Natal ou Dia de Natal é um feriado e
festival religioso cristão comemorado anualmente em 25 de Dezembro (nos países
eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário juliano, o
Natal é comemorado no dia 7 de janeiro), originalmente destinado a celebrar o
nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis invicti Solis), e adaptado pela Igreja Católica no terceiro
século d.C., para permitir a conversão dos povos pagãos sobre o domínio do
Império Romano, passando a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré. O Natal é
o centro dos feriados de fim de ano e da temporada de férias, sendo, no
cristianismo, o marco inicial do Ciclo do Natal que dura doze dias.
Embora tradicionalmente seja um dia
santificado cristão, o Natal é amplamente comemorado por muitos não-cristãos,
sendo que alguns de seus costumes populares e temas comemorativos têm origens
pré-cristãs ou seculares. Costumes populares modernos
típicos do feriado
incluem a troca de presentes e cartões, a Ceia de Natal, músicas natalinas,
festas de igreja, uma refeição especial e a exibição de decorações diferentes;
incluindo as árvores de Natal, pisca-piscas e guirlandas, visco, presépios e
ilex. Além disso, o Papai Noel é uma figura mitológica popular em muitos
países, associada com os presentes para crianças.
Etimologia
A palavra natal do português já foi nātālis no latim, derivada do verbo nāscor (nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer. De nātālis do latim, evoluíram também
natale do italiano, noël do francês, nadal do catalão, natal do castelhano,
sendo que a palavra natal do castelhano foi progressivamente substituída por
navidad, como nome do dia religioso.
Já a palavra Christmas, do inglês,
evoluiu de Christes maesse ('Christ's mass') que quer dizer missa de Cristo.
Uso
Como adjetivo, significa também o
local onde ocorreu o nascimento de alguém ou de alguma coisa. Como festa
religiosa, o Natal, comemorado no dia 25 de dezembro desde o Século IV pela
Igreja ocidental e desde o século V pela Igreja oriental, celebra o nascimento
de Jesus Cristo e assim é o seu significado nas línguas neolatinas. Muitos
historiadores localizam a primeira celebração em Roma, no ano 336 d.C, no
entanto parece que os primeiros registros da celebração do Natal têm origem
anterior, na Turquia, a 25 de Dezembro, já em meados do século II.
História
Os primeiros indícios da comemoração
de uma festa cristã litúrgica do nascimento de Jesus em 25 de dezembro é a
partir do Cronógrafo de 354. Essa comemoração começou em Roma, enquanto no
cristianismo oriental o nascimento de Jesus já era celebrado em conexão com a
Epifania, em 6 de janeiro. A comemoração em 25 de dezembro foi importada para o
oriente mais tarde: em Antioquia por João Crisóstomo, no final do século IV,
provavelmente, em 388, e em Alexandria somente no século seguinte. Mesmo no
ocidente, a celebração da natividade de Jesus em 6 de janeiro parece ter
continuado até depois de 380.
No ano 350, o Papa Júlio I levou a
efeito uma investigação pormenorizada e proclamou o dia 25 de Dezembro como
data oficial e o Imperador Justiniano, em 529, declarou-o feriado nacional.
Pré-cristianismo
Estudiosos modernos argumentam que
esse festival foi colocado sobre a data do solstício, porque foi neste dia que
o Sol voltou atrás em sua partida em direção ao o sul e provou ser
"invencível". Alguns escritores cristãos primitivos ligaram o
renascimento do sol com o nascimento de Jesus. "Ó, quão maravilhosamente
agiu Providência que naquele dia em que o sol nasceu...Cristo deveria
nascer", Cipriano escreveu. João Crisóstomo também comentou sobre a
conexão: "Eles chamam isso de 'aniversário do invicto'. Quem de fato é tão
invencível como Nosso Senhor...?".
Embora o Dies Natalis Solis Invicti seja objeto de uma grande dose de
especulação acadêmica,[carece de fontes] a única fonte antiga para isso é uma
menção no Cronógrafo de 354 e o estudioso moderno do Sol Steven Hijmans
argumenta que não há evidência que essa celebração anteceda a do Natal:
"Enquanto o solstício de inverno em torno de 25 de dezembro foi bem
estabelecido no calendário imperial romano, não há nenhuma evidência de que uma
celebração religiosa do Sol naquele dia antecedia a celebração de Natal e
nenhuma que indica que Aureliano teve parte na sua instituição".
Festivais de inverno
Os festivais de inverno eram os
festivais mais populares do ano em muitas culturas. Entre as razões para isso,
incluí-se o fato de que menos trabalho agrícola precisava ser feito durante o
inverno, devido a expectativa de melhores condições meteorológicas com a
primavera que se aproximava. As tradições de Natal modernas incluem: troca de
presentes e folia do festival romano da Saturnália; verde, luzes e caridade do
Ano Novo Romano;. madeiros do Yule e diversos alimentos de festas germânicas.
