistério Pascal, mas, ao
mesmo tempo, deve chegar a sê-lo identificando-se com Ele mais intimamente.”
PROCEDIMENTO PARA
SANTIFICAÇÃO
No
Catolicismo , o caminho para uma pessoa ser canonizada é regulado pela
Constituição Apostólica Divinus perfectionis Magister, de 25 de janeiro de
1983, e pelas Normae da Sagrada Congregação para as Causas dos Santos, de 7 de
fevereiro de 1983.
Em
18 de fevereiro de 2008 a Santa Sé torna público a instrução "Sanctorum Mater" da Congregação
para a Causa dos Santos sobre as normas que regulam o início das causas de
beatificação juntamente com o "Index
ac status causarum".
Segundo aquelas normas, ao bispo diocesano ou autoridade da hierarquia a ele equiparada, de iniciativa própria ou a pedido de fiéis, é a quem compete investigar sobre a vida, virtudes ou martírio e fama de santidade e milagres atribuídos e, se considerar necessário, a antiguidade do culto da pessoa cuja canonização é pedida. Nesta fase a pessoa investigada recebe o tratamento de "Servo de Deus" se é admitido o início do processo.
Haverá
um postulador que deverá recolher informações pormenorizadas sobre a vida do servo
de Deus e informar-se sobre as razões que pareceriam favorecer a promoção da
causa da canonização. Os escritos que tenham sido publicados devem ser
examinados por teólogos censores; nada havendo neles contra a fé e aos bons
costumes, passa-se ao exame dos escritos inéditos e de todos os documentos que
de alguma forma se refiram à causa. Se ainda assim o bispo considerar que se
pode ir em frente, providenciará o interrogatório das testemunhas apresentadas
pelo postulador e de outras que achar necessário.
Em
separado se faz o exame do eventual martírio e o das virtudes, que o servo de
Deus deverá ter praticado em grau heroico (fé, esperança e caridade; prudência,
temperança, justiça, fortaleza e outras) e o exame dos milagres a ele
atribuídos. Concluídos estes trabalhos tudo é enviado a Roma para a Sagrada
Congregação da Causa dos Santos.
MILAGRE
Havendo
apresentação de milagre este é examinado numa reunião de peritos e se se trata
de curas pelo Conselho de médicos, depois é submetido a um Congresso especial
de teólogos e por fim à Congregação dos cardeais e bispos. O parecer final
destes é comunicado ao Papa, a quem compete o direito de decretar o culto
público eclesiástico que se há de tributar aos servos de Deus. A Beatificação,
portanto, só pode ocorrer após o decreto das virtudes heroicas e da verificação
de um milagre atribuído à intercessão daquele Venerável.
O
milagre deve ser uma cura inexplicável à luz da ciência e da medicina,
consultando inclusive médicos ou cientistas de outras religiões e ateus. Deve
ser uma cura perfeita, duradoura e que ocorra rapidamente, em geral de um a
dois dias. Comprovado o milagre é expedido um decreto, a partir do qual pode
ser marcada a cerimônia de beatificação, que pode ser presidida pelo Papa ou
por algum bispo ou cardeal delegado por ele.
Caso
a pessoa em causa já tenha o estatuto de beato e seja comprovado mais um
milagre pela Igreja Católica, em missa solene o Santo Padre ou um Cardeal por
ele delegado declarará aquela pessoa como Santa e digna de ser levada aos
altares e receber a mesma veneração em todo o mundo, concluindo assim o processo
de Canonização.
A CANONIZAÇÃO
Assim,
aqueles que receberam o título de modo informal, antes do estabelecimento do
processo de canonização, são ainda considerados "santos".
São
cinco as Igrejas cristãs que reconhecem o título de "Santo",
conjuntas expressando em número a quase totalidade da cristandade. Entre elas,
porém, este reconhecimento se dá de modo diferente: a canonização nas Igrejas
não-Calcedonianas, na Igreja Ortodoxa, na Igreja Luterana, ou ainda na Igreja
Anglicana é muito menos formal do que a canonização na Igreja Católica.
Por
fim, em qualquer uma destas cinco Igrejas, a ausência de reconhecimento formal
não previne alguém de ser um perfeito santo.
NO
PROTESTANTISMO
Na
maioria das Igrejas Protestantes, a dulia e a hiperdulia são condenadas por
serem consideradas venerações feitas a pessoas, algo, segundo a sua doutrina,
proibido pela Bíblia.
Por
não existir qualquer processo de canonização em suas doutrinas, a palavra é
usada para significar um compromisso verdadeiro com Deus e seus ensinamentos,
ou seja, essa pessoa sabe que é impossível ser perfeita como Jesus foi, mas
sabe também que depois de sua conversão, o pecado não deve fazer parte de seus
hábitos.
Uma
vida separada, que procura fazer o bem e agradar a Deus, indo contra os
pecados, esse é o significado de Santidade para os evangélicos protestantes. A
Igreja Anglicana, apesar de ter principais suas raízes na Reforma Protestante,
é dividida em "High Church" (Alta Igreja) e "Low Church"
(Baixa Igreja). Na High Church, usa-se também a designação de Santo, por estar
mais próxima do Catolicismo, enquanto a Low Church não, por ser protestante. A
palavra "santo" no hebraico tem por sentido o ato de
"cortar", em grego "separar- separado", "diferenciar-
diferenciado". O contexto indica que o crente em Jesus deve levar uma vida
separada, diferenciada do atual modelo de vida da cultura vigente.
Sua
vida deve mostrar diferença quanto aos costumes desta sociedade secularista, e
adotar os mesmos procedimentos que Cristo.
NO
JUDAÍSMO
A
noção mais próxima que se pode obter no Judaísmo é a de tzaddik, uma pessoa
correta. O Talmude diz que em determinada altura pelo menos 36 tzaddikim vivem
entre nós: são anônimos, mas é por causa deles que o mundo não é destruído. O
Talmude e a Kabbalah oferecem vários ideais sobre a natureza e o papel destes
36 tzaddikim. Estes personagens possuem o papel de interceder pelos homens.
NO ISLÃ
Existiram
até ao século XX figuras carismáticas que regulavam os conflitos entre os clãs
rivais. Tinham um estatuto especial e muitas vezes mágico. Ernest Gellner
estudou estas figuras místicas e documentou o seu trabalho num livro chamado
"Santos do Atlas".
CURIOSIDADES
Em
português, convencionou-se a utilização do substantivo santo para nomes masculinos iniciados por vogal ou a letra H –
exemplo, Santo Antônio e Santo Hipólito – e de são para nomes iniciados por consoante – exemplo, São Bernardo.
As
únicas exceções são Santo Tirso, São Tomás – também conhecido como "Santo
Tomás" – e Santo Agostinho, também conhecido como "São
Agostinho". E também Santo Xisto (Vila Real de Trás-os-Montes), Santo
Cristo (Festas do Senhor Santo Cristo nos Açores) e também Santo Deus... Para
as santas usa-se sempre "santa".
Índice dos santos de cada mês
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Este estudo foi uma sugestão da internauta Elen Costa Guedes, da cidade de São Paulo/SP.