A
existência de falsos sinais, prodígios de mentira e milagres falsificados não
surpreenderá os estudantes sérios da Bíblia. Numerosos textos bíblicos advertem
sobre estas coisas (Mateus 24:4; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 3:13;
Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). Se
acreditarmos na Bíblia, podemos esperar uma
abundância de falsos milagres.
Então,
como saberemos quais sinais são verdadeiros e quais não são? Primeiramente,
comparando o ensinamento do operador do sinal com as Escrituras para ver se sua
mensagem é verdadeira. João nos adverte para testar os espíritos: "Amados,
não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de
Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 João
4:1). Ele revela o teste a usar: "Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos
ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o
espírito da verdade e o espírito do erro" (1 João 4:6).
O teste
é a revelação escrita pelos apóstolos. Os cristãos de Beréia são um bom
exemplo: "Ora,
estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a
palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se
as cousas eram, de fato, assim" (Atos 17:11). Paulo operou
sinais em Beréia, mas os cristãos dali determinaram se Paulo era de Deus ou
não, comparando sua pregação com as Escrituras. (Deuteronômio 13:1-5; Jeremias
23:25-32; 1 Coríntios 12:1-3; 1 Tessalonicenses 5:21 podem ser estudados para
mais ajuda neste ponto).
Infelizmente,
muitas pessoas vêem acontecimentos espantosos e, automaticamente, concluem que
eles vêm de Deus. Precisamos perceber que coincidência, pensamento positivo,
ilusão fraudulenta e o Diabo podem falsificar milagres bíblicos. Contudo, as
falsificações nunca poderão igualar-se aos milagres reais. Deus mostrou que seu
Filho era inigualável por meio de sinais que hoje ninguém sequer pretende
realizar: transformar água em vinho, multiplicar pães e peixes, caminhar sobre
as águas, curar instantaneamente um cego, surdo e leproso, e ainda ressuscitar
um morto.
Neste
estudo, testemos o falar em línguas das igrejas pela Bíblia. Veremos seis
diferenças entre as línguas da Bíblia e as línguas das igrejas de hoje:
O DOM DE LÍNGUAS
Em
1 Coríntios 14:26-40 encontram-se vários regulamentos para o uso das línguas da
Bíblia. Existem regras específicas e princípios gerais. Quase todas
estas regras a serem obedecidas no uso das línguas da Bíblia são habitualmente
violadas por aqueles que pretendem falar línguas da Bíblia. Em vez de
limitar o número dos que falam em línguas a 2 ou 3 pessoas por culto, as
igrejas de hoje, às vezes, têm dúzias falando no mesmo culto. Em vez de
falar um de cada vez, atualmente falam muitos simultaneamente. Em vez de
falar em línguas somente quando um tradutor está presente, muitas igrejas onde
se falam em línguas falam quer haja um intérprete, quer não. As regras
gerais, também, são violadas frequentemente. Os propósitos das línguas
são mais de mostrar excitação e emoção do que edificar. E, em muitos
cultos em que se falam línguas, há pouquíssima ordem. O forte contraste
entre as regras de Deus para as línguas da Bíblia e as regras que são seguidas
pelas línguas modernas deveriam fazer-nos perguntar: Por quê? Por que, se
temos os mesmos dons, não seguimos as mesmas regras? Se as igrejas que
mais frequentemente dizem que falam em línguas flagrantemente desrespeitam a
Bíblia no uso destas línguas, poderia ser que essas próprias línguas não fossem
de Deus?
