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Primeira epístola de João

I João ou 1 João é a primeira epístola do apóstolo João, um dos livros do Novo Testamento da Bíblia.

Autoria

A autoria da epístola é atribuída, pela tradição cristã, ao apóstolo João.

O peso de evidências externas pode favorecer a autoria "joanina", pois existem possíveis alusões a I João nos escritos de Clemente de Roma (em I Clemente), Inácio de Antioquia e Pseudo-Clemente (na sua II Clemente). Outras, prováveis alusões, podem ser encontradas no Didaquê, Epístola de Barnabé, Pastor de Hermas, Justino Mártir, a Epístola a Diogneto, a Epístola de Policarpo e nos escritos de Pápias preservados em Ireneu. Referências mais obscuras a 1 João em Ireneu, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes, Dionisio e no Cânone Muratori.

Segunda epístola de João

Trecho da Segunda Epístola de João

A Segunda Epístola de João, geralmente referida apenas como 2 João, é o vigésimo quarto livro do Novo Testamento da Bíblia. É o menor livro da Bíblia em quantidade de versículos, com apenas 13.

Autor e destinatário

O autor é o apóstolo João. Ele se apresenta como o "Presbítero". Nos anos de sua velhice João atuava como presbítero na Igreja de Éfeso.

Semelhanças óbvias com a Primeira Epístola de João e o Evangelho de João levam a crer que a mesma pessoa escreveu os três livros.

Dirige esta segunda epístola para a “senhora eleita e seus filhos”, indicando que a receptora era uma mulher cristã cujos filhos perseveravam na fé (v.4). Ele até inclui saudações de suas sobrinhas e sobrinhos (v.13).

Terceira epístola de João

A Terceira Epístola de João, geralmente referida apenas como 3 João, é o vigésimo quinto e antepenúltimo livro do Novo Testamento da Bíblia e atribuído a João, o Evangelista, tradicionalmente considerado também o autor do Evangelho de João e das outras duas epístolas de João. A Terceira Epístola de João é uma carta privada redigida por um presbítero, e direcionada a um homem chamado Gaio, recomendando-lhe a hospitalidade a um grupo de cristãos liderados por Demétrio, que havia pregado o Evangelho na área onde Gaio vivia. O objetivo da carta é encorajar e fortalecer Gaio e adverti-lo contra Diótrefes, que se recusava a cooperar com o autor da carta.

A literatura da igreja dos primeiros séculos não menciona esta epístola, sendo que a primeira referência que aparece apenas em meados do século III. Esta falta de documentação, embora tenha ocorrido provavelmente devido à extrema brevidade da epístola, fez com que os escritores da igreja primitiva duvidassem de sua autenticidade até o início do século V, quando foi aceita juntamente com as outras duas epístolas de João. A linguagem de 3 João ecoa a do Evangelho de João, sendo tradicionalmente datada de cerca de 90 d. C., de modo que a epístola provavelmente foi escrita perto do final do primeiro século. Outros estudiosos contestam essa visão, como John A. T. Robinson, que afirma que a data aproximada de 3 João é de 60 a 65 d. C. A localização da escrita é desconhecida, porém, convencionalmente é descrita em Éfeso. A epístola é encontrada em muitos dos manuscritos do Novo Testamento mais antigos, e seu texto está livre de grandes discrepâncias ou variantes textuais.

Epístola aos Hebreus

Trecho da Epístola aos Hebreus
Autoria

Muitos cristãos atribuem a autoria da epístola ao apóstolo Paulo, mas percebe-se que o modo como ela foi elaborada difere das epístolas paulinas.

Ao contrario de todas as precedentes, a epístola aos Hebreus teve sua autenticidade posta em dúvida desde a antiguidade. Raramente se encontra sua canonicidade, mas a Igreja do Ocidente, até o fim do séc. IV, recusou-se atribuí-la a Paulo; e se a do Oriente aceitou o seu atributo, não foi sem fazer certas reservas no tocante da sua forma literária (Clemente de Alexandria, Orígenes). É que, com efeito, o estilo da escrita dessa carta é de uma pureza elegante que não pertence a Paulo. A maneira de citar e utilizar o AT não é a sua. Faltam aí o endereço e o preâmbulo com o qual ele costuma iniciar suas cartas.

