André
era irmão de Simão (posteriormente chamado de Pedro por Jesus). Ambos eram
filhos de um pescador chamado Jonas e nasceram na cidade de Betsaida, às
margens do Lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galiléia. André e
Pedro eram pescadores como o pai, sócios de João e Tiago (também discípulos de
Jesus) numa comunidade de pesca e moravam em Cafarnaum no tempo em que o Mestre
apareceu. Às margens do Mar da Galileia, Cafarnaum era bem maior que Betsaida,
recebia gente de todo lugar e era bem mais promissora.
Discípulo de João Batista
Antes
de serem discípulos de Jesus, André e João, irmão de Tiago, foram discípulos de
João Batista. Foi João Batista, aliás, quem apresentou Jesus a esses dois,
dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele
que tira o pecado do mundo.” Os dois foram atrás de Jesus. O encontro com o
Mestre deve ter sido maravilhoso porque, João, depois de mais de 60 anos,
quando escreveu seu Evangelho, lembrou-se até da hora em que ele e André
encontraram o Mestre: “Eram quatro horas
da tarde”. (João 1.35-40)
Primeiro discípulo de Jesus
André,
juntamente com João, foram os primeiros a se tornarem discípulos de Jesus. O
fato de ter sido discípulo de João Batista mostra que Santo André era um homem
ligado à religião e estava em busca de algo mais. Depois de encontrar Jesus ele
faz questão de levar seu irmão Pedro até o Mestre afirmando "Encontramos o
Messias". Ele não guardou para si a graça de ter encontrado o Senhor. Por
isso, foi o primeiro discípulo a apresentar futuros discípulos a Jesus.
Santo André no grupo dos doze
André
era indicado pelos próprios discípulos como o "segundo na
hierarquia", estando abaixo somente de Pedro, o líder escolhido por Jesus.
Nas listas dos Apóstolos citadas nos Evangelhos, André figura entre os quatro
primeiros. A Tradição diz que Santo André era mais velho que Pedro. Porém, não
se sabe era casado, como o irmão, ou se teve filhos. Sabe-se que, após seu
encontro com Jesus, deixou tudo para seguir o Mestre.
Santo André nos Evangelhos
Santo
André é mencionado doze vezes no Novo testamento. Além de ser descrito como
primeiro discípulo, Santo André é citado no milagre da multiplicação dos pães.
É ele quem apresenta o menino que tem cinco pães e dois peixes. (João 6.8-14).
Quando gregos pedem para ver Jesus, Filipe vai falar com André e André fala com
Jesus. O fato evidencia a autoridade de André. Santo André participou de toda a
vida pública de Jesus, viu todos os milagres que o Mestre realizou, ouviu todas
as suas pregações e ensinamentos.
Experimentou a própria fraqueza fugindo
quando Jesus foi preso, mas experimentou também a alegria do perdão vindo de
Jesus ressuscitado e a força do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Tudo isso
moldou para sempre sua personalidade e ele se tornou um grande Apóstolo.
O apostolado de Santo André
Logo
após a Vinda do Espírito Santo, Santo André ajudou a fortalecer a Igreja
nascente na Palestina. Depois, porém, partiu para anunciar o Evangelho em
vários lugares da região, fixando-se em Patras, na Grécia. Lá, formou uma
comunidade cristã forte, modelo para outras comunidades. Ali surgiu uma igreja
viva, rica em discípulos e missionários. Vários milagres aconteceram pela
oração de Santo André.
Porém,
ali também foi o local do seu martírio. Por causa do crescimento da comunidade
cristã, o governador local chamado Egéas, subordinado ao imperador Nero,
prendeu Santo André porque o santo afirmava que Jesus era um juiz mais
importante e acima dele (Egéas). O governador exigiu depois que Santo André
adorasse os deuses pagão da região. O santo negou e ainda afirmou que aqueles
deuses eram demônios. Por isso, Egéas condenou-o à crucificação. Santo André
aceitou a sentença com alegria, pois sempre pregou a grandeza da cruz de
Cristo. Antes de morrer, doou seus bens e suas roupas a seus carrascos e
resistiu dois dias de grande sofrimento pregado numa cruz em forma de “X”.
