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Salmo 4

Qualquer que obedece à palavra do Filho não peca, pois a semente de Deus permanece nele ( 1Jo 3:9 ). Neste sentido disse Moisés: “E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis” (Êx 20:20).

1 OUVE-ME quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. 2 Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? (Selá.) 3 Sabei, pois, que o SENHOR separou para si aquele que é piedoso; o SENHOR ouvirá quando eu clamar a ele. 4 Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos. (Selá.) 5 Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no SENHOR.
6 Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? SENHOR, exalta sobre nós a luz do teu rosto. 7 Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho. 8 Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança.

Esse é mais um Salmo messiânico que descreve a confiança do Cristo em Deus, mesmo em meio às adversidades que teria que enfrentar, desde o jardim do Getsêmani até o Calvário.

Como é possível na angústia ter largueza? Parece contraditório passar por aflição, dificuldade, aperto e ter toda suficiência, toda largueza. O clamor registrado no Salmo 4: ‘Ouve-me, quando clamo…’ (v. 1) está em consonância com a vontade do Pai que, em outros Salmos, promete estar com Cristo na angústia (Sl 91:15).

O único homem que foi afligido de modo a exclamar que estava angustiado até a morte foi o Filho de Davi e isso porque foi do agrado de Deus fazê-Lo enfermar.

“E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo” (Mt 26:37-38).

“Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão” (Is 53:10).

A análise do Salmo 4 terá como ponto de partida a angústia, não do ponto de vista da psicologia ou da psicanálise, de alguém inseguro, rancoroso ou ressentido, mas da perspectiva dos eventos que antecederam a morte de Cristo: “Não te alongues de mim, pois a angústia está perto e não há quem ajude” (Sl 22:11); “Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22:42).

É notório que o Salmo 22 é messiânico e descreve o sofrimento de Cristo nos momentos que antecederam a sua morte, tanto que Cristo recitou o primeiro verso do Salmo 22 em aramaico para que os que ali estavam entendessem que o Salmo 22 se cumpria aos ouvidos dos que ali estavam: – ‘Elohim, Elohim, lamá sabactâni’, ou seja,  “DEUS meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Sl 22:1); “DEUS meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27:46).

Apesar da angústia, temos de compreender a largueza que o Pai proporcionou ao Filho, pela segurança que o Pai transmitiu, com as garantias contidas nas Escrituras, visto que estava registrado que Deus não viraria as costas para o seu Filho, quando cravado na cruz, e nem esconderia dele o seu rosto, antes, quando clamou, Deus ouviu o seu Filho: “Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu” (Sl 22:24). 

Confiança em Deus

1 OUVE-ME quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.

O salmista Davi faz um pronunciamento profético: “Ouve-me quando eu clamo, ó Deus da minha justiça…” (v. 1). Nesta previsão, o salmista registra a confiança do Cristo, de que seria prontamente ouvido pelo Pai, quando na angústia.

Alguém pode questionar: Como ter certeza de que essa é a interpretação correta desse verso? Essa dúvida é importantíssima, pois era dessa forma que se comportavam os bereanos, quando eram instruídos pelo apóstolo Paulo (At 17:11).

Para verificar o que foi afirmado acerca do verso 1, do Salmo 4, basta examinar o Salmo 31:

“Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias. E não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar espaçoso. Tem misericórdia de mim, ó SENHOR, porque estou angustiado. Consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu ventre” (Sl 31:7-9).

O Salmo 31 torna claro o quanto o Cristo esteve angustiado, antes de ser crucificado, e no que consiste a largueza que o Pai lhe concedeu. Para aqueles que ainda têm dúvidas se o Salmo 31 é messiânico e que retrata as agruras que antecedem a morte de Cristo, basta ler o verso 5:

“Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me redimiste, SENHOR Deus da verdade” (Sl 31:5; Lc 23:46).

Como já foi dito, os Salmos são escritos proféticos, o que indica que os salmistas não falam de si mesmos, antes, inspirados por Deus, davam testemunho do Cristo. Todas as vezes que lemos as Escrituras, devemos ter em mente a lição de Filipe: “Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro?” (At 8:34).

