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Fé e obras

De nada aproveita ao homem dizer que tem fé (que crê em Deus) e não ter obras (obedecer). Só é plenamente aceitável e aproveitável se ele tiver fé (crer) e as obras (obedecer).

O comentário ao capítulo 1 da Carta de Tiago contém os elementos necessários à interpretação do capítulo 2.

Declarações de Tiago como: “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”, ou “assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”, tem suas bases no capítulo um.


A prova da vossa fé produz a perseverança (Tg 1:2). Neste versos Tiago destaca que o crente que suporta a provação é bem-aventurado (v. 12). A perseverança é condição essencial para se alcançar à bem-aventurança prometida por Deus aos que o amam (v. 25).

“Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” (Mt 24:13).

Nesta linha de raciocínio, o apóstolo Paulo também destacou que a perseverança é produzida na tribulação (Rm 5.3). O escritor aos Hebreus também demonstrou que é necessária a perseverança depois que se crê em Cristo:

“Porque necessitais de perseverança, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa” (Hb 10:36).

Perseverança: Obra completa da fé (confiança, crença) posta à prova (Tg 1:3,4);

A vontade de Deus: “Que creiais naquele que ele enviou” (Jo 6:29).

Apesar de  estar endereçada às doze tribos da dispersão (Tg 1:1), o conteúdo da carta é de suma importância a todos os cristãos, e não somente aos cristãos convertidos dente os judeus.

Tiago demonstra que a fé do cristão ao ser provada desenvolve a perseverança. Esta ideia é confirmada pelo apóstolo Paulo: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência…” ( Rm 5:3 ).

Tiago insta os leitores a entenderem que a prova da confiança deles produz a perseverança. Após a provação, restava aos cristãos e estarem de posse da perseverança, que é a obra completa (perfeita) da confiança que nutriam no evangelho.

Este aspecto da confiança dos cristãos é retratado pelo apóstolo Paulo aos cristãos de Tessalonicenses, ao enfatizar a perseverança de Cristo:

“Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo” (2Ts 3:5).

Tanto o apóstolo Paulo quanto Tiago concordam que a perseverança é a obra perfeita da fé:

“Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação…” (Tg 1:12; Rm 5:3).

O homem será bem-aventurado no que realizar quando suporta a provação, visto que atenta para a lei perfeita, a da liberdade. Esta é a obra a se executar: a perseverança (Tg 1:25).

A fé que Tiago faz referência diz da confiança do individuo na palavra da verdade. Decorre da fé (evangelho) que uma vez foi dada aos santos (Jd 1:3). A confiança em Cristo quando provada (produz) a perseverança.

Em resumo, o capítulo um demonstra a obra da confiança do homem (fé) quando provada: a perseverança.

A perseverança é algo próprio da confiança, pois se alguém confia persevera. A fé como verdade, fundamento, fidelidade, não vem do cristão, mas de Deus, e a perseverança é resultado de uma confiança inabalável na fidelidade revelada no evangelho. A perseverança (fé) é característica de quem possui a fé (evangelho).

 A fé genuína

Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. (Tg 2:1)

Novamente Tiago demonstra a fraternidade em Cristo: meus irmãos.

A fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória é coletiva. A fé no sentido de evangelho pertence ao Senhor da glória e ela foi dada aos cristãos (Jd 1:3; Ef 2:8; Tg 1:3).

Apesar da fé ser entregue aos santos, estes não deviam tê-la em acepção de pessoas, pois o evangelho não era só para os judeus, mas para todos os povos.

Este versículo é um aconselhamento, e em seguida é dado um exemplo.

Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, e atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? (Tg 2:2-4)

O exemplo de acepção de pessoas para ter o foco nas diferenças socioeconômicas, no entanto, não é esse o objetivo de Tiago.

Imaginemos que em uma reunião formada por cristãos judeus entrasse um com anel de ouro, e outro maltrapilho, e aquele com traje precioso fosse honrado e o maltrapilho desprezado, é evidente que ouve acepção de pessoas.

Mas, Tiago não estava escrevendo a judeus, mas a cristãos convertidos dentre os judeus, e como a entrada de pessoas nas reuniões dos cristãos era livre, diferente do ajuntamento dos judeus, nas reuniões os cristãos convertidos dentre os judeus não podiam fazer acepção de pessoas, preferindo os judeus em detrimento dos gentios.