Específicas:
v. 27 Não mais do que dois ou três por culto
v. 27 Sucessivamente
v. 28 Se não houver intérprete, fique calado
Princípios Gerais:
v. 26 Tudo para edificação
v. 40 Com decência e ordem
TIPO DAS LÍNGUAS
Na Bíblia: Idiomas verdadeiros
Atos 2
v. 4 "em outras línguas"
v. 6 "cada um ouvia falar na sua própria língua"
v. 8 "ouvimos falar, cada um em nossa própria língua"
v. 9-11 lista das nações
v. 11 "ouvimos falar em nossas próprias línguas"
1 Coríntios 14
v. 2,4,5, etc. "língua" quer dizer "idioma"
v. 13 "interpretar" quer dizer "traduzir"
v. 11 "estrangeiro" quer dizer "alguém que fala uma linguagem diferente"
v. 21 Referência à linguagem assíria
v. 10 "Há . . . muitos tipos de vozes no mundo, nenhum deles, contudo, sem sentido"
Hoje: Sílabas sem Sentido
De
que tipo eram as línguas da Bíblia? Com alguma exceção ocasional, as
igrejas Pentecostais de nossos dias nem sequer pretendem falar em linguagens
conhecidas de hoje, mas em sons incompreensíveis (combinações de sílabas sem
significado próprio, ao menos para principiantes). Mas as línguas da Bíblia
sempre significavam falar em idiomas verdadeiros, entendidos por pessoas que
sabiam falar aquelas linguagens. Em Atos 2, pessoas de muitas nações
tinham se reunido em Jerusalém para a celebração do dia de Pentecoste.
Ali, pela primeira vez, homens batizados pelo Espírito Santo começaram "a
falar em outras línguas". O texto mostra claramente que a audiência
era composta de pessoas que falavam diferentes línguas: "E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria
língua materna? Somos partos, medos e elamitas e os naturais da Mesopotâmia,
Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e das
regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto
judeus como prosélitos, cretenses e arábios" (Atos 2:8-11).
E as Escrituras dizem: "Quando, pois, se
fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade,
porquanto cada um os ouvia falar na sua
própria língua" (Atos 2:6); "e como os
ouvimos falar, cada um em nossa própria
língua materna?" (Atos
2:8); "como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as
grandezas de Deus?" (Atos 2:11). Atos 2 foi o
protótipo do falar em línguas no Novo Testamento. E, em Atos 2, falar em
línguas significava falar em linguagens que poderiam ser entendidas. Em 1
Coríntios 14, a Bíblia mostra também que essas línguas eram idiomas
verdadeiros. Notem os significados das palavras usadas: "língua" (nos versículos 2,4,5,6,9,13,18,19
. . .) significa "idioma"; "interpretar"
(versículo 13) significa traduzir de uma língua para outra; "estrangeiro" (versículo 11)
significa alguém de um país diferente, que fala uma linguagem diferente.
Ele ilustra esta passagem, citando uma profecia de Isaías que se referia à
linguagem assíria: "Falarei a este
povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me
ouvirão, diz o Senhor" (Isaías 28:11). Finalmente, ele
categoricamente, disse: "Há, sem
dúvida, muitos tipos de vozes no mundo, nenhum deles, contudo, sem
sentido" (1 Coríntios 14:10). Pessoas que
falavam línguas da Bíblia eram capazes de falar em linguagens reais, sem estudo
ou treinamento.
Muito interessante, mesmo as igrejas que hoje são muito
ativas no "falar em línguas" nunca enviam um missionário sem dar-lhe
treinamento, de modo que ele possa falar a linguagem do povo ao qual ele está
sendo enviado. As línguas da Bíblia eram linguagens reais.
Portanto, as "línguas" das igrejas de hoje não são línguas da Bíblia.
MODO DE RECEBER
Batismo no Espírito Santo
Apóstolos no dia de Pentecoste (Atos 2) para revelar o evangelho
A família de Cornélio (Atos 10) para mostrar a aceitação dos gentios
As mãos dos apóstolos
Samaritanos (Atos 8:14-18)
Discípulos em Éfeso (Atos 19:1-7)
Mas Hoje . . .