O Novo Testamento

Enquanto o Antigo Testamento reúne livros escritos ao longo de mais de 1.000 anos que contam a história do povo de Deus desde a antiguidade, o Novo Testamento se limita aos eventos de apenas um século, e todos os seus livros foram escritos até o fim do primeiro século d.C. Esses fatos facilitam o nosso estudo, porque a história do Novo Testamento é bem menos complexo em comparação com o Velho Testamento.

Os primeiros quatro livros, Mateus, Marcos, Lucas e João, são biografias de Jesus Cristo. Mateus e Lucas começam com a infância de Jesus. Marcos pula os primeiros 30 anos e focaliza o ministério de Jesus, que provavelmente durou um pouco mais de três anos. João, também, enfatiza o ministério de Jesus, mas inicia com o papel de Jesus na criação do universo para iniciar sua defesa da sua divindade.


Para completar a parte principal da história do Novo Testamento, precisamos de mais um livro, os Atos dos Apóstolos, comumente conhecido apenas como Atos. Este registro começa onde os evangelhos terminam e conta a história da igreja primitiva durante suas primeiras três décadas. O autor deste livro, Lucas, apresentou fatos importantes do início da igreja acompanhando o trabalho de dois dos apóstolos, Pedro e Paulo.

Os outros 22 livros foram escritos por apóstolos e outros servos do Senhor do primeiro século, e servem para guiar o nosso serviço a Deus.

Paulo, um homem que perseguia a igreja antes da sua conversão a Cristo, se tornou um dos mais influentes dos apóstolos e escreveu 13 destas epístolas. As cartas dele normalmente tratam de questões doutrinárias, muitas vezes corrigindo distorções que já surgiam naquela época. Entre os assuntos que Paulo abordou estão a relação da graça e fé em Cristo com a lei do Antigo Testamento, o perigo da idolatria e da imoralidade, a ameaça de filosofias humanas, a importância da ressurreição de Jesus, os princípios que servem como base da comunhão entre homens e Deus e da comunhão entre servos de Deus. Nas suas epístolas, Paulo também tratava de questões práticas, como relacionamentos familiares e profissionais, a conduta do cristão em relação ao governo e, especialmente, o comportamento correto da igreja. Ele falou da organização das igrejas locais, do louvor a Deus, de como arrecadar e utilizar os recursos financeiros e da importância de sempre agir conforme a palavra revelada pelo Senhor nas Escrituras.

Os outros nove livros foram escritos por mais cinco autores. O apóstolo Pedro escreveu duas epístolas, frisando alguns temas parecidos com os escritos de Paulo. Tiago e Judas (provavelmente dois dos irmãos de Jesus) escreveram pequenas mas importantes cartas. João, o mesmo apóstolo que escreveu o quarto evangelho, também foi o autor de mais três pequenas epístolas e do livro do Apocalipse, uma mensagem cheia de figuras fortes para mostrar que Deus não esquece do seu povo aqui na terra. Não sabemos quem escreveu Hebreus, uma rica afirmação da superioridade de Jesus e de sua revelação aos homens.

O Novo Testamento encerra a revelação da palavra de Deus ao homem! 

Salmo 4

Qualquer que obedece à palavra do Filho não peca, pois a semente de Deus permanece nele ( 1Jo 3:9 ). Neste sentido disse Moisés: “E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis” (Êx 20:20).

1 OUVE-ME quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. 2 Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? (Selá.) 3 Sabei, pois, que o SENHOR separou para si aquele que é piedoso; o SENHOR ouvirá quando eu clamar a ele. 4 Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos. (Selá.) 5 Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no SENHOR.
6 Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? SENHOR, exalta sobre nós a luz do teu rosto. 7 Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho. 8 Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança.