Em um primeiro momento o exemplo parece hipotético, porém, a exortação torna-se incisiva, isto porque fizeram distinção entre eles mesmos, preferindo uns em detrimento de outros. A distinção que faziam não era por questões econômicas, pois um judeu em uma sinagoga não era rejeitado por ser pobre, e sim por questões de nacionalidade.

Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? (Tg 2:5)

O agora é o momento para qual os cristãos foram preparados: “Ouvi, meus amados irmãos…” (Tg 1:19).

A linguagem utilizada neste verso é essencialmente evangelística: Deus escolheu os pobres aos olhos do mundo para serem ricos na fé.

Os termos ‘ricos’ e ‘pobres’ neste verso não tem viés econômico, antes são duas figuras para fazer referência, respectivamente, àqueles que crucificaram o Cristo e àqueles que aceitam o evangelho de Cristo. Compreendendo essas duas figuras, evidencia a essência do exemplo do homem com anel no dedo e o de traje andrajoso.

Neste versículo não há qualquer promessa melhora ou mudança na condição financeira dos cristãos. Qualquer tipo de promessa de melhora na condição financeira dos cristãos após aceitarem a Cristo não é bíblica.

Observe que a promessa confere direito aos cristãos, porém, a herança está atrelada ao reino prometido, que não é deste mundo.

Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais? (Tg 2:6)

O irmão Tiago é incisivo e expõe um problema no seio da igreja: “Mas vós desonrastes o pobre”. Aqueles que precisavam ouvir tal queixa e acusação já haviam sido preparados – sejam prontos a ouvir e perseverantes.

Que pobre eles desonraram? O irmãos em Cristo convertido dentre os gentios. E quem eles honravam? Alguém que tinha por sobrenome judeu, a mesma estirpe de pessoas que oprimiam os seguidores de Cristo e os arrastavam aos tribunais.

O tema da carta é perseverar, e no capítulo 1, Tiago reuniu elementos que preparou o ânimo dos seus leitores, pois os humildes são chamados de irmãos e herdeiros de alta posição: filhos de Deus; mas, os ricos, possuem um veredicto: passará como a erva (Tg 1:9,10).

Só os humildes permanecem para sempre, o que contrasta com a condição do rico, que é fugaz:

“E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1Jo 2:17)

Recomendações

Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado? (Tg 2:7)

Os ricos segundo os parâmetros deste mundo, além da opressão que impunham aos cristãos, acabavam por levá-los aos tribunais.

Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. (Tg 2:8)

Observe a distinção que Tiago faz dos elementos da lei ao citar um único trecho de Levítico: deveriam cumprir a lei real, ou o que foi instituído por Cristo “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR” (Lv 19:18; Mc 12:31).

Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores. (Tg 2:9)

Tiago faz esta declaração com base neste versículo: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4:17).

Aquele que não anda conforme a lei real, este é transgressor e comente pecado, pois tal pessoa ainda não teve um encontro real com Cristo “Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas” (1Jo 2:9).

Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. (Tg 2:10)

Este é um parâmetro da lei: um simples tropeço em qualquer ponto leva a pessoa subordinada a ela a derrocada total.

Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei. (Tg 2:11)

Este versículo é um exemplo aplicado dos parâmetros da lei que foi apresentado no versículo anterior.

Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade. (Tg 2:12)

Este versículo contempla o argumento do apóstolo João: “Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas” (1Jo 2:9). O procedimento do cristão deve estar em conformidade como que ele professa.

Ao falar: “Amarás o teu próximo, como a ti mesmo”, deveriam proceder conforme o que diziam. Deveriam falar conforme a lei régia e proceder conforme ela estipula.

Aquele que procede conforme o que fala, age assim por saber que será julgado pela lei da liberdade. Tal julgamento é de obras e se dará no Tribunal de Cristo “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo” ( Rm 14:10 ); “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2Co 5:10).

A lei da liberdade nos remete ao versículo vinte e cinco do capítulo um: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito” (Tg 1:25).