Só há um batismo Efésios 4:5 (na água para remissão dos pecados Mateus 28:18-20; Atos 2:38; Efésios 5:26)
Os apóstolos morreram estão na fundação da igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 21:14)
As
línguas não poderiam ser recebidas hoje em dia como foram as línguas da
Bíblia. As línguas da Bíblia foram recebidas ou por pessoas sendo
batizadas pelo Espírito Santo (Atos 2:1-4) ou pela imposição das mãos dos
apóstolos (Atos 8:14-18; 19:1-7). É claro que ninguém poderia receber
línguas hoje pela mão dos apóstolos, uma vez que eles morreram e estão na
fundação da igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 21:14). Muitas pessoas, que
hoje pensam possuir línguas da Bíblia, acreditam tê-las recebido pelo batismo
do Espírito Santo. Mas na Bíblia, o batismo pelo Espírito Santo ocorreu
somente duas vezes: aos apóstolos, em Atos 2, para capacitá-los a revelar
o Novo Testamento e a Cornélio e sua família, em Atos 10, para mostrar a
aprovação, por Deus, da conversão dos gentios. Depois destes dois casos,
a Bíblia diz que agora só existe um batismo (Efésios 4:5), o batismo na água
para remissão dos pecados (Mateus 28:18-20; Atos 2:38; Efésios 5:26).
Portanto, se alguma pessoa falasse em línguas da Bíblia hoje em dia não poderia
havê-las recebido da maneira pela qual eram recebidas na Bíblia.
PROPÓSITO
Na
Bíblia
Confirmar a Palavra (Marcos
16:17-20; Atos 2; 1 Coríntios 14:22; Hebreus 2:3-4)Hoje, a palavra já tem sido confirmada.
Edificar a Igreja (1 Coríntios 14:5-6, 26)
Hoje, a palavra já tem sido revelada para a edificação.
Hoje
Adoração de Deus
Demonstração de salvação
Glória pessoal
O
propósito das línguas da Bíblia era diferente do propósito das línguas de
hoje. Nos primeiros dias da Cristandade, o Novo Testamento estava em processo
de revelação. Ninguém poderia recorrer ao Novo Testamento escrito, para
testar a verdade do ensinamento de um homem, uma vez que ainda não estava
escrito. Por isso foram dados aos apóstolos e aos profetas sinais
especiais, tais como as línguas, para mostrar que sua mensagem vinha de
Deus. Sinais dados por Deus deveriam confirmar a palavra dos apóstolos e
dos profetas revelando o Novo Testamento. Nota:
"Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem:
em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e,
se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos
sobre enfermos, eles ficarão curados. De fato, o Senhor Jesus, depois de
lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. E
eles, tendo partido, pregaram em toda a parte, cooperando com eles o Senhor e
confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam" (Marcos
16:17-20).
"De sorte que as línguas constituem um sinal não para os
crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos e sim
para os que creem" (1 Coríntios 14:22).
"Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande
salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos
depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com
eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito
Santo segundo a sua vontade" (Hebreus 2:3-4).
Isto
é, exatamente, o que aconteceu quando os apóstolos falaram em línguas, no dia
de Pentecoste. Sua habilidade para falar em outras línguas, apesar de
serem galileus, provou que a nova mensagem que eles estavam revelando era de
Deus. Cada vez que uma nova mensagem é revelada, Deus, tipicamente, dá
prova da autenticidade de seus mensageiros. Moisés, por exemplo, operou
muitos sinais para mostrar que os mandamentos que Deus estava revelando por
meio dele vinham, de fato, de Deus. Jesus operou muitos sinais e foi,
finalmente, ressuscitado, para provar sua afirmação de que era o Filho de Deus.