Esse é mais um Salmo messiânico que descreve a confiança do Cristo em Deus, mesmo em meio às adversidades que teria que enfrentar, desde o jardim do Getsêmani até o Calvário.

Como é possível na angústia ter largueza? Parece contraditório passar por aflição, dificuldade, aperto e ter toda suficiência, toda largueza. O clamor registrado no Salmo 4: ‘Ouve-me, quando clamo…’ (v. 1) está em consonância com a vontade do Pai que, em outros Salmos, promete estar com Cristo na angústia (Sl 91:15).

O único homem que foi afligido de modo a exclamar que estava angustiado até a morte foi o Filho de Davi e isso porque foi do agrado de Deus fazê-Lo enfermar.

“E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo” (Mt 26:37-38).

“Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão” (Is 53:10).

Salmo 149

Proclamando a Cristo, como diz as Escrituras, os seus santos estarão entoando louvores a Deus. Basta ao povo do Altíssimo batalhar pela fé (evangelho), que uma vez foi dada aos santos, que estará adorando a Deus, na beleza da sua santidade. Basta desembainhar a espada do Espírito, manejando bem a palavra de Deus, que o crente estará adorando a Deus, em espírito e em verdade. 

Salmo 149 – A palavra de Deus é espada de dois gumes

  1. LOUVAI ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos.
  2. Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.
  3. Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.
  4. Porque o SENHOR se agrada do seu povo; ornará os mansos com a salvação.
  5. Exultem os santos na glória; alegrem-se nas suas camas.
  6. Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e espada de dois fios nas suas mãos,
  7. Para tomarem vingança dos gentios, e darem repreensões aos povos;
  8. Para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro;
  9. Para fazerem neles o juízo escrito; esta será a glória de todos os santos. Louvai ao SENHOR.

Tornou-se consenso nas comunidades cristãs, que louvar a Deus é entoar uma melodia harmoniosa e ritmada, com uma letra de conteúdo sacro. Seria este o louvor que Deus requer dos homens?


Se observarmos os elementos que constituem as poesias dos Salmos, vê-se que não há rima ou ritmo antes, nos deparamos com ideias cadenciadas e relacionadas entre si, regidas por asserções simples.

Vender a alma ao diabo

Como bem sabemos, o diabo é o pai da mentira e a especialidade dele é enganar os incautos. Ora, todos os homens estão perdidos por serem descendentes de Adão, porém, o diabo propaga a ideia de que é possível o homem vender sua alma em troca de bens materiais para prendê-los ainda mais à ignorância, pois os que ignoram a verdade do evangelho não sabem que estão perdidos por causa da desobediência de Adão.

É possível vender a alma ao diabo?

No imaginário popular é corrente a ideia de que é possível ao homem vender a sua alma ao diabo e tal pensamento também está tomando corpo nas igrejas evangélicas.

O que a Bíblia diz? É possível a alguém vender-se ao diabo? De onde surgiu tal concepção?


A Bíblia demonstra que todos os homens pecaram e que todos estão destituídos da glória de Deus ( Rm 3:23 ). Ela demonstra que toda humanidade foi vendida como escrava ao pecado por Adão ( 1Co 15:21 ).

Nenhum descendente de Adão precisou escolher conscientemente estar sujeito ao pecado para ser pecador. Independentemente da consciência, do conhecimento, da moral, do costume, do comportamento, do bem e do mal todos os homens ao nascer (simplesmente por nascer segundo Adão) tornaram-se escravos do pecado ( Rm 5:12 ).

Salmo 26

Ao ler o Salmo 26, o leitor precisa considerar a pessoa de Cristo e que o salmista era profeta. É imprescindível considerar que o salmista não estava orando a Deus confiado em si mesmo, antes, profetizava acerca do Cristo.