Aquele que não é relapso, ou seja, que atenta bem para a lei da liberdade, cumpre com o determinado e é bem-aventurado no seu feito. Ele é bem-aventurado por suportar com perseverança a tentação. A fé que ele recebeu deve se desenvolver, tornando-se perseverante. 

13 Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.

A misericórdia divina só é demonstrada aos homens em particular quando este tem um encontro com Ele.

Sabemos que Deus amou o mundo de tal maneira, e que deu o seu Filho unigênito. Está é a misericórdia de Deus demonstrada ao mundo, em que seu Filho morreu, sendo nós ainda pecadores.

Mas, para que o homem seja participante desta misericórdia deve crer em Cristo para ser participante da luz.

Todos aqueles que creem em Cristo são participante de sua natureza e devem andar como ele andou. Contudo, devemos observar o que diz o apóstolo João: “Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina. Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas. Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (Jo 2:8-11).

Aquele que não faz misericórdia é porque está em trevas e anda nas trevas. Não conhece a Deus, ou antes, não é conhecido por Ele. Tal homem, por não ser perseverante, ou seja, não continuou na fé que professava, uma vez viu, mas agora não sabe para onde deva ir, pois as trevas cegaram os seus olhos.

Estes são aqueles que não fazem misericórdia e terão o juízo de Deus.

O apóstolo João é bem claro com relação ao amor: “Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome do seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou” (Jo 3:23).

O mandamento de Deus é claro: “Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou” (Jo 6:2). Somente após crer no enviado do Pai, é que o amor ao semelhante passa a ter valor diante de Deus. Devemos nos amar segundo o mandamento que foi ordenado: que creiais naquele que Ele enviou.

A fé sem obra para nada aproveita

Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? (Tg 2:14)

Tiago continua a exposição do versículo doze: “Assim falai, e assim procedei…”. Qual o proveito se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? 

Devemos observar atentamente a construção do versículo 14: alguém diz que tem fé, porém, ele não tem as obras. De nada aproveita ao homem ter fé e não ter obras. Só é plenamente aceitável e aproveitável se ele tiver a fé e as obras.

Certa feita algumas pessoas se achegaram a Cristo e perguntaram: “Que faremos para executarmos as obras de Deus?” (Jo 6:28). Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: “Que creiais naquele que ele enviou” (Jo 6:29).

O que esta passagem nos ensina? Que as pessoas geralmente estão em busca de algo material, e não de Deus. A multidão estava a procura de Jesus por causa do pão que comeram (v. 26), porém, a mensagem e os sinais demonstrados não os fez compreender que Jesus era o Cristo (v. 27).

Quando Jesus demonstra que eles o buscavam de maneira enfatuada, interpelaram: “Que faremos para executar a obra de Deus?”.

Geralmente os homens que ainda não tiveram um encontro com Cristo, entendem que para se aproximar de Deus, ou que para agradá-lo, é necessário fazer alguma coisa. Observe que a multidão queria fazer a obra de Deus.

Quando Jesus revela a obra a ser realizada (que creiais naquele que ele enviou), estes apresentam empecilhos: “Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu?” (Jo 6:30).

A humanidade é voluntariosa quando se proclama afazeres. Constroem grandes templos, fazem grandes sacrifícios, são generosos nas esmolas, porém, quando tomam ciência do que devem fazer, que é crer em Cristo, estes pedem um sinal.

Nestas passagens Cristo confirma as palavras do apóstolo Paulo ao dizer que a salvação é por meio da fé “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8). Ou seja, que “…sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6).

Também somos informados que as boas obras Deus preparou de ante mão para que andássemos nela “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:10). Ou melhor, que as boas obras são feitas, realizáveis em Deus “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3:21).

Reiterando: a salvação é por meio da fé e as boas obras foram preparadas por Deus e são feitas Nele.

Através desta análise podemos demonstrar que há uma grande diferença entre ‘obras da fé’ e o que chamamos de ‘boas ações’.

Boas ações são pertinentes e possíveis de serem realizadas por todos os homens e independe da fé. Tanto o crente quanto o incrédulo podem e devem realizar boas ações aos seus semelhantes. Mesmo aqueles que não creem em Cristo realizam boas ações, e nem por isso serão salvos.