A aflição que se abateu sobre o Cristo era em decorrência da morte do seu corpo físico, porém, caminhou para o calvário regozijado por estar cumprindo a vontade do Pai, que foi benigno para com Ele, quando O elegeu para expiação do povo: “Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste. Então, disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração” (Sl 40:6-8); “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão” (Is 53:10).

Apesar de angustiado e consumido de tristeza, em função das agruras da cruz, que acometeram o seu corpo (Sl 22:11), o Cristo não foi entregue nas mãos dos seus inimigos, antes, entregou a sua alma nas mãos do Pai, que o colocou a salvo (lugar espaçoso) dos seus inimigos (Sl 40:2). A sua alma não foi deixada na morte, pois o Pai o livrou e o pôs em um alto retiro: à destra da Majestade nas alturas (Sl 91:14).

Cristo invocou o Pai, dizendo: – “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? (Sl 22:1), pois essa era a perspectiva dos seus opositores, ao pé da cruz. No entanto, os opositores de Jesus, ao pé da cruz, não sabiam que, quando Jesus clamou, Deus lhe respondeu, pois permaneceu com Ele na angústia: “Porque não desprezou, nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu” (Sl 22:24).

Quem, na angústia, teve total segurança (largueza)? Quem Deus haveria de livrar e glorificar? A resposta é: Cristo, conforme se lê:

“Não te alongues de mim, pois a angústia está perto e não há quem ajude” (Sl 22:11).

“E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl 50:15).

“E tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João e começou a ter pavor e a angustiar-se” (Mc 14:33).

Largueza na angústia é afirmar, em oração, com um coração regozijado que ‘a sua carne repousará segura’. Saber que desceria às partes mais baixas da terra (sepultura) não trouxe insegurança, antes trouxe regozijo e segurança, pois estava seguro de que Deus haveria de trazê-Lo à vida novamente, fiado na promessa de que não seria deixado na morte e nem veria corrupção: “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (Sl 16:10).

Na angústia, Deus concedeu a Cristo a liberalidade de decidir cumprir ou não a vontade do Pai. Embora, tivesse à sua disposição doze legiões de anjos e ninguém tivesse o poder de tirar a sua vida, Jesus exerceu o poder de dar a sua vida e, assim, conquistou o poder de tornar a tomá-la: “Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai” (Jo 10:18).

Os Salmos não retratam os sentimentos e as emoções de Davi, pois Ele ainda está na sepultura e não subiu aos céus (At 2:29; At 2:34). Mas, Cristo, apesar dos sofrimentos e da morte, foi livre da morte, glorificado, e alcançou abundância de dias: “Ao qual, Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela; Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, Porque está à minha direita, para que eu não seja comovido; Por isso, se alegrou o meu coração e a minha língua exultou; E, ainda, a minha carne há de repousar em esperança; Pois não deixarás a minha alma no inferno, Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção; Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; Com a tua face me encherás de júbilo. Homens, irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado e entre nós está, até hoje, a sua sepultura” (At 2:24-29; Sl 91:15).

 

Rejeição dos filhos de Israel ao Messias

2 Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? (Selá.)

Após direcionar a sua palavra ao Pai, em espírito, através do salmista, o Filho reprova a atitude dos homens: até quando amariam a vaidade e buscariam a mentira? Até quando transtornariam a glória do Cristo em infâmia?

A glória do Cristo estava em fazer a vontade do Pai, que era enfermá-Lo, porém, os opositores de Cristo interpretaram que aquela ignomínia era sinal de infâmia. A glória de Cristo estava em ser Servo obediente, mas os homens reputaram que Cristo era maldito ao contemplá-Lo na cruz: “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:8).

Jesus humilhou-se a si mesmo, ou seja, se fez servo, ao ser obediente até a morte, pois, nesse ato, estava a sua glória, de modo que Deus o exaltou soberanamente: “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome” (Fp 2:9).