“1 JULGA-ME, SENHOR, pois tenho andado em minha sinceridade; tenho confiado também no SENHOR; não vacilarei. 2 Examina-me, SENHOR, e prova-me; esquadrinha os meus rins e o meu coração. 3 Porque a tua benignidade está diante dos meus olhos; e tenho andado na tua verdade.  4 Não me tenho assentado com homens vãos, nem converso com os homens dissimulados. 5 Tenho odiado a congregação de malfeitores; nem me ajunto com os ímpios. 6 Lavo as minhas mãos na inocência; e assim andarei, SENHOR, ao redor do teu altar. 7 Para publicar com voz de louvor e contar todas as tuas maravilhas. 8 SENHOR, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória. 9 Não apanhes a minha alma com os pecadores, nem a minha vida com os homens sanguinolentos, 10 Em cujas mãos há malefício, e cuja mão direita está cheia de subornos. 11 Mas eu ando na minha sinceridade; livra-me e tem piedade de mim. 12 O meu pé está posto em caminho plano; nas congregações louvarei ao SENHOR” (Salmo 26:1-12).

Outro Salmo do profeta Davi (1 Cr 25:1-3), portanto, se faz necessário interpretá-lo, considerando que, pelo espírito, o rei e salmista Davi não falava acerca de si mesmo, mas do seu Filho, o Messias.

“Sendo, pois, ele (Davi) profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que, do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono. Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção.” (At 2:30-31)

Da mesma forma que o Salmo 16 refere-se a Cristo, uma profecia de Davi acerca da ressurreição do Cristo, o Salmo 26 apresenta mais algumas características do Messias de Israel.

“Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, Porque está à minha direita, para que eu não seja comovido; Por isso, se alegrou o meu coração e a minha língua exultou; E ainda a minha carne há de repousar em esperança; Pois não deixarás a minha alma no inferno, Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção; Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; Com a tua face me encherás de júbilo.” (At 2:25-28; Sl 16:8-11) 

Por que Deus não perdoou Adão e Eva

 Por que Deus não perdoou Adão e Eva

“Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.”  (Hebreus 12:17).


Esta é uma pergunta que corrói muitos cristãos, e os ateus, por sua vez, a utilizam como suporte para contestar as Escrituras através de lógicas simplistas.

Argumentos como:  ‘Se Jesus mandou perdoar 70×7, por que não perdoou Adão e Eva?’, é apresentada como se fosse um xeque-mate aos cristãos, e muitos não tem uma resposta.

Analisemos sobre o prisma bíblico essa questão, pois só as Escrituras possuem revelação segura suficiente para basilar a nossa confiança em Deus por intermédio de Cristo, nosso Senhor.

Adão e Deus no Éden 


Há quem argumente que a Bíblia é contraditória por Deus ter punido Adão e Eva se ambos não possuíam conhecimento do que era certo ou errado. Tal argumento é equivocado, pois apesar de o conhecimento do bem e do mal ser proveniente do fruto da árvore do conhecimento, Adão foi cientificado da liberdade que possuía, pois podia comer de todas as árvores que estavam no Jardim, inclusive o fruto da árvore da vida e do conhecimento do bem e do mal, e quais seriam as consequências.

“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gênesis 2:16-17).

Apocalipse - A prostituta assentada sobre a besta

Apocalipse 17 para muitos é o capítulo mais difícil de interpretar no livro do Apocalipse. É nesse capítulo que temos a descrição da grande meretriz, também chamada de “a grande Babilônia“. Apesar de no próprio capítulo 17 haver uma interpretação sobre a visão do Apóstolo João, ainda assim é bem difícil entendê-la.

Isto ocorre porque Apocalipse 17 se assemelha muito com o estilo literário do livro do Profeta Daniel. A mistura da narrativa entre reis do passado, presente e futuro na profecia, nos remete diretamente ao modelo do livro do Antigo Testamento.

Babilônia: A mãe das meretrizes

Apocalipse 17 descreve detalhadamente a figura dessa meretriz. Vale ressaltar que a grande Babilônia é citada anteriormente no livro do Apocalipse (14:8; 16:19). Entretanto, em tais citações ela é mencionada muito brevemente, enfatizando apenas a predição de sua queda.