Desta maneira é possível verificar que boas obras não está vinculado a procedimentos humanos, já que as boas obras só são realizáveis quando o homem está em Deus por meio de Cristo.

Verifica-se que boas obras e más obras são termos utilizados que fazem referência tanto ao comportamento humano, quanto ao que é realizável em Deus “Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela” (Rm 13:3).

O que define quando o texto faz referência a boas ações e a boas obras? O contexto geralmente aponta qual a ideia a se considerar. Na citação acima, temos que boas obras é o fazer boas ações, ou seja, o bem.

Este versículo contém elementos para nortear o entendimento do leitor, porém, há vários versículos que não dispõe do contexto para uma boa interpretação. Nestes versículos o que vale é o posicionamento doutrinário adotado pelos apóstolos.

Um exemplo claro de que devemos nos valer do posicionamento doutrinário adotado pelos apóstolos está neste versículo que estamos analisando.

A análise que fizemos acima aponta os seguintes posicionamentos doutrinários:

  • Sabemos que a salvação é por meio da fé;
  • Que a salvação é dom de Deus;
  • Que a salvação não é por obras, para que ninguém se glorie;
  • Que as boas obras são feitas em Deus;
  • Que não é possível ao homem realizar a obra de Deus;
  • Basta ao homem crer no enviado de Deus para se alcançar a salvação.

O versículo que estamos analisando apresenta os elementos seguintes: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?”

O versículo aponta que é necessário ter fé e ter as obras. Em momento algum Tiago alude que a prática de boas obras é o meio pelo qual se alcança a salvação. Em momento algum ele afirma que boas obras auxilia a fé.

Observe que as obras pertencem à fé. As obras da fé que Tiago faz alusão não podem ser confundidas com boas ações.

Neste versículo o apóstolo não fala de prática de boas obras, ou prática de boas ações. Ele fala de posse da fé e posse das obras da fé.

É totalmente pertinente o que Tiago escreveu e o que os outros apóstolos escreveram.

Primeiro porque a Bíblia demonstra que a fé é proveniente de Deus “E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde” (At 3:16; Rm 12:3; 1Co 12:9).

Qualquer tipo de prática não torna o homem agradável a Deus “Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá” (Gl 3:12).

Novamente o apóstolo Paulo excluiu qualquer prática: “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4:5).

Não existe contradição alguma entre Paulo e Tiago, pois Tiago não fala em pratica de obras, mas sim da posse da posse das obras da fé.

Fé e obras

E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? (Tg 2:15,16).

Perceba que os dois versículos não constituem uma exortação à prática destas ações, pois a questão de alimentar o faminto era algo já resolvido entre os cristãos, tão resolvido que Tiago utiliza como exemplo para mostrar a inutilidade da fé sem as obras.

É uma constante em nossos dias utilizar este comparativo como base para instar as pessoas a serem praticantes de boas ações. Para isso utilizam o jargão: ‘Está escrito’! Está escrito que de nada adianta visitar o irmão necessitado sem dar-lhe o necessário ao sustento.

Estes dois versículos são duas perguntas com respostas prontas. Tiago já sabia da resposta dos leitores.

Meus irmãos, qual é o proveito…? (v. 14).

Se (…) qual o proveito disso? (v. 15,16).

A resposta do versículo quatorze é negativa, e a dos versículos quinze e dezesseis era de se esperar negativa. É necessário dar alimento e roupa a quem tem necessidade? Sim! Mas, a ideia em discussão vem do versículo seguinte: 17 Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.

O versículo inicia-se através de uma comparação com o exemplo do versículo anterior. A leitura da ideia do versículo anterior é de que nada adianta falar ao necessitado que se satisfaça sem prover-lhe os meios para tanto. Assim também, ou seja, da mesma forma a fé.

Assim também a fé é sem efeito, ou seja, em si mesma está morta, pois não tem o que lhe é próprio: as obras. As obras são concernentes a fé, de sorte que se ela não tiver as obras, a morte também lhe será própria.

Quais são as obras da fé?

A paciência é a obra perfeita da fé e nela estão contidas todas as outras obras. Observe: “Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma” (Tg 1:3,4).

Os cristãos deveriam ter a paciência, a obra perfeita da fé!