O aflito do Senhor era a luz do mundo, porém, os seus concidadãos (judeus), O rejeitaram, a palavra da verdade, se refugiaram na mentira e na vaidade de seus corações mentirosos. Seguindo os seus próprios caminhos, converteram em infâmia a glória do Filho de Deus. Cristo, a rocha eleita e preciosa, tornou-se rocha de escândalo para os filhos de Israel: “Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pr 3:5; Is 8:14).

As Escrituras não fazem referência ao rei Davi como possuidor de glória, nem que se dirigisse aos filhos dos homens, exigindo tal reconhecimento de alguma glória que lhe fosse devida; portanto, da mesma forma que o apóstolo Pedro concluiu que Davi, ao profetizar, fez uma previsão específica da morte e ressurreição de Cristo no Salmo 16 (At 2:31), podemos inferir que o salmista registrou no Salmo 4 uma previsão do Messias reclamando aos homens, que não tivesse por infâmia a sua glória, de realizar a vontade do Pai. 

O servo escolhido

3 Sabei, pois, que o SENHOR separou para si aquele que é piedoso; o SENHOR ouvirá quando eu clamar a ele.

O profeta Miquéias relata que ‘pereceu o homem piedoso’ e, que ‘não havia entre os homens quem fosse reto’ (Mq 7:2). Entretanto, o salmista aponta para alguém que foi separado para Deus por ser ‘piedoso’. Vale destacar que a frase está no singular, falando de um só, não de muitos piedosos (… o Senhor separou para si aquele que é piedoso).

Ora, o homem piedoso que Malaquias diz que pereceu, refere-se a Adão. Depois da queda de Adão, todos os seus descendentes se desviaram e todos juntamente se fizeram imundos, ou seja, em um único evento (a queda), todos se fizeram impróprios para o propósito de Deus, ninguém mais era piedoso (Sl 14:3).

Cristo, o último Adão, é o homem piedoso escolhido por Deus para ser mediador entre Deus e os homens. Cristo é o homem piedoso, reto, íntegro, que Deus separou para si. O Cristo teve plena certeza de que Deus sempre haveria de ouvi-lo, pois esse é um firme fundamento, sob a garantia de Deus (selo): “O Senhor conhece os que são seus” (2 Tm 2:19; Jo 11:14).

Em reconhecer a Cristo como o homem piedoso que Deus escolheu (ungido) e que Deus O ouvia, estaria a salvação dos filhos de Israel, mas desprezaram-No por causa da aparência: nenhuma beleza havia para que os homens o desejassem. 

Irá-vos e não pequeis

4 Perturbai-vos[3] e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos. (Selá.) 5 Oferecei sacrifícios de justiça e confiai no SENHOR.

Na condição de eleito, Cristo – o Mediador – alerta aos filhos da desobediência e da ira para obedecerem a Deus, consequentemente, não pecariam: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119:11).

A ordem é clara: tremei e não pequeis, ou seja, obedecei e não pecareis. Tremer é o mesmo que tremor. Qualquer que treme da palavra do Filho de Deus não peca: “Ouvi a palavra do SENHOR, os que tremeis da sua palavra. Vossos irmãos, que vos odeiam e que para longe vos lançam, por amor do meu nome, dizem: Seja glorificado o SENHOR, para que vejamos a vossa alegria; mas eles serão confundidos” (Is 66:5).

Qualquer que obedece à palavra do Filho não peca, pois a semente de Deus permanece nele ( 1Jo 3:9 ). Neste sentido disse Moisés: “E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis” (Êx 20:20).

A recomendação do Salmo 2, para os reis da terra: “Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos com tremor” (Sl 2:11), é o mesmo que dizer: Obedecei (tremor) a palavra (temor) do Senhor.

O apóstolo Paulo cita o verso 4, do Salmo 4, na epístola que escreveu aos cristãos de Éfeso:

“Por isso deixai a mentira e falai a verdade, cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4:25-26).

Geralmente, fazem conexão entre a citação do verso 4, do Salmo 4, com a recomendação aos cristãos para não deixar o sol se pôr sobre a ira. Entretanto, a citação do Salmo tem conexão com o fato de os cristãos serem membros, uns dos outros, e com a citação de Zacarias:

“Estas são as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas” (Zc 8:16).