Antes de sua morte, uma forte luz envolveu todo o seu corpo e depois se apagou.
Era o dia 30 de novembro de 60. Em 357, o imperador Constantino, convertido ao
cristianismo, trasladou os restos mortais de santo André para Constantinopla.
Depois, essas relíquias foram trasladadas para Roma, onde estão até hoje,
guardadas na Catedral de Amalfi.
Oração a Santo André
“Santo
André, Apóstolo de Jesus Cristo, que conheceste a exigência e a alegria de seu
primeiro pelo, dá-nos a graça de responder-lhe com a mesma fidelidade, de O
servir cada dia no lugar que Ele para nós escolheu. Tu que distribuíste à
multidão faminta o pão que o Senhor multiplicava em tuas mãos, obtém para nossa
pobreza o mesmo milagre. Faze que esperemos o socorro de Deus com a invencível
esperança do amor, preocupados unicamente com o advento de seu Reino.
Testemunha da boa-nova que tua voz levou até as extremidades da terra, conserva
nos apóstolos de nosso tempo esta fé viva que transporta montanhas e constrói o
Reino. Mártir de teu testemunho, concede-nos a graça de união à Cruz de Jesus
Cristo; que ela seja a alegria de nossa vida e o penhor de nossa ressurreição
na claridade de Deus. Amém!”
SIMBOLISMO
Santo
André é o protetor dos caluniados e dos processados injustamente. Ele foi irmão
de São Pedro e um dos doze apóstolos de Jesus. Foi ele, aliás, quem apresentou
Jesus a Pedro e este encontro transformou a vida de seu irmão para sempre. Após
a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, Santo André se tornou um grande
evangelizador. Ele anunciou a Boa Nova de Jesus na Ásia Menor, nas margens do
Mar Negro e indo até Kiev, na atual Ucrânia. Por isso, ele é o padroeiro da
Ucrânia e da Rússia. Foi ele quem fundou a comunidade cristã de Bizâncio ou
Constantinopla, atual Istambul, sendo, também, o padroeiro desta grande cidade.
Vamos conhecer os símbolos de sua imagem.
A
paisagem, o barco e os peixes. A paisagem, o barco e os
peixes na imagem de Santo André nos falam sobre sua vida antes de se tornar
apóstolo de Cristo. Ele era pescador, junto com seu irmão Pedro. Ambos viviam e
trabalhavam no "Mar da Galiléia", ou Lago de Tiberíades. Ali ganharam
a vida como pescadores até que Jesus chegou e transformou-os em
"pescadores de homens".
A
cruz de Santo André. A cruz de Santo André em forma de
"X" nos fala sobre o martírio do santo; conta-nos sobre a forma como
ele foi morto. Aconteceu em Patras, na Grécia. Por pregar o Evangelho de Jesus
Cristo, Santo André desagradou os líderes locais, ligados à feitiçaria e ao uso
da ignorância do povo em benefício próprio. Por isso, foi condenado à
crucificação. No momento final, Santo André pediu para ser crucificado numa
cruz em "X", por não se achar digno de padecer como Jesus. Assim foi
feito. Santo André faleceu no dia 30 de novembro e este é o dia de sua festa.
O
manto roxo. Simboliza
a lamentação por causa de sua morte violenta. Mesmo tendo feito somente o bem e
anunciado ao mundo a Boa Notícia de Jesus Cristo, Santo André não foi
compreendido e foi assassinado. Por isso, ele é o protetor dos caluniados e dos
processados injustamente. Todas as comunidades dos fiéis por ele fundadas
lamentaram sua morte e sentiram a dor da perda de um verdadeiro pai espiritual.
A
túnica verde. Simboliza
a vitória da vida sobre a morte. Ela nos ensina que, mesmo tendo sido morto
cruelmente, mesmo tendo o povo lamentado sua perda, Santo André venceu a morte
e está na glória dos céus. Todo aquele que crê em Jesus Cristo e faz dele sua
razão de viver, vencerá a morte e brilhará na glória do Pai.
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