Tiago não faz referência à prática de obras, mas a posse da obra perfeita da fé.

É certo que a perseverança termina a obra que teve início através da fé, e que nela estão inclusas todas as outras obras. A obra em discussão é a da fé, e não a obra do homem que pratica boas ou más ações.

Sobre as questões comportamentais da nova criatura (as boas obras), o apóstolo Paulo recomenda aos cristãos agirem em conformidade ao fruto do Espírito “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gl 5:22-25).

Tiago ao falar das obras da fé retrata as mesmas questões do apóstolo Paulo quando fala do fruto do Espírito. As obras da fé e o fruto do Espírito são questões pertinentes ao homem interior, que devem influenciar o comportamento deste mesmo homem nas suas relações com o mundo “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros” ( Gl 5:25,26 ).

Observe que o fruto é do Espírito da mesma forma que as obras são da fé. Se tal fé não possuiu as obras que dela decorrem, é morta em si mesmo. Aquele que possui a fé deve também estar de posse das obras que a fé produz “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?” (v. 14).

As obras que o crente deve ter posse são as da fé, e difere das boas ações que os cristãos devem efetivamente praticar (diferente de ter).

É fácil visualizarmos que as obras da fé não dizem respeito às questões comportamentais (obras do homem) quando compreendemos que todos os homens, sejam salvos ou não, podem praticar boas ações.

De outra forma, é fácil verificarmos que as boas obras dizem respeito àqueles que vêm para Cristo por meio da fé, e que tais obras somente se realizam em Deus (Jo 3:21; Is 26:12; Ef 2:10). Ou seja, não é possível àqueles que não aceitaram a Cristo como salvador terem boas obras ou o fruto do Espírito. Primeiro porque não são nascidos do Espírito; segundo porque as boas obras são feitas em Deus.

A nova criatura

  • É nascida de Deus “O que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3:6);
  • As boas obras são feitas em Deus “… a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3:21);
  • As boas obras foram preparadas por Deus “…criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:10);
  • Porém, a nova criatura pode praticar boas e más ações “… cada um receberá segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2Co 5:10);
  • E será salvo “…mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1Co 3:12-15);
  • Ele é salvo por meio da fé e deve estar de posse das obras da fé. É espiritual e deve andar (comportar) segundo o Espírito (Gl 5:25).

 A velha criatura

  • É nascida da semente de Adão “Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3:7), e precisa nascer novamente, da semente incorruptível, a palavra de Deus;
  • As suas obras são más “…os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3:19);
  • Fazer o mal está ligado à natureza, e não as ações do homem não regenerado “Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Tampouco podeis vós fazer o bem, acostumados que estais a fazer o mal” (Jr 13:23);
  • A velha criatura pode fazer boas e más ações, porém não pode realizar o bem “Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3:12);
  • Como a velha natureza está vendida ao pecado como escrava, por mais que se tenha vontade, não realizará o bem “…com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” (Rm 7:18); Por mais que se queira fazer o bem é uma impossibilidade que reside na natureza decaída, que é escrava do pecado;
  • Por mais que pratiquem boas ações, jamais a velha criatura verá o reino dos céus, pois sobre ela pesa uma condenação “…quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3:18);
  • Por mais que pratiquem boas ações, a velha criatura não possui a fé e as obras da fé. Ela não vive no Espírito e não pode andar em Espírito (Gl 5:25).

 A perseverança

A carta de Tiago não foge do tema que está na introdução. Na introdução fica claro que o tema da carta é: “perseverança, obra perfeita da fé” (Tg 1:2-4).

Os outros escritores também fizeram referência à perseverança, e eles têm a mesma ideia sobre o seu valor.

Paulo disserta sobre o amor em 1Co 13, e de maneira semelhante Tiago disserta quase que exclusivamente sobre a perseverança em sua carta.

Sobre a fé sabemos que ela foi implantada no cristão através da palavra da verdade, que é poderosa para salvar as nossas almas (Tg 1:21). O apóstolo Pedro nos informa que o objetivo fim da nossa fé é salvação das nossas almas ( 1Pe 1:9).

Assim como Pedro, Tiago também nos informa que a fé é provada (1Pe 1:7; Tg 1:3).

