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NOSSA SENHORA DAS DORES

Nossa Senhora das Dores ou Mater Dolorosa (Mãe Dolorosa) é um dos vários títulos que a Virgem Maria recebeu ao longo da história. Este título em particular refere-se às sete dores que Nossa Senhora sofreu ao longo de sua vida terrestre, principalmente nos momentos da Paixão de Cristo.          

O culto a Nossa Senhora das Dores iniciou-se no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na então Germânia, hoje, Alemanha. A festa de Nossa Senhora das Dores como hoje a conhecemos, celebrada em 15 de setembro, teve início em Florença, na Itália, no ano de 1239 através da Ordem dos Servos de Maria, uma ordem profundamente mariana.


As sete dores de Nossa Senhora

1. A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2.34,35)
2. A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2.13-21);
3. O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2.41-51);
4. O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23.27-31);
5. O sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João 19.25-27);
6. Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27.55-61);
7. O sepultamento do corpo do filho no Santo Sepulcro (Lucas 23.55,56).

Nossa Senhora das Dores é representada com um semblante de dor e sofrimento, tendo sete espadas ferindo seu imaculado coração. Às vezes, uma só espada transpassa seu coração, simbolizando todas as dores que ela sofreu. Ela é também representada com uma expressão sofrida diante da Cruz, contemplando o filho morto. Foi daí que se originou o hino medieval chamado Stabat Mater Dolorosa (Estava a Mãe Dolorosa). Ela ainda é representada segurando Jesus morto nos braços, depois de seu corpo ser descido da Cruz, dando assim origem à famosa escultura chamada Pietà.

Nossa Senhora das Dores, mãe de todos os homens. Foi aos pés da Cruz, quando Maria viveu a sua dor mais crucial, que ela recebeu do Filho a missão de ser a Mãe de todos homens, Mãe da Igreja (Corpo Místico), Mãe de todos os fiéis. Foi naquele momento de dor que Jesus disse a ela: Mãe, eis aí o teu filho (este filho está simbolizando a todos os fiéis). Foi nesse mesmo momento que Jesus disse a São João, que ali representava a todos nós: Filho, eis aí tua mãe. É por isso que a devoção a Nossa Senhora das Dores se reveste de grande importância para todos os cristãos.

Promessas aos devotos de Nossa Senhora das Dores

Nas revelações dadas a Santa Brígida, aprovadas pela Igreja Católica, vemos sete graças maravilhosas que Nossa Senhora prometeu a quem rezar a cada dia sete Ave-Marias em honra de suas Sete dores, fazendo uma pequena meditação sobre essas dores. As promessas são as seguintes:

1ª - Porei a paz em suas famílias. 
2ª - Serão iluminados sobre os Divinos Mistérios. 
3ª - Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei nos seus trabalhos. 
4ª - Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha à vontade de meu adorável Divino Filho e à santificação de suas almas. 
5ª - Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida. 
6ª - Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima. 
7ª - Obtive de Meu Filho que, os que propagarem esta devoção (às minhas Lágrimas e Dores) sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhes-ão apagados todos os seus pecados e o Meu filho e Eu seremos a sua eterna consolação e alegria. 

Promessas de Jesus a Santo Afonso

Santo Afonso Maria de Ligório recebeu revelações em que Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu aos devotos de Nossa Senhora das Dores as seguintes graças:
1ª – Que aquele devoto que invocar a divina Mãe pelos merecimentos de suas dores merecerá fazer antes de sua morte, verdadeira penitência de todos os seus pecados.
2ª - Nosso Senhor Jesus Cristo imprimirá nos seus corações a memória de Sua Paixão dando-lhes depois um competente prêmio no Céu. 
3ª - Jesus Cristo guardá-los-á em todas as tribulações em que se acharem, especialmente na hora da morte. 
4ª - Por fim os deixará nas mãos de sua Mãe para que delas disponha a seu agrado, e lhes obtenha todos e quaisquer favores.


Terço de Nossa Senhora das Dores

O Rosário das Lágrimas, ou, Terço das Lágrimas, ou Terço de Nossa Senhora das Dores é também um símbolo de Nossa Senhora das Dores. Ele tem 49 contas brancas divididas em sete partes de sete contas cada. Cada uma dessas sete partes representa uma das sete dores de Nossa Senhora. Contempla-se uma Dor de Maria e reza-se um Pai Nosso e sete Ave-Marias.

Oração a Nossa Senhora das Dores

“Virgem Dolorosíssima, seríamos ingratos se não nos esforçássemos em promover a memória e o culto de vossas Dores particulares, graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos. Alcançai-nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelos mérito de Vossas Dores e lágrimas, a graça...(pedir a graça). Amém.”

Em seguida, reza-se o Terço das Dores, contemplando cada Dor e rezando 1 Pai Nosso e 7 Ave Marias em cada dor contemplada.

SIMBOLISMO

A imagem de Nossa Senhora das Dores apresenta-nos uma simbologia clara e bela sobre os sofrimentos pelos quais a Virgem Maria passou. Os sofrimentos da Mãe de Jesus a tornam uma grande intercessora diante de Deus em nosso favor. Foi num momento de sofrimento, durante a crucificação de Jesus, que o Mestre nos entregou sua mãe como 'Nossa Mãe'. Portanto, as Dores de Nossa Senhora são importantes e a tornam também 'Co-redentora' da humanidade. Vamos conhecer a simbologia.