Igualmente, os apóstolos e profetas do primeiro século operaram sinais e
prodígios, incluindo as línguas, para demonstrar que Deus estava, na verdade,
revelando sua nova mensagem através deles. Mas Deus nunca continuou a
confirmar sua revelação por novos sinais a cada geração sucessiva. Sua
Palavra, uma vez confirmada, é considerada provada para todas as
gerações. Assim, nenhuma geração posterior de israelitas podia
testemunhar a separação das águas do Mar Vermelho ou os milagres do Monte Sinai
(Êxodo 13-14,20). Ninguém, desde o primeiro século, viu o corpo
ressuscitado de Jesus. Da mesma maneira, a Palavra revelada pelos
apóstolos já foi confirmada e nenhum sinal novo está sendo dado para
"reconfirmá-la".
A
Bíblia também mostra que as línguas interpretadas (traduzidas) edificavam a
igreja (1 Coríntios 14) por meio da revelação das mensagens de Deus.
Mensagens que foram mais tarde escritas para nós, no Novo Testamento.
Desde que a Palavra já foi revelada e confirmada, qual propósito têm as
"línguas" modernas? De acordo com o ensinamento em muitas igrejas, as
línguas são para louvar a Deus e para mostrar a evidência da salvação. Os
propósitos das línguas da Bíblia eram diferentes do propósito das
"línguas" modernas.
PESSOAS QUE RECEBEM
· Igreja Universal do Reino
de Deus· Igreja Quadrangular
· Igreja Deus é Amor
· Assembleia de Deus
· Igrejas contra a doutrina da trindade
· Católicos carismáticos
Línguas iguais, mas doutrinas diversas!
Hoje,
as "línguas" são usadas por muitas e diferentes igrejas que pregam e
ensinam doutrinas contraditórias. Igrejas desde a Igreja Universal do
Reino de Deus até a Assembléia de Deus, e desde a Deus é Amor até as igrejas
que negam a Trindade, todas têm as mesmas línguas. Muitos católicos falam
línguas nas igrejas católicas carismáticas. Estaria o Espírito Santo
dando seu sinal de aprovação a igrejas que pregam coisas que contradizem
completamente umas às outras? Muitas das doutrinas e práticas destas
igrejas não só contradizem umas às outras, mas contradizem também a Bíblia.
ÉPOCA
Finalmente,
porém talvez o mais importante, a Bíblia especificamente ensina que as línguas
deveriam continuar somente durante aquela época. Note cuidadosamente 1
Coríntios 13:8-13. No versículo 8, Paulo disse que as línguas cessariam: "havendo línguas, cessarão".
No versículo 10 ele mostra quando: Quando
vier o que é perfeito. Isto está intensamente claro. As
línguas eram para durar somente até que o perfeito viesse. A dificuldade
está em determinar a que o "perfeito" se refere. Em geral,
muitas coisas poderiam ser perfeitas (completas). Poderíamos ter uma casa
perfeita, um carro perfeito ou, talvez, uma completa e perfeita pizza.
Perfeito é uma qualidade que pode ser (e assim está na Bíblia) usada para
qualificar muitas coisas. Desta maneira, há um contraste entre o que é
"em parte" e o que é "o perfeito". Em qualquer área,
o perfeito é sempre a soma das partes. Assim, se sabemos quais eram as
partes, podemos juntá-las e encontrar o perfeito. As partes eram o
conhecimento e a revelação (profecia) da vontade de Deus.
Naquele tempo,
a revelação de Deus estava se fazendo conhecida justamente uma parte de cada
vez. A própria primeira carta aos Coríntios era uma dessas partes. Se as
partes, então, se referem à revelação da Palavra de Deus, parte por parte, o
perfeito tem que ser a revelação completa de Deus, o Novo Testamento. Portanto,
quando o Novo Testamento se completou, o dom das línguas cessou, de acordo com
o plano de Deus.
O que vai acontecer?
"Línguas cessarão"· Quando? "Quando vier o que é perfeito"
· O que é perfeito? A soma das partes
· O que são partes? Revelação da palavra em partes
· O que é o perfeito? A revelação completa a Bíblia
· Quando a revelação foi completada, as línguas bíblicas cessaram
O
resto do capítulo 13 confirma este entendimento. No versículo 