A ordem para deixar a mentira e falar a verdade cada um com o seu próximo demanda obediência (deveis fazer), daí, a necessidade de tremer (obedecer), para não pecar contra o Senhor.

Sacrifício para Deus é um espírito quebrantado, submisso, ou seja, diz daquele que treme da sua palavra (Sl 51:17). Só é possível oferecer sacrifício de justiça, quando se confia em Deus, crendo em Cristo. Sacrifício de justiça só é possível através de Cristo, o Senhor que é a nossa justiça (Sl 51:19).

São sinônimas as ideias: ‘oferecei sacrifícios de justiça’ e ‘confiai no Senhor’, pois quem confia em Cristo, a palavra que concede vida, além e crer com o coração, oferece sacrifício de justiça, pois professa o Seu nome, que é o fruto dos lábios. Todos os que confiam, invocam a Deus e vice-versa: “Visto que, com o coração, se crê para a justiça e com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10:10; Hb 13:15; Os 14:2 e Pv 18:20). 

O Senhor que escondeu o seu rosto

6 Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? SENHOR, exalta sobre nós a luz do teu rosto.

Muitos, dentre os homens, questionam: Quem nos mostrará o bem? Ora, a resposta é o Mediador estabelecido por Deus: Jesus Cristo-homem. Ele é a luz. Ele é o resplendor da glória de Deus!

Observe o que diz o Salmo 67:

“DEUS tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós (Selá.) Para que se conheça na terra o teu caminho e entre todas as nações a tua salvação” (Sl 67:1-2).

O caminho do Senhor, conhecido na terra, é o bem de Deus revelado aos homens, pois o caminho do Senhor, diz de Cristo, a luz que resplandeceu nas trevas (Jo 1:5 ).

A luz do Senhor é a resposta. Somente a luz do Senhor mostrará o bem: “Nele (Verbo) estava a vida e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:4). Deus mostrou a sua luz (exaltou) quando nos revelou Jesus: “Deus é o SENHOR, que nos mostrou a luz; atai o sacrifício da festa com cordas, até às pontas do altar” (Sl 118:2).

A luz do rosto do Senhor foi revelada em Cristo: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo (2Co 4:6).

Cristo é a pedra que seguia os filhos de Israel pelo deserto. A Rocha que rejeitaram. O Senhor que escondeu o seu rosto da casa de Israel: Esconderei, pois, totalmente o meu rosto naquele dia, por todo o mal que tiver feito, por se haverem tornado a outros deuses” (Dt 31:18).

Porém, Isaías profetizou, apontando a sua esperança no Senhor, que esconde o seu rosto da casa de Israel. O Senhor que esconde o seu rosto da casa de Israel tornou-se pedra de tropeço às duas casas de Israel, a quem devemos o temor e o assombro: “E esperarei ao SENHOR, que esconde o seu rosto da casa de Jacó e a ele aguardarei” (Is 8:17; Is 8:13-14; Sl 4:4). 

Alegria da salvação

7 Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho. 8 Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança.

O Salmista descreve a alegria no coração do Messias, como maior que a alegria que ocorre no coração dos homens, quando se multiplica a colheita de trigo e vinho. A alegria do Messias como último Adão está na sua descendência espiritual, por isso Isaías diz: “Eis me aqui, com os filhos que me deu o Senhor” (Is 8:18); “Mas aos santos que estão na terra, e aos ilustres em quem está todo o meu prazer” (Sl 16:3).

O verso 8 retrata o momento da morte do Messias, que em paz deitaria e dormiria, pela segurança que o Pai lhe proporcionou: “Portanto, está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também, a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (Sl 16:9-10; Sl 30:3; Sl 31:5).

Ora, Cristo é aquele que habitava no esconderijo do Altíssimo e, após ser introduzido no mundo dos homens, passou a descansar à sombra do Onipotente (Sl 91:1). Jesus Cristo, homem, alcançou ‘largueza’, por confiar plenamente na proteção do Pai (Sl 4:1).

 

Fonte: Estudos Bíblicos Teológicos Evangélicos


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