Logo, no capítulo 17 é onde encontramos as maiores informações sobre ela. Já no capítulo 18 encontramos a narrativa detalhada de sua queda anunciada no capítulo 17.

Quem é a grande meretriz?

Sabemos que existem diferentes correntes escatológicas, e dentro delas há várias interpretações acerca de quem é a grande meretriz do livro do Apocalipse

Alguns defendem que essa meretriz (a grande Babilônia) representa exclusivamente um império futuro que se levantará no fim dos tempos. Será a confederação da Besta, ou seja, o sistema político e religioso do Anticristo que dominará o mundo. Logo, o uso do nome “Babilônia” é apenas simbólico para se referir a esse governo futuro.

Apocalipse - As sete taças

Os capítulos 15 e 16 formam a quinta seção paralela do livro do Apocalipse. Sabemos que o livro do Apocalipse é organizado em sete seções paralelas e progressivas, ou seja, a mesma história é contada e recontada, porém de ângulos diferentes, de modo que a cada vez que a história se repete novos elementos e detalhes são introduzidos lançando luz sobre a profecia revelada ao Apóstolo João.

Nessa quinta seção, onde João registra a visão dos sete anjos com as sete taças da ira de Deus (ou sete flagelos), será enfatizado o juízo de Deus sob a dureza do coração do homem. Essa seção nos mostra o derramamento da ira de Deus sobre os homens, e a triste realidade de que, mesmo diante do juízo divino, os homens continuam endurecidos, rebeldes e blasfemos.

Essa visão registrada pelo Apóstolo João nos mostra que ao longo da história Deus sempre envia juízos parciais que avisam o iníquo sobre seu pecado (as trombetas), mas quando esses avisos são desprezados, então segue-se o derramamento conclusivo de sua ira (as taças). É uma ira sem mistura, sem oportunidade para arrependimento, e que se torna completa no dia do juízo.

João começa o capítulo 15 escrevendo sobre a cena inicial de um culto (vers. 1-4), relembrando o culto ao redor do trono de Deus já mencionado anteriormente, sobretudo na visão do trono de Deus nos capítulos 4 e 5 do Apocalipse.

Apocalipse - A mulher e o dragão

A mulher vestida de sol

E VIU-SE um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz. (Ap 12:1,2) 

Após a visão dos sete selos e das sete trombetas, o evangelista vê um grande sinal nos céus. Os sinais que ele vê quando em espírito apresenta uma ‘visão’ panorâmica da história de Israel.

Estes dois versos não oferecem elementos suficientes para compor uma ideia ou correlação, pois ainda não foi apresentado um contexto que dê para correlacionar as figuras que compõe o quadro.

Dragão vermelho

E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra. (Ap 12:3,4)

Após ver uma mulher vestida do sol, o evangelista viu outra imagem: um dragão: “E viu-se outro sinal no céu…”. Nesta visão é destacada as características do dragão: grande, vermelho, com sete cabeças e dez chifres e sete diademas.

A visão destaca um elemento curioso: a cauda do dragão. A cauda do dragão (cor de fogo) fez com que a terça parte das estrelas a seguisse, e a terça parte das estrelas do céu foram lançadas sobre a terra.

As estrelas vistas neste sinal não são às incontáveis estrelas celestes, até porque o evangelista está narrando uma visão composta de figuras.

O Filho do homem

E o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.  E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. (Ap 12:4,5)

As duas figuras apresentadas compõe um quadro único, e o verso quatro une os dois, demonstrando que as visões da mulher e do dragão estão interligadas.

O dragão, ao parar diante da mulher, tinha o interesse de destruir a criança que estava no ventre da mulher que gritava com ânsias de dar a luz. O dragão estava pronto para tragar a criança quando ela nascesse (v. 4).