A Escandinávia pagã comemorava um
festival de inverno chamado Yule, realizado do final de dezembro ao período de
início do janeiro. Como o Norte da Europa foi a última parte do continente a
ser cristianizada, suas tradições pagãs tinham uma grande influência sobre o
Natal. Os escandinavos continuam a chamar o Natal de Jul.
Cristianismo
A principal celebração religiosa
entre os membros da Igreja Católica e de diversos outros grupos cristãos é o
serviço religioso da Véspera de Natal ou o da manhã do dia de Natal. Durante os
quarenta dias que levam ao Natal, a Igreja Ortodoxa pratica o Jejum da
Natividade, enquanto que a maioria das congregações cristãs (incluindo a Igreja
Católica, a Comunhão Anglicana, muitas igrejas protestantes e os batistas)
iniciam a observância da temporada litúrgica do Advento quatro domingos antes
do Natal — os dois grupos entendem que o período é de limpeza espiritual e de
renovação para a celebração do nascimento de Jesus.
Na teologia cristã, o nascimento de
Jesus é a encarnação de Jesus como segundo Adão como realização da vontade de
Deus para desfazer o dano provocado pela queda do primeiro homem, Adão. As
representações artísticas da Natividade tem sido um grande tema para os
artistas cristãos desde o século IV. Desde o século XIII, o presépio enfatiza a
humildade de Jesus e promove uma imagem mais terna dele, um importante ponto de
inflexão em relação às mais antigas imagens do "Senhor e Mestre", o
que acabou por influenciar o ministério pastoral do cristinianismo.
Os evangelhos canônicos de Lucas e
Mateus contam que Jesus nasceu em Belém, na província romana da Judeia de uma
mãe ainda virgem. No relato do Evangelho de Lucas, José e Maria viajaram de
Nazaré para Belém para comparecer a um censo e Jesus nasceu durante a viagem
numa simples manjedoura. Anjos o proclamaram salvador de todas as pessoas e
pastores vieram adorá-lo. No relato de Mateus, astrônomos seguiram uma estrela
até Belém para levar presentes a Jesus, nascido o "rei dos judeus". O
rei Herodes ordena então o massacre de todos os garotos com menos de dois anos
da cidade, mas a família de Jesus escapa para o Egito e depois volta para
Nazaré, um evento que tradicionalmente marca o fim do período conhecido como
"Natividade".
Símbolos e tradições
Decorações
Uma outra tradição do Natal é a
decoração de casas, edifícios, elementos estáticos, como postes, pontes e
árvores, estabelecimentos comerciais, prédios públicos e cidades com elementos
que representam o Natal, como, por exemplo, as luzes de natal e guirlandas. Em
alguns lugares, existe até uma competição para ver qual casa, ou
estabelecimento, teve a decoração mais bonita, com direito a receber um prêmio.
A árvore de Natal é considerado por
alguns como uma "cristianização" da tradições e rituais pagãos em
torno do Solstício de Inverno, que incluía o uso de ramos verdes, além de ser
uma adaptação de adoração pagã das árvores. Outra versão sobre a procedência da
árvore de Natal, a maioria delas indicando a Alemanha como país de origem, uma
das mais populares atribui a novidade ao padre Martinho Lutero (1483-1546),
autor da Reforma Protestante do século XVI. Olhando para o céu através de uns
pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado parecendo-lhe um
colar de diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo,
decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, entusiasmado, colocou
o pequeno pinheiro num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos,
decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Arrumou em
seguida papéis coloridos para enfeitá-lo mais um tanto. Era o que ele vira lá
fora. Afastando-se, todos ficaram pasmos ao verem aquela árvore iluminada a
quem parecia terem dado vida. Nascia assim a árvore de Natal. Queria, assim,
mostrar as crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de Cristo.
As esculturas e quadros que
enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais
semilitúrgicas que aconteciam durante a Missa de Natal serviram de inspiração
para que se criasse o presépio. A tradição católica diz que o presépio (do lat.
praesepio) surgiu em 1223, quando São
Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e,
com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino
Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e
vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.
O sucesso dessa representação do
Presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se
introduziu nas casas nobres européias e de lá foi descendo até as classes mais
pobres. Na Espanha, a tradição chegou pela mão do Rei Carlos III, que a
importou de Nápoles no século XVIII. Sua popularidade nos lares espanhóis e
latino-americanos se estendeu ao longo do século XIX, e na França, não o fez
até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o
Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos
Evangelhos.