Veja nas referências abaixo a harmonia de ideia entre Pedro e Tiago:

Aquele que é perseverante em observar a lei perfeita, a da liberdade, receberá a coroa da vida (1Pe 1:22,23; Tg 1:21;25). Compare os textos.

A segunda carta de Pedro tem início semelhante à carta de Tiago. Pedro cumprimenta com graça e paz todos aqueles que receberam a fé por meio do conhecimento de Deus, que deu tudo que diz respeito a vida e a piedade. A essa fé alcançada deveriam diligentemente acrescentar as obras da fé.

O apóstolo Pedro enumera as obras da fé: “E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1:5-11; Gl 5:22,23; Tg 3:17).

Observe que os elementos que se deve ter acrescido à fé não diz de afazeres (prática de ações ou obras). Não são os afazeres que se deve acrescentar a fé, antes os cristãos deve ter a posse da fé, e somado a ela estas outras virtudes, produzidas por meio da fé (bondade, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor). Se a fé produz a paciência, da mesma forma ela produz as virtudes enumeradas acima.

Aquele que está de posse das virtudes que decorrem da fé não estará ocioso, mas se aplicará em produzir boas ações no conhecimento de Cristo Jesus.

Da mesma forma, Tiago receita aqueles que sentissem falta de alguma coisa, que pedissem a Deus sabedoria (Tg 1:5), que a todos concederia do alto (Tg 1:17), a sabedoria que é pura, pacífica, moderada, tratável, misericordiosa e de bons frutos, imparcial e honesta (Tg 3:17).

Tendo posse desta sabedoria, o cristão tem os meios para mostrar através do seu bom comportamento em mansidão de sabedoria as suas obras. Se o cristão é completo, tem fé e obras, deve por meio do seu bom procedimento mostrar as suas obras em mansidão.

  • É a perseverança que termina a obra que teve início na fé (Tg 1:3) – “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa” (Hb 10:36). É preciso considerar que a vontade de Deus é que se creia naquele que Ele enviou. Ou seja, primeiro se crê na mensagem do evangelho e para que se possa alcançar a promessa precisa ter a perseverança, a obra perfeita da fé.
  • Não há como dissociar perseverança e fé (Tg 1:12) – “Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas” (Hb 6:12). A carta de Tiago trabalha esta ideia desde o início (2Ts 1:4).
  • A carta de Tiago trata do que se deve ter e acrescentar à fé – “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos” (Rm 5:3,4; Rm 8:25). Tiago trata do comportamento do cristão enquanto com perseverança se aguarda a promessa.
  • A salvação se opera através da obra perfeita de fé – “Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos” (2Co 1:6). A salvação se opera suportando com paciência as mesmas aflições que sobrevieram aos apóstolos.

A obra que a fé opera (produz) está relacionada ao homem interior, e o capítulo um bem demonstra esta verdade. 

18 Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.

Tiago não descarta a fé, pois o seu discurso é para que se tenha as obras da fé. Observe que as obras é o elemento essencial da fé, pois como alguém sem as obras da fé poderia demonstrar a fé? “Mostre-me a tua fé sem as tuas obras”.

Tiago se propõe a demonstra a sua fé por intermédio de suas obras. Como a paciência é a obra perfeita da fé, é facilmente demonstrável a fé por meio do que ela produz.

 A fé morta

Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem. (Tg 2:19)

A crença em um só Deus é importante, porém, é inócua tal crença se não se fizer acompanhar as obras.

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.” (João 14:1).

De nada adianta dizer crer em Deus se o indivíduo não crê no testemunho que Ele deu acerca do seu Filho. As Escrituras é um testemunho vivo que Deus deu do seu Filho, e aqueles que creem em Cristo realizam a obra exigida por Deus, pois Cristo mesmo disse: ‘A obra de Deus é está: que creiais naquele que ele enviou!’

Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? (Tg 2:20)

A insensatez de alguns em compreender a mensagem de Tiago sobre as obras da fé, o leva a apresentar exemplos:

Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? (Tg 2:21)

A fé de Abraão foi demonstrada na perseverança em levar o seu único filho até o altar de sacrifício. Sobre este aspecto o escritor aos Hebreus assim escreveu: “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito” (Hb 11:17).