Apocalipse - As sete trombetas

As sete trombetas do Apocalipse é mais um dos temas amplamente discutidos dentro da escatologia bíblica. Devido às diferentes posições e estilos de leitura do livro do Apocalipse, diversas interpretações sobre as sete trombetas são defendidas entre os estudiosos.

As sete trombetas na visão Futurista

Geralmente quem adota a visão futurista do livro do Apocalipse, entende que o conteúdo do livro é linear, ou seja, os capítulos sucedem uns aos outros de forma cronológica, sendo que, a partir do capítulo 4, começa a descrição de uma série de eventos que ocorrerão principalmente no período final da presente era, conhecido como “a grande tribulação”. Também é verdade que a maioria dos estudiosos que defendem essa posição, acredita que esse período final terá a duração de sete anos, e iniciará após o arrebatamento secreto da Igreja.

Sob esse pensamento, as sete trombetas se referem a acontecimentos que ocorrerão em algum momento dentro do período de tribulação, sequencialmente após a abertura dos selos do capítulo 6 do Apocalipse. Também é importante dizer que essa interpretação considerará, em sua maior parte, o sentido literal do texto, e não seu sentido simbólico.


Nessa interpretação, a primeira trombeta mostra a vegetação sendo queimada por conta de uma chuva de saraiva e fogo misturado com sangue; a segunda trombeta mostra a mortandade da terça parte dos peixes que vivem no mar; a terceira trombeta mostra a contaminação da terça parte dos rios e das fontes das águas; a quarta trombeta mostra o espaço sideral sendo abalado, de modo que será alterada a duração do brilho do dia na terra, a quinta trombeta mostra uma praga de criaturas semelhante ao gafanhoto que literalmente picará as pessoas durante cinco meses trazendo-lhes grande sofrimento (alguns estudiosos dessa linha de interpretação, de forma mais coerente, entendem que tais figuras simbolizam demônios), a sexta trombeta mostra a soltura de anjos terríveis que estavam presos no rio Eufrates, a fim de matarem a terça parte dos homens. Já a sétima trombeta abrange os julgamentos descritos nas sete taças, ou seja, os últimos eventos que se estendem até a volta de Cristo em glória para estabelecer seu reino milenial na terra.

Apocalipse - Os sete selos

De forma geral, basicamente existem duas interpretações sobre o significado do livro em relação ao período que ele descreve. É importante entender esse princípio antes de discutir a abertura dos selos, pois, a interpretação de cada selo, será completamente dependente da posição adotada acerca do período a qual os relados desse livro se destina.

Interpretação 1

Descreve o período da grande tribulação

Nesta interpretação, o livro selado com sete selos, descreve o período final da presente era, ou seja, a grande tribulação. Geralmente essa posição é defendida por quem adota a interpretação futurista do livro do Apocalipse, o que é mais comum dentro da corrente escatológica conhecida como Pré-Milenismo Dispensacionalista Clássico, que defende a visão Pré-Tribulacionista do arrebatamento da Igreja.

Hoje, podemos dizer que a maioria dos cristãos segue essa linha escatológica, principalmente devido ao grande número de livros e trilogias de filmes já produzidas que defendem essa posição. Dentro dessa corrente escatológica, a interpretação dos sete selos é bem simples:

  • Primeiro Selo:  o cavalo branco com seu cavaleiro representa o anticristo que seduzirá as nações.
  • Segundo Selo: o cavalo vermelho com seu cavaleiro representa as guerras que ocorrerão nesse período futuro, talvez até uma grande guerra mundial, culminando na perseguição dos judeus.
  • Terceiro Selo: o cavalo preto com seu cavaleiro, representa uma grande fome que assolará a terra, e quem não tiver a “marca da besta”, ou seja, o controle proposto pelo Anticristo, não poderá comprar nem vender.
  • Quarto Selo:  mostra o cavalo amarelo com seu cavaleiro, que representa o grande número de mortes que ocorrerão na grande tribulação pelas mais diversas causas.
  • Quinto Selo: João vê os mártires da grande tribulação, ou seja, os cristãos que morreram nesse período especifico em decorrência da perseguição imposta pelo Anticristo.
  • Sexto Selo: o mostra terríveis desastres naturais como: grandes terremotos, eclipses, queda de estrelas (segundo quem defende essa posição seriam meteoros) e muitas pessoas morrerão por conta disso.
  • Interlúdio: entre o sexto e o sétimo selo, João vê judeus que se converterão na grande tribulação e serão selados, isto é, protegidos por Deus durante esse período, e também os mártires de todas as nações que morrerão em decorrência da perseguição do Anticristo. 
  • Sétimo Selo: refere-se à segunda metade da grande tribulação, com os anjos tocando sete trombetas, que representam mais sete acontecimentos que assolarão o mundo.


