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As frases que Jesus pronunciou na cruz

Para compreendermos a essência da crucificação, temos que entender os Salmos que profetizaram acerca daquele momento cruento, pois tudo o que estava escrito nos Salmos acerca de Cristo cumpriu-se, e as frases que Jesus pronunciou na cruz evidencia essa verdade.

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (1 Coríntios 5:7).

Para meditar no evento da crucificação, analisemos as oito frases que Jesus pronunciou quando estava pendurado na cruz, e os seus motivos.

Eli, Eli, lemá sabactâni

Os evangelistas Mateus e Marcos registraram somente uma frase pronunciada por Cristo quando na cruz, isso por volta da hora nona, aproximadamente as três horas da tarde. A frase pronunciada estava em aramaico: ‘Eli, Eli, lemá sabactâni’, e a tradução é: ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ (Mateus 27:46; Marcos 15:34).


A fala de Jesus registrada pelo evangelista Mateus é citação do Salmo 22, verso 1: “DEUS meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido?” (Salmo 22:1).

Basta uma rápida leitura do Salmo 22 para identificar que o salmista fez uma descrição profética do evento da crucificação, desde quem estava na cruz (Salmo 22:6), ao povo que assistia (Salmo 22:7,8; Mateus 27:41-44).

Aos olhos dos que assistiam a crucificação, o crucificado era tido por aflito, ferido de Deus e oprimido.

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.” (Isaías 53:4).

Mas, como o Pai havia prometido ao Cristo que estaria com Ele na angustia (Salmo 91:15), no Salmo 22 termos um pedido de Cristo:

“Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude (…) Mas tu, SENHOR, não te alongues de mim. Força minha, apressa-te em socorrer-me.” (Salmo 22:11).

O Cristo na condição de opróbrio dos homens esteve desamparado na cruz, mas por Deus não foi desprezado, e a Sua aflição não foi uma abominação.

“Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.” (Salmo 22:24; 38:21).

Certo é que Deus não escondeu o seu rosto de Cristo, pois quando Ele clamou foi ouvido, pois como foi obediente ao Pai em tudo, Deus o livrou da morte, e foi posto em um alto retiro: à destra a majestade nas alturas (Salmo 110:1).

“Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.” (salmo 91:14 -16).

 Não sabem o que fazem

Quando no lugar chamado Caveira, Jesus foi crucificado juntamente com dois ladrões, um a sua direita e o outro a sua esquerda, quando Jesus disse: “Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).

Nesta fala Jesus não está perdoando os pecados das pessoas que estavam a crucificá-lo, antes Jesus roga ao Pai que os deixassem, ou seja, que não interferisse, vez que não sabiam o que faziam.

O termo grego ἀφίημι (aphiemi) possui diversos significados, e em função da repreensão feita no Sermão da Montanha que exigia dos judeus uma atitude superior a dos gentios, que diz: ‘Amai os vossos inimigos’ (Mateus 5:44), adotam o significado de perdão, sendo que a ideia é deixe-os.

“Portanto eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram nos seus próprios conselhos.” (Salmo 81:12; Romanos 1:28).

O povo se deixou levar por seus líderes invejosos (Marcos 15:10), e reiterou que a culpa pelo sangue inocente recaísse sobre eles e os seus filhos.

“E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.” (Mateus 27:25).

Como é sabido, Cristo poderia rogar ao Pai legiões de seres angelicais para defenderem-no daquela hora amarga, mas não o fez por estar disposto a obedecer o Pai até a morte.

“Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?” (Mateus 26:52 -54).

Ao dizer: ‘Pai, deixe-os…’, afastou a possibilidade de se socorrer do Pai, enfatizando que os que estavam a crucifica-lo desconheciam o que faziam.

“E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes. Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado; que o Cristo havia de padecer.” (Atos 3;17 -18);

“A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos;” (Atos 2:23).

Os soldados romanos nada sabiam por não ter contato com as Escrituras e estavam executando ordem de Pilatos. Já os filhos de Israel, mesmo tendo as Escrituras nas mãos, nada sabiam e nada entendiam, pois estava com os olhos como que vetados para não ver.

“Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam.” (Isaías 44:18);

“O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” (Provérbios 4:19).

O paraíso com Cristo

Um dos ladrões ao lado da cruz reconheceu que ali estava em função dos seus crimes, e que Jesus era inocente de crime, e reconheceu a Cristo como Senhor em seu reino (Lucas 23:40 -42).

Um ladrão injuriava o Cristo na cruz questionando o fato de Jesus ser o Cristo (Lucas 23:39), mas o outro ladrão que reconheceu o fato de Jesus ser Senhor e ter um reino, ou seja, implicitamente reconheceu Jesus como o Cristo, o salvador. Foi quando Jesus disse: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43).


