Como bem sabemos, o diabo é o pai da mentira e a especialidade dele é enganar os incautos. Ora, todos os homens estão perdidos por serem descendentes de Adão, porém, o diabo propaga a ideia de que é possível o homem vender sua alma em troca de bens materiais para prendê-los ainda mais à ignorância, pois os que ignoram a verdade do evangelho não sabem que estão perdidos por causa da desobediência de Adão.
É possível vender a alma ao diabo?
No imaginário popular é corrente a ideia de que é possível ao homem vender a sua alma ao diabo e tal pensamento também está tomando corpo nas igrejas evangélicas.
O que a Bíblia diz? É possível a alguém vender-se ao diabo? De onde surgiu tal concepção?
A Bíblia demonstra que todos os homens pecaram e que todos estão destituídos da glória de Deus ( Rm 3:23 ). Ela demonstra que toda humanidade foi vendida como escrava ao pecado por Adão ( 1Co 15:21 ).
Nenhum descendente de Adão precisou escolher conscientemente estar sujeito ao pecado para ser pecador. Independentemente da consciência, do conhecimento, da moral, do costume, do comportamento, do bem e do mal todos os homens ao nascer (simplesmente por nascer segundo Adão) tornaram-se escravos do pecado ( Rm 5:12 ).
A humanidade está sob o jugo do pecado porque Adão e Eva conscientemente ignoraram a informação concedida por Deus e resolveram comer do fruto proibido tendo em vista um prêmio ( Gn 3:6 ) não dando a devida importância para as conseqüências anunciadas ( Gn 2:17 ).
Depois da queda de Adão, nenhum dos seus descendentes tem a possibilidade de pecar do mesmo modo que Adão, visto que ele se vendeu como escravo ao pecado e todos os seus descendentes com ele.
A Bíblia também demonstra que o diabo não possui propriedades ou herdades. O inferno e o lago de fogo foram preparados para ele e os seus anjos (e todas as gentes que se esquecem de Deus), porém, ele não gerencia e nem administra o inferno. Antes, ele é réu do fogo do inferno “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” ( Mt 25:41 ).
A Bíblia não atribui ao diabo à posição de senhor. Ele não exerce senhorio sobre os homens e nem sobre os anjos caídos. Todas as criaturas sem Deus estão sujeitas ao pecado por causa da natureza destituída de Deus, e não ao diabo. Entre as criaturas destituídas de Deus está o diabo e os seus anjos, que também são escravos do pecado.
O diabo é o pai da mentira, porém, do mesmo modo que os homens gerados de Adão, ele também é escravo do pecado. Ao buscar a semelhança do Altíssimo (desobedeceu e não guardou o seu principado) ele tornou-se escravo do pecado, ou seja, destituído da vida que há em Deus.
Somente quem obedece à palavra de Deus pode ser participante de sua natureza, tanto homens quanto anjos “Bendizei ao SENHOR, todos os seus anjos, vós que excedeis em força, que guardais os seus mandamentos, obedecendo à voz da sua palavra” ( Sl 103:20 ). A soberba do diabo o conduziu à desobediência, e conseqüentemente a queda.
Por sua vez, levado pelo engano do diabo e pela concupiscência dos olhos, o homem (Adão e Eva) desobedeceu ao Criador e foi destituído da glória de Deus, e conseqüentemente arrastou todos os seus descendentes para a mesma condição.
Após serem lançados da presença de Deus, tanto o ‘anjo de luz’ quanto ‘o primeiro homem’, ambos passaram à condição de trevas. Enquanto o diabo seduziu um terço da ordem angelical, o homem, por sua vez, através da sua capacidade de trazer outros semelhantes à existência passou a gerar filhos segundo a sua desobediência e destinados a ira ( Jo 3:6 ).
Por que o pecado é comparado a um senhor e os destituídos de Deus a escravos? Porque os que estão em sujeição ao pecado, e isto inclui o diabo e seus anjos, mesmo que queiram, a eles é impossível mudarem a condição pertinente a natureza caída.
Em linhas gerais, o pecado é uma condição pertinente a natureza destituída (lançada da presença) de Deus “Do pecado, porque não creem em mim” ( Jo 16:9 ). Por ser impossível à criatura mudar a sua própria natureza, ela está sujeita à condição adquirida pela desobediência. A sujeição da criatura destituída de Deus ao pecado compara-se a sujeição de um escravo ao seu senhor ( Jo 8:34 ).
Diante do que a Bíblia expõe é seguro afirmar que é impossível a todos (quaisquer) os homens venderem-se ao diabo pelos seguintes motivos:
- Um escravo não dispõe de nada que possa oferecer ou negociar – todos os homens gerados segundo Adão são escravos do pecado, e, portanto, propriedades do pecado (objeto ou instrumento). Segundo a lei que norteava o regime escravocrata, uma ‘coisa’ (escravo) não dispunha de bens e não podia negociar por ser uma ‘coisa’ do seu senhor. Ora, se todos os homens são escravos do pecado por causa de Adão, segue-se que o homem não pode vender-se ao diabo;
- Cristo resgata o homem das garras do pecado, e qualquer contrato com o diabo é um engodo satânico – ao admitir a possibilidade de alguém vender-se ao diabo, teríamos de admitir também que tal pessoa estaria irremediavelmente perdida. Caso alguém tenha ‘vendido a sua alma’ ao diabo e ouça acerca de Cristo e queira aceitá-lo, o contrato com o diabo impedirá a salvação, caso ele se arrependa? Por certo que não, visto que o homem sem Cristo pertence ao pecado, e não ao diabo;
- Um escravo não compra ou vende-se a outro escravo – Haveria validade em um contrato estabelecido entre escravos? Se ambos, o diabo e o pecador estão perdidos (escravos do pecado), como é possível alguém perdido vender-se a outro perdido?