O manto azul. O manto azul de Nossa Senhora das Dores simboliza o céu. Este manto nos fala que esta Senhora está no céu, diante de Deus e que, de lá, ela pede ao Pai em nosso favor.

A túnica avermelhada. A túnica avermelhada de Nossa Senhora das Dores simboliza sua maternidade. As mulheres judias usavam uma túnica com esta cor para simbolizar que eram mães. Como vimos, Maria nos foi dada como Mãe pelo próprio Jesus, conforme lemos no Evangelho de São João 19, 26-27: 'Mãe, eis aí o teu filho. Filho, eis aí tua mãe.'

O dourado e o branco. Algumas representações de Nossa Senhora das Dores a apresentam com um véu branco sob o véu azul. Este branco simboliza sua virgindade e pureza. Em outras representações, a Virgem Maria tem dourado sob o véu, que simboliza sua realeza. Portanto, ela é Rainha, Mãe e Virgem.

A coroa e os cravos nas mãos de Nossa senhora das Dores. A coroa e os cravos nas mãos de Nossa senhora das Dores simbolizam a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, o sofrimento máximo que Maria acompanhou, viveu e sofreu. São João nos relata que Maria “estava de pé junto à cruz.” (João 19.25).

As sete espadas no coração de Nossa Senhora das Dores. As sete espadas no coração de Nossa Senhora das Dores simbolizam as sete dores pelas quais a Virgem Maria passou em sua vida:

Primeira dor: A profecia de Simeão (Lucas 2.28-35). Maria e José vão ao Templo para apresentarem o menino Jesus ao Senhor Deus. Lá, o profeta Simeão vai ao encontro deles e diz a Maria: “Uma espada de dor transpassará teu coração.” Num momento feliz, quando se apresenta um bebê ao Senhor, Maria recebe a notícia de uma 'espada de dor'. Certamente, junto com a alegria do bebê Jesus, estas palavras penetraram seu coração e a fizeram sofrer.

Segunda dor: A fuga para o Egito (Mateus 2.13-18). E as dores de Maria não demoraram para começar. Pouco tempo depois de ter ouvido a profecia de Simeão, a Sagrada família teve que fugir para o Egito porque Herodes procurava o Menino Jesus para mata-lo. A Sagrada Família permaneceu 4 anos no Egito, vivendo num país diferente, com uma língua diferente, costumes diferentes, longe dos parentes e da terra natal.

Terceira dor: A perda do Menino Jesus aos 12 anos (Lucas 2.41-52). Depois que voltaram do Egito, Jesus, Maria e José de Nazaré, como judeus piedosos, peregrinavam a Jerusalém todos os anos para celebrarem a Páscoa. Quando Jesus completou 12 anos, fizeram esta peregrinação. A caravana de Nazaré voltou para casa. Porém, Jesus ficou no Templo discutindo com os Doutores da Lei, enquanto seus pais pensavam que ele estivesse com os meninos na caravana. Quando notaram sua falta, voltaram a Jerusalém aflitos e só o encontraram depois de três dias, quando Jesus lhes disse que 'Deveria cuidar das coisas de seu Pai.' A perda do Menino Jesus, sem dúvida, foi uma grande dor para o coração de Maria, e também uma grande lição que ela guardou em seu coração.

Quarta dor: o encontro com Jesus a caminho do calvário. Imagine a dor de Nossa Senhora ao ver seu filho carregando uma cruz, condenado como um bandido, rumo à morte. E, no caminho, o povo insultava e ofendia seu Filho, como se ele fosse realmente um mal feitor. Qual mãe não sofre ao presenciar isso'

Quinta dor: Maria vê seu Filho crucificado. A crucificação, com toda a crueldade e dor que envolvia, foi outra espada que transpassou o coração de Maria. Cada cravo que perfurava o corpo de seu Filho, perfurava também o seu coração. Cada chaga que abriam em seu Filho, abriam também em seu coração.

Sexta dor: um soldado perfura o coração de Jesus. Maria, de pé, presenciou a morte de seu filho. E, para certificar-se de que ele estava realmente morto, um soldado perfurou seu coração com uma lança, de onde jorrou sangue e água. 

Sétima dor: o sepultamento de Jesus. Após presenciar a morte de seu Filho, Maria presenciou também seu sepultamento, num túmulo emprestado por José de Arimatéia. Aqui encerram as sete dores de Nossa Senhora, com a aparente vitória da morte. Porém, Jesus ressuscitou e a vida venceu a morte. Mas as dores de Maria certamente fazem dela a Co-redentora da humanidade, junto com Jesus.

Oração a Nossa Senhora das Dores

“Ó Mãe de Jesus e nossa mãe, Senhora das Dores, nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz, tendo nos braços o corpo sem vida do vosso Filho. Uma espada de dor transpassou vossa alma como predissera o velho Simeão. Vós sois a Mãe das dores. E continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária. Recolhei em vossas mãos os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz, sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente. E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa sociedade. Permanecei conosco e dai-nos o vosso auxílio, para que possamos converter as lutas em vitórias e as dores em alegrias. Rogai por nós, ó Mãe, porque não sois apenas a Mãe das dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém!”


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