O ladrão que pediu para que fosse lembrado não era bom, como muitos dizem. Ele era um ladrão como muitos que há no mundo, mas o diferencial é que Ele invocou a Cristo como Senhor em tempo oportuno.

“Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam.” (Salmos 86:5).

“Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.” (Romanos 10:12).

Quando passou para a eternidade, o ladrão da cruz no mesmo instante abriu os olhos na eternidade, e passou a estar para sempre com o Senhor, pois na eternidade não há espaço tempo, de modo que seja necessário os que partiram com o Senhor ficarem em um lugar de espera.

Uma coisa é certa, enquanto no corpo estamos ausentes de Cristo, mas temos confiança que, se deixarmos o corpo, passaremos a habitar com Ele.

“Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (Porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.” (2 Coríntios 5 : 6 -8).

Quem morreu com Cristo não precederá os que estiverem vivos, e nem os vivos precederão os mortos no arrebatamento, pois como a igreja é o corpo de Cristo, os que morreram no passado, a um só momento abrem os olhos na eternidade ao som da trombeta.

“Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.” (1 Tessalonicenses 4:15).

Com relação a nos que estamos vivos parece que os que morreram dormem no Senhor, mas quando compreendemos que na eternidade não há espaço tempo, certo é que quando qualquer que passa para a eternidade no Senhor, imediatamente abre os olhos na eternidade para estar com o Senhor. 

Nas tuas mãos entrego o meu espírito

A última fala de Cristo registrada pelo médico amado, foi: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23:46), e em seguida Jesus expirou.

Novamente Jesus citou as Escrituras, isto instante antes de morrer:

“Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me redimiste, SENHOR Deus da verdade.” (Salmo 31:5).

Com essa citação Jesus declara a sua vitória, certo de que o Pai conheceu a sua alma na angustia, e que não esteve entregue nas mãos do inimigo, antes os seus pés estavam num lugar firme e espaçoso.

“Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias. E não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar espaçoso.” (Salmo 35:7 -8).

Para compreendermos a essência da crucificação, temos que compreender os Salmos que previam esse momento em especial, pois tudo o que estava escrito nos Salmos acerca de Cristo cumpriu-se.

“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Lucas 24:44). 

Mulher, eis aí o teu filho

O discípulo amado registrou outras quatro falas de Jesus no momento da crucificação. Ao pé da cruz estavam Maria, mãe de Jesus, a irmã da mãe de Jesus, Maria, mulher de Clopas e Maria Madalena. Quando Jesus viu a sua mãe, Maria, e a João, o discípulo amado, disse a sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho” (João 19:26).

Ato contínuo, Jesus voltou-se para João, o seu discípulo, e disse: “Filho, eis aí tua Mãe” (João 19:26), e daquele momento em diante, João recebeu a mãe de Jesus em sua casa, ou seja, como membro da sua família.

Durante o seu ministério, Jesus já havia deixado claro quem eram a sua mãe, irmãos e irmãos: aqueles que fazem a vontade de Deus, ou seja, que creem em Cristo.

“Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe.” (Mateus 12:50). 

Tenho sede

Para que se cumprissem as Escrituras, Jesus disse: “Tenho sede!” (João 19:28), e assim os seus algozes embeberam uma esponja em vinagre, e com uma vara de hissopo, chegara o vinagre na sua boca (João 19:28).

“Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.” (Salmo 69:21).

A sede de Jesus era de cumprir a palavra de Deus, e por isso derramou a sua alma na morte (Mateus 20:22). 

Está consumado

Quando Jesus recebeu o vinagre na esponja, disse: “Tudo está consumado” (João 19:30), ou seja, tudo o que estava previsto nas Escrituras cumpriu-se.

“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.” (João 17:4).

Ao dizer ‘tudo está consumado’, Jesus enfatizou que não caiu um jota ou um til sem que fosse cumprido.

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mateus 5:17 -18).

Cristo é o cumprimento da lei e dos profetas, e após ter consumado tudo o que o Pai ordenou, tornou-se causa de eterna salvação a todos quantos lhe obedecem.

“E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;” (Hebreus 5:9).

Ao cumprir tudo o que estava determinado, Jesus confirmou que o testemunho que o Pai deixou registrado nas Escrituras acerca de Cristo é verdadeiro, de modo que quem crê em Cristo crê no testemunho que o Pai deu acerca do seu Filho.

“Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” (1 João 5:9 -10).

Quem crê em Cristo exclui qualquer jactância, mérito ou glória, pois se sujeita a Cristo com servo, em função da obra que realizou:

“Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” (João 6:29).

 

Fonte: estudobiblico.org

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