Amigo secreto ou oculto
No Brasil, é muito comum a prática
entre amigos, funcionários de uma empresa, amigos e colegas de escola e na
família, da brincadeira do amigo oculto (secreto). Essa brincadeira consiste de
cada pessoa selecionar um nome de uma outra pessoa que esteja participando
desta (obviamente a pessoa não pode sortear ela mesma) e presenteá-la no dia,
ou na véspera. É comum que sejam dadas dicas sobre o amigo oculto, como
características físicas ou qualidades, até que todos descubram quem é o amigo
oculto. Alguns dizem características totalmente opostas para deixar a
brincadeira ainda mais divertida.
Acredita-se que a brincadeira venha
dos povos nórdicos. Porém, é também uma brincadeira de costumes e tradições de
povos pagãos. A brincadeira se popularizou no ano de 1929, em plena depressão
onde não tinha dinheiro para comprar presentes para todos se fazia a
brincadeira para que todos pudessem sair com presentes
Personagens lendários
Uma série de figuras de origem
cristã e mítica têm sido associadas ao Natal e às doações sazonais de
presentes. Entre estas estão o Papai Noel, também conhecido como Santa Claus
(na anglofonia), Père Noël e o Weihnachtsmann; São Nicolau ou Sinterklaas,
Christkind; Kris Kringle; Joulupukki; Babbo Natale, São Basílio e Ded Moroz.
A mais famosa e difundida destas
figuras na comemoração moderna do Natal em todo o mundo é o Papai Noel, um
mítico portador de presentes, vestido de vermelho, cujas origens têm diversas
fontes. A origem do nome em inglês Santa Claus pode ser rastreada até o
Sinterklaas holandês, que significa simplesmente São Nicolau. Nicolau foi bispo
de Mira, na atual Turquia, durante o século IV. Entre outros atributos dados ao
santo, ele foi associado ao cuidado das crianças, à generosidade e à doação de
presentes. Sua festa em 6 de dezembro passou a ser comemorada em muitos países
com a troca de presentes.
São Nicolau tradicionalmente
aparecia em trajes de bispo, acompanhado por ajudantes, indagando as crianças
sobre o seu comportamento durante o ano passado antes de decidir se elas
mereciam um presente ou não. Por volta do século XIII, São Nicolau era bem
conhecido nos Países Baixos e a prática de dar presentes em seu nome se
espalhou para outras partes da Europa central e do sul. Na Reforma Protestante
nos séculos XVI e XVII na Europa, muitos protestantes mudaram o personagem
portador de presente para o Menino Jesus ou Christkindl e a data de dar
presentes passou de 6 de dezembro para a véspera de Natal.
Controvérsias e críticas
Ao longo da história do feriado, o
natal tem sido objeto de controvérsia e críticas de uma ampla variedade de
fontes distintas. A primeira controvérsia documentada em relação ao natal foi
liderada por cristãos e começou durante o Interregno Inglês, quando a
Inglaterra era governada por um Parlamento Puritano. Os puritanos (incluindo
aqueles que fugiram para a América) procuraram remover os elementos pagãos
restantes do natal. Durante este breve período, o Parlamento Inglês proibiu por
completo a celebração do natal, considerando-o "um festival papista sem
justificação bíblica" e uma época de comportamento perdulário e imoral.
As controvérsias e críticas
continuam nos dias de hoje, onde alguns cristãos e não-cristãos têm afirmado
que uma afronta ao natal (apelidada de "guerra contra o Natal" por
alguns) está em curso. Nos Estados Unidos, tem havido uma tendência para
substituir a saudação Feliz Natal para Boas Festas. Grupos como a União
Americana pelas Liberdades Civis iniciaram processos judiciais para impedir a
exibição de imagens e outros materiais referentes ao natal em bens públicos,
incluindo escolas. Esses grupos argumentam que o financiamento do governo para
exibir imagens e tradições do natal viola a Primeira Emenda da Constituição dos
Estados Unidos, que proíbe a criação, pelo Congresso, de uma religião nacional.
Em 1984, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu no processo Lynch vs
Donnelly que uma exposição de Natal (que incluía um presépio) de propriedade e
exibida pela cidade de Pawtucket, em Rhode Island, não violava a Primeira
Emenda. Em novembro de 2009, o tribunal federal de apelações na Filadélfia
endossou uma proibição ao distrito escolar sobre o canto de canções de natal.
Na esfera privada também tem sido
alegado que qualquer menção específica do termo "natal" ou dos seus
aspectos religiosos está sendo cada vez mais censurada, evitada ou
desestimulada por vários anunciantes e varejistas. Em resposta, a Associação da
Família Americana e outros grupos organizados boicotaram varejistas.
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