A Bíblia aponta a existência de dois senhores: o pecado e a obediência ( Rm 6:16 ). Quando o homem é salvo do pecado, automaticamente também é liberto do engano do diabo que deriva da ignorância ( Ef 4:18 ).
Como bem sabemos, o diabo é o pai da mentira e a especialidade dele é enganar os incautos. Ora, todos os homens estão perdidos por serem descendentes de Adão, porém, o diabo propaga a ideia de que é possível o homem vender sua alma em troca de bens materiais para prendê-los ainda mais à ignorância, pois nem mesmo sabem que estão perdidos por causa da desobediência de Adão.
Se os homens soubessem que a perdição da humanidade sem Cristo está no nascimento segundo Adão, compreenderiam que precisavam nascer de novo. Porém, tal verdade não é divulgada, e o diabo propaga inúmeras ideias que prende os homens a ignorância.
Por ignorarem que estão perdidos em Adão, os homens aceitam a ideia de que somente estarão perdidos caso vendam (de algum modo) a alma ao diabo. A ignorância somada à vaidade dos pensamentos faz com que o homem acredite que certas práticas levam a perdição, ou que através delas o homem vende a alma ao diabo.
Para muitos o homem nasce livre de condenação, e ao fazer certas escolhas consciente, pautadas pela moral, consciência, costumes, leis, regras religiosas, etc., alcançará a salvação no juízo final, e que, só através de ritos e oferendas ao diabo estará irremediavelmente perdido, ou seja, quando vender a alma ao diabo.
A estratégia usada pelo diabo ao estabelecer cultos aos demônios (repletos de oferendas, rezas, rituais, templos, sacerdotes, seguidores, etc.), é fazer com que o homem não veja que está perdido por causa da condenação estabelecida em Adão. É objetivo do diabo que o homem permaneça na ignorância, acreditando que é um perdido por ter vendido a alma ao diabo.
Porém, a estratégia do diabo presente nas inúmeras religiões é para que o homem acredite que será salvo por não ter participado de tais cultos demoníacos onde fazem a tal ‘venda’ da alma ao diabo.
As religiões que estabelecem regras comportamentais e cerimoniais como sendo o caminho de acesso a Deus, também são um engodo do diabo, pois ao adotar tais praticas, o homem considera-se salvo, e ignora a verdade: que é gerado de Adão, e que precisa nascer de novo.
O homem está vendido como escravo ao pecado (perdido) e é impossível o diabo comprá-lo, porque os homens sem Cristo já estão em um caminho largo que conduz à perdição. A propagação da ideia de que é possível ao homem vender a sua alma em troca de bens materiais faz surgir vários mitos e lendas que promove a ignorância (alienação da verdade).
Outras pessoas repudiam a ideia de servirem o diabo e procuram nas religiões um caminho que leve a Deus. Elas serão salvas? É claro que não, visto que só é salvo quem entra pelo caminho estreito, que é Cristo, ao nascer de novo.
Para alguém que não conhece a verdade do evangelho é compreensível que aceitem a ideia de que é possível vender a alma ao diabo, porém, para aqueles que conhecem a verdade do evangelho é inadmissível tal argumento.
Não há qualquer referência bíblica que aponte a ideia de que é possível estabelecer um contrato entre o diabo e os homens. Que valor há em um contrato, mesmo que assinado com sangue, a meia-noite, numa encruzilhada, com inúmeros sacrifícios, se o diabo também é escravo e não dispõe de recursos?
O que a Bíblia diz? “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?” ( 1Co 10:19 ). Ora, se o que é sacrificado aos ídolos não é nada, que se dirá dos contratos ‘celebrados’ nos templos construídos aos demônios?
Geralmente a concepção de alguns pregadores está embotada por se apoiarem em visões, e não na verdade, que é o evangelho. Sobre estes alerta o apóstolo Paulo, que estão enganados por causa da mente carnal ( Cl 2:18 ). Ora, se é impossível ao homem sem Cristo vender a alma ao diabo, que espírito trouxe tal mensagem ao pregador?
Acerca do diabo sabemos que ele é homicida desde o principio. Que nunca se firmou em Deus. Quando ele profere mentiras, é algo próprio da sua natureza. É mentiroso e pai da mentira. Ora, o que Cristo demonstrou acerca do diabo é suficiente para que o cristão conheça as armas do seu inimigo, ou seja, a Bíblia basta “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” ( Jo 8:44 ).
Qual o objetivo de conhecer as práticas pagãs? Que instrução ou edificação há em saber de certos ritos e práticas pagãs? Desde a antiguidade a humanidade faz oferendas e sacrifícios, chegando ao cumulo de sacrificar os seus próprios filhos ( Sl 106:37 ). Isto demonstra que nada há de novo na face da terra, e que a temática do cristão deve ser o evangelho de Cristo.
Não é imprimindo medo nas pessoas que elas serão salvas, antes o amor lança fora o medo “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor” ( 1Jo 4:18 ). Basta ao cristão anunciar o perfeito amor de Deus aos homens (evangelho) que eles se converterão, sem qualquer artifício meramente emocionalista ou referência ao engodo do diabo.
Fonte: Estudos
Bíblicos Teológicos Evangélicos
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