"Entraram
em Cafarnaum e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava. E
maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e
não como os escribas. E estava na sinagoga deles um homem com um espírito
imundo, o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste
destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. E repreendeu-o Jesus, dizendo:
Cala-te, e sai dele. Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com
grande voz, saiu dele." (Marcos 1.21-26; Lucas 4.31-37).
Propósito: inaugurar
e dar publicidade ao ministério de Jesus na Galiléia e demonstrar a sua missão
para libertar todos os cativos de Satanás.
Consequências: as multidões apertaram Jesus em busca de cura. Este foi o segundo milagre de Jesus no sábado, o primeiro foi a cura de um paralítico (João 5.1-18).
Jesus estava falando
na sinagoga sobre o reino que Ele tinha vindo estabelecer, e sobre a
missão dele:
libertar os escravos do diabo. De repente, foi interrompido por um grito agudo
e aterrorizante. Um louco vinha saindo do meio do povo, exclamando: “Ah!
Que temos contigo, Jesus de Nazaré? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o
Santo de Deus”.
Tomado por espíritos
imundos, esse homem tinha virado um espetáculo terrível para seus amigos, e um
fardo para ele mesmo. A causa dessa aflição estava escondida em sua própria
história. Ele tinha sido fascinado pelos prazeres do pecado, e pensou que podia
transformar a vida num grande carnaval. Nunca tinha sonhado em virar um terror
para o mundo e uma vergonha para sua família; só achou que podia gastar seu
tempo em alguns “exageros inocentes”. Só que, depois que começou a descer,
embalou rapidamente: a intemperança e o descuido destruíram as suas capacidades
mentais, e Satanás tomou conta dele todo.
Quando ficou com
remorso, era tarde demais. A mesma coisa acontece com todos que cedem ao
maligno: o que era um prazer fascinante no começo acaba virando trevas de
desespero e deixando a alma arruinada.
Do mesmo jeito que
foi naquela época, vai ser até a grande batalha final entre o bem e o mal. A
história está se repetindo. Os líderes religiosos estão destruindo a fé na
Bíblia como a Palavra de Deus; e depois que ela é rejeitada, você nem calcula a
que profundidade de degradação o sujeito pode mergulhar. Os pecados escondidos
ou os vícios dominadores deixam a pessoa tão impotente quanto o endemoninhado
de Cafarnaum.
Mas esse estado não é
desesperador. Existe um jeito de vencer o maligno; o mesmo que Jesus usou: o
poder da Palavra da verdade. “Vocês vão conhecer a verdade, e ela vai
libertar vocês” (João 8.32). Todo homem sempre tem a liberdade de
escolher a quem ele vai servir. Ninguém caiu tão fundo, ninguém é tão ruim, que
não possa mais encontrar a libertação em Cristo. Deus não deixa de atender
nenhum grito de uma alma em necessidade – mesmo que não seja expresso por
palavras. Os espíritos das trevas vão lutar pela pessoa, mas os anjos de Deus
vão defendê-la, e vencerão. Em Isaías 49.24 e 25, Deus pergunta: “Por
acaso alguém salvaria a vítima do guerreiro valente? Ou os presos justamente
escapariam?”, e Ele mesmo responde: “Com certeza os presos serão
libertados, e a vítima do tirano vai sobreviver; porque eu mesmo entrarei na
batalha – eu vou lutar contra quem te ameaçar, e vou resgatar os teus filhos!”
Muitos psicólogos
rejeitam a maioria dos relatos de possessão demoníaca, afirmando que são uma
forma primitiva de descrever as doenças mentais. Embora muitas vezes doenças
mentais tenham sido erroneamente diagnosticadas como possessão demoníaca, no
caso desse homem, uma força exterior e hostil controlava-o. Marcos enfatizou o
conflito entre Jesus e as forças malignas com a finalidade de mostrar a superioridade
do Messias sobre elas; por esta razão, registrou muitas histórias sobre Jesus
ter expulsado espíritos malignos. Jesus não tinha a necessidade de executar um
elaborado ritual de exorcismo, pois sua palavra era suficiente para expulsar os
demônios.