I João ou 1 João é a primeira epístola do apóstolo João, um dos livros do Novo Testamento da Bíblia.
Autoria
A
autoria da epístola é atribuída, pela tradição cristã, ao apóstolo João.
O
peso de evidências externas pode favorecer a autoria "joanina", pois
existem possíveis alusões a I João nos escritos de Clemente de Roma (em I
Clemente), Inácio de Antioquia e Pseudo-Clemente (na sua II Clemente). Outras,
prováveis alusões, podem ser encontradas no Didaquê, Epístola de Barnabé,
Pastor de Hermas, Justino Mártir, a Epístola a Diogneto, a Epístola de Policarpo
e nos escritos de Pápias preservados em Ireneu. Referências mais obscuras a 1
João em Ireneu, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes, Dionisio e no
Cânone Muratori.
Evidências internas também apoiam a tese tradicional. Geralmente são alistadas três tipos delas, que são:
·
A familiaridade do autor com a pessoa de
Cristo. Ele afirma que é testemunha ocular do ministério de Cristo
·
Sua reconhecida autoridade entre os primeiros
leitores
·
As grandes semelhanças entre e o Evangelho de
João e a 1 epístola de João. (1 João1:2-3*João 3:11; 1 João 1:4*João 16:24; 1
João 2:11* João 12:35; 1 João 2:14*João 5:38; 1 João 2:17*João 8:35; 1 João
3:5*João 8:46; 1 João 3:8*João 8:44; 1 João 3:13*João 15:18; 1 João 3:14*João
5:24; 1 João 3:16* João 10:15; 1 João 3:22*João 8:29; 1 João 3:23*João 13:34; 1
João 4:6*João 8:47; 1 João 4:15*João 6:56; 1 João 4:16* João 6:69; 1 João
4:16*João 15:10; 1 João 5:4*João 16:33; 1 João 5:9* João 5:32; 1 João 5:20*João
17:3)
O
testemunho de Westcott a respeito das passagens paralelas é conclusivo, ele
argumenta que existem conceitos fundamentais semelhantes, porém, são
apresentadas na epístola e no evangelho, com algumas diferenças. "O evangelho
nos deu a revelação histórica, a epístola nos mostrou como a revelação foi
recebida e vivida pela igreja e pelo crente". A forte correlação entre
ambas favorece a autoria comum.
Data
A
data provável que esta epístola tenha sido escrita seria entre os anos 85 e 90
da era comum, em Éfeso.
Primeiros
Leitores
A
falta de especial dedicação e saudação indica que a carta foi circular,
provavelmente enviada às igrejas da província da Ásia Menor, perto de Éfeso,
onde, segundo uma tradição antiga, João teria passado seus últimos dias. Por
causa da linguagem utilizada, pode-se inferir que o autor conhecia pessoalmente
os destinatários da carta.
Objetivo
O
objetivo de João ao escrever era expor a heresia dos falsos mestres e confirmar
a fé dos verdadeiros crentes. João declara ter escrito para dar garantia da
vida eterna àqueles que Creem "no nome do Filho de Deus" (I João
5:13). A incerteza de seus leitores sobre sua condição espiritual foi causada
por um conflito desordenado com os mestres de uma falsa doutrina. João
refere-se ao ensinamento como enganoso (I João 2:26, I João 3:7) e aos mestres
como "falsos profetas" (I João 4:1), mentirosos (I João 2:22) e
anticristos (I João 2:18-22, I João 4:3). O anticristo um dia tinha estado com
a igreja, mas tinha se afastado (I João 2:19) e tinha se "levantado no
mundo" (4.1) (I João 4:1) para propagar sua perigosa heresia.
Este
falso ensinamento parece ser precursor do Gnosticismo (do termo grego gnosis,
que significa conhecimento), e reivindicava possuir um conhecimento especial
sobre Deus, a teologia e Jesus Cristo. Sua base doutrinária incluía:
I)
que Jesus fosse realmente o Cristo (2:22),
II)
a pré-existência do Filho de Deus (1:1; 4:15 e 5:5,10),
III)
eles negavam a Encarnação de Cristo (4:2) IV) que seu objetivo fosse vir para
salvar os homens (4:9).
Porém,
segundo alguns estudiosos, a forma exata dessa heresia, é incerta. Geralmente é
afirmado que tinha alguma afinidade com os pontos de vista mantidos por
Cerinto, na Ásia Menor, no fim do primeiro século, ainda que não fosse
inteiramente idêntico com aquilo que se sabe sobre seu ensino. De acordo com
Cerinto, Jesus foi um homem bom, no qual o Cristo celestial viera habitar desde
o tempo de seu batismo até pouco antes de sua crucificação.
Isto
é combatido em diversas passagens da epístola, que afirma que Jesus é o Cristo
(5:6) o Filho de Deus (2:22, 5:1,5). O ensino de Cerinto baseava-se no dualismo
gnóstico entre o espiritual e o material, que negava a possibilidade de Deus
(Espírito) ter se tornado homem (Matéria). Outra versão desta heresia, o
Docetismo (do grego dokeo, parecer) afirmava que a Encarnação foi aparente, não
uma realidade concreta. A posição de Cerinto, que fica entre essas duas, afirma
que a Encarnação foi temporária, ou seja, desde o batismo até o momento da
crucificação.
O
método de João em expor os erros dos hereges e confrontá-los com a verdade.
Cristo Jesus é a fonte da vida e nós podemos receber a vida eterna que Ele nos
prometeu. E essa vida é oferecida a todos, indistintamente, não somente a um grupo
de iniciados na doutrina gnóstica.
Fonte: Wikipédia
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