Apocalipse - As sete igrejas

As sete igrejas da Ásia Menor, são, originalmente, as destinatárias do livro do Apocalipse. Essas igrejas ficaram popularmente conhecidas como “as sete igrejas do Apocalipse“.

O número “sete” é muito representativo na construção do livro do Apocalipse. O número “sete” é aplicado explicitamente 54 vezes em todo livro, incluindo: as sete igrejas, sete estrelas, sete espíritos, sete selossete trombetassete taças etc. Implicitamente temos várias aplicações como: sete seções que dividem o livro, sete bem-aventuranças, sete referências a Palavra de Deus, sete vezes a referência “Deus todo poderoso”, dentre outras.



Basicamente, o número sete no Apocalipse representa a totalidade, algo completo. Sendo assim, uma boa explicação sobre o porquê de “sete igrejas” é a indicação de que o livro é atual para todas as igrejas de todas as épocas, porém sem desconsiderar que as sete igrejas descritas são as destinatárias primárias.

As sete igrejas do Apocalipse

A relação das sete igrejas pode ser encontrada facilmente logo no capítulo 1 do livro do Apocalipse (Ap 1:11), sendo elas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia, e Laodicéia.

Apocalipse - Interpretação

Ao longo dos séculos, foram desenvolvidas quatro principais abordagens para a interpretação do livro do Apocalipse.

Cada uma delas encontrou competentes defensores, mas nenhuma chegou a ser devidamente comprovada como a única maneira de entender esse livro.


ABORDAGEM

DESCRIÇÃO

DESAFIO

PRECAUÇÃO

Visão

Preterista

João está escrevendo para encorajar os cristãos de seu tempo que estavam sofrendo perseguições por parte do  Império Romano.

Alcançar a mesma forma de encorajamento que os primeiros leitores de João, através de imagens vividas da soberania de Deus.

Não esquecer que a maioria das profecias bíblicas tem aplicação imediata e também futura.

Visão

Futurista

Com exceção dos três primeiros capítulos, João está escrevendo eventos que ocorrerão no final da história.

Ver nos acontecimentos atuais muitas das características descritas por João e entender que o fim poderá chegar a qualquer momento.

Não supor que “descobrimos” o futuro, pois Jesus disse que ninguém saberá o dia de sua volta, antes que ela ocorra.

Visão Historicista

O livro do Apocalipse é uma apresentação da história desde a época de João até a segunda vinda de Cristo, e mesmo depois dessa data.

Constatar a consistência da maldade humana através da história e reconhecer que os nomes podem mudar, mas que a rebelião contra Deus continua a mesma.

Tomar cuidado para não identificar algum líder ou acontecimento atual como sendo o cumprimento de algum aspecto do livro do Apocalipse.

Visão

Idealista

O livro do Apocalipse é uma representação simbólica da luta permanente entre o bem e o mal. Ele não se refere a nenhum evento histórico em particular, mas pode ser aplicado a qualquer ponto na história.

Atingir um certo discernimento do passado para se preparar para o futuro, e viver em obediência e confiança no presente.

Não evitar esse livro por causa de sua aparente dificuldade ou complexidade, e procurar entender o Apocalipse dentro de um contexto literário mais amplo.