Abraão não se fez de rogado quando lhe sobreveio a provação, permanecendo firme.

Abraão foi justificado quando creu em Deus, porém a sua fé provada se demonstrou mais preciosa que o ouro, e as suas obras testemunharam acerca de sua fé “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1:7).

Em Gn 15:6 a fé de Abraão foi lhe imputada para justiça, ou seja, Deus justificou a Abraão, e sobre este aspecto Paulo afirma: “Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4:3-5).

O aspecto que Paulo comenta é o da declaração divina acerca do homem: aquele que crê que Deus justifica o ímpio, esta fé é imputada como justiça. Abraão não tinha praticado nenhuma obra, mas creu. Ele estava de posse da fé que veio por meio da palavra de Deus, que lhe fez a promessa.

Tiago comenta Gn 22, onde a ação de Abraão confirma a sua fé em Deus. Neste ponto é as obras de Abraão que o justifica, ou seja, são as obras que dizem algo à respeito do pai Abraão. Em Gênesis quinze, Deus declara algo sobre Abraão, e em Gênesis vinte e dois, as obras dizem algo acerca do patriarca “…pelas obras justificado…” (v. 21).

Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. (Tg 2:22)

Através do exemplo anterior, Tiago espera que o insensato possa ver que a fé coopera com as obras, e que pelas obras a fé é aperfeiçoada. Ou seja, a prova da fé leva ao aperfeiçoamento da fé, resultando em obras pertinente à fé.

E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. (Tg 2:23)

Tiago citou dois pontos distintos da Escritura: Gn 15:6 , da justificação pela fé, e 2Cr 20:7 , onde Jeosafá em pé na congregação nomeia Abraão de “amigo de Deus”.

A escritura cumpriu-se na sequência exata e em dois pontos distintos: Deus justificou a Abraão (Gn 15:6), e a sua perseverança na fé, apesar da prova, concedeu-lhe a dádiva de ser chamado de amigo de Deus “Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, teu amigo?” (2Cr 20:7).

O cumprimento da Escritura se dá em dois momentos: Quando Deus justifica o crente Abraão e ele persevera mesmo quando a sua fé foi provada, o que lhe deu o título de amigo de Deus posteriormente. Se Abraão não estivesse de posse da obra perfeita da fé, a perseverança, jamais teria recebido o título de amigo de Deus.

Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé. (Tg 2: 24)

Este versículo demonstra que o homem é justificado pelas obras da fé. Ou seja, o homem não é justificado somente pela fé, mas pela fé e pelas obras que esta fé produz (Tg 1:4).

E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho? (Tg 2:25)

A ação de Raabe em esconder os espias de Israel demonstra de maneira clara que ela havia crido em Deus. O que ela ouviu acerca do Deus de Israel foi o bastante para que ela alcançasse a fé, que logo em seguida foi posta à prova (Js 2:1-24).

Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta. (Tg 2:26)

Tiago conclui o pensamento com uma comparação. Assim como o corpo sem o espírito está morto, a fé sem obras é morta.

A fé sem as suas obras é morta. Não há referência as obras ou ações humanas como meio para se alcançar o favor de Deus.

O aproximar do trono da graça com confiança é uma das obras da fé, da mesma forma que o é reter firmemente a nossa confissão (Hb 4:14).

As obras da fé são aspectos que se manifestam no homem interior, onde ele lança mão da esperança proposta. Ele possui essa consolação como ancora firme e segura da alma.

Por várias vezes Tiago chama os cristãos de irmãos.

As várias referências que a Bíblia registra acerca da igreja descrevem mais um reunião de pessoas do que o templo onde estavam se reunindo. Para Paulo a igreja era a união de gentios e judeus em torno do nome de Cristo (Ef 3:10).

O ajuntamento dos cristãos constitui a igreja, porém o local pode ser denominado de templo, igreja ou sinagoga. À época de Tiago o termo mais preciso para o local de ajuntamento era sinagoga.

O que é plenamente observável a respeito do escritor da carta é que ele não precisar defender a sua posição no seio da igreja à maneira de Paulo. Bastou a simples identificação: “Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo…” ( Tg 1:1 ). 

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