A Igreja Ortodoxa (do grego όρθος, transl. órtos: reto, correto, e δόξα,
transl. dóxa: doutrina, opinião; literalmente, "igreja da opinião
correta") ou Igreja Católica Ortodoxa é uma comunhão e igrejas cristãs
autocéfalas, herdeiras da cristandade do Império Bizantino, que reconhece o
primado de honra do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla desde que a sede de
Roma deixou de comungar com a ortodoxia. Reivindica ser a continuidade da
Igreja fundada por Jesus, considerando seus líderes como sucessores dos
apóstolos.
A Igreja Ortodoxa tem aproximadamente dois mil anos, contando-se a partir
da Igreja Primitiva, e aproximadamente mil anos, contando-se a partir do Cisma
do Oriente ou Grande Cisma, em 1054. Desde então, os ortodoxos não reconhecem a
primazia papal, a cláusula filioque, não aceitam os dogmas proclamados pela
Igreja Católica Romana em
séculos recentes, tais como a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Também não consideram válidos os sacramentos ministrados por outras confissões cristãs.
séculos recentes, tais como a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. Também não consideram válidos os sacramentos ministrados por outras confissões cristãs.
Apesar de católicos romanos e ortodoxos terem uma história comum, que
começa com a fundação da Igreja e com a difusão do cristianismo pelos
apóstolos, uma série de dificuldades ocasionou o progressivo distanciamento entre
Roma e os Patriarcas. Primeiro veio a quebra da unidade politica. Com a divisão
do Império Romano em 395, a queda do Império Romano do Ocidente em 476 e o
fracasso da tentativa de Justiniano I de reunificar o império a partir de 535,
o Oriente e o Ocidente deixaram de ter o mesmo governo. Tempos mais tarde, com
a ascensão do Islã, as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o
Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua latina, tornaram-se
mais difíceis, e a unidade cultural deixou de existir.
História
Até o século XI, católicos romanos e ortodoxos têm uma história comum, que
começa com a instituição da Igreja por Jesus Cristo e sua difusão pelos
apóstolos. O Primeiro Concílio de Niceia, em 325, estabeleceu a Pentarquia,
isto é, a organização da Igreja em cinco patriarcados, a cargo dos bispos de
Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma, sendo o Bispo de Roma
considerado o primus, isto é, o primeiro entre os patriarcas, embora muitos
interpretem esse título como o primus inter pares, o primeiro entre iguais.
Porém, quando a residência do imperador romano e o senado foram transferidos
para Constantinopla, em 330 d.C, o Bispo de Roma perdeu influência nas igrejas
orientais, em benefício do Bispo de Constantinopla. Ainda assim, Roma continuou
a ter uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.
Uma série de dificuldades complexas ocasionou um progressivo distanciamento
entre Roma e os demais patriarcados. Primeiro veio a quebra da unidade
política. Com a divisão do Império Romano (em 395), a queda do Império Romano
do Ocidente (em 476) e o fracasso da tentativa de Justiniano I de reunificar o império
(a partir de 535), Oriente e Ocidente deixaram de estar sob o mesmo governo.
Mais tarde, com a ascensão do Islã, as trocas econômicas e os contatos por via
marítima entre o Império Bizantino, de língua grega, e o Ocidente, de língua
latina, se tornaram mais difíceis, e a unidade cultural entre os dois mundos
deixou paulatinamente de existir. No século VIII, Roma colocou-se sob a
proteção do Império Carolíngio. Criou-se assim uma situação em que as Igrejas,
em Roma e em Constantinopla, estavam no seio de dois impérios distintos, fortes
e autossuficientes, cada qual com sua própria tradição e cultura. Essa situação
ensejou uma escalada de divergências doutrinárias entre Oriente e Ocidente (em
particular, a inclusão, pela Igreja Latina, da cláusula filioque, no Credo
Niceno-Constantinoplo, considerada herética pelos ortodoxos) e a adoção
gradativa de rituais diferentes. Ao mesmo tempo, acentuou-se a pretensão, por
parte de Roma, de exercer uma autoridade inconteste sobre todo o mundo cristão,
enquanto que Constantinopla aceitava somente que Roma tivesse uma posição de
honra. Tais disputas levaram à ruptura, em 1054, entre a Igreja Católica no
Ocidente e a Igreja Ortodoxa no Leste (Grécia, Rússia e muitas das terras
eslavas: Anatólia, Síria, Egipto, etc.). A essa divisão a historiografia latina
chama Cisma do Oriente, e a oriental e anglo-saxônica, Grande Cisma.
Funcionamento
A Igreja Ortodoxa é formada por diversas jurisdições eclesiásticas (como,
por exemplo, a Igreja Ortodoxa Grega e a Igreja Ortodoxa Russa) que professam a
mesma fé e, com algumas variantes culturais, praticam basicamente os mesmos
ritos. O chefe espiritual das Igrejas Ortodoxas é o Patriarca de
Constantinopla, embora este seja um título mais honorífico, uma vez que os
patriarcas de cada uma dessas igrejas são independentes. A maior parte das
igrejas ortodoxas, todas elas em comunhão umas com as outras, usam o rito
bizantino.
Para os ortodoxos, o chefe único da Igreja, e sem intermediários,
representantes ou legatários, é o próprio Jesus Cristo. A autoridade suprema na
Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo, que se compõe de todos os patriarcas chefes
das igrejas autocéfalas e dos arcebispos primazes das igrejas autônomas, que se
reúnem por chamada do Patriarca Ecumênico de Constantinopla.
A Igreja Ortodoxa reconhece sete Concílios Ecumênicos: Niceia,
Constantinopla, Éfeso, Calcedônia, Constantinopla II, Constantinopla III e
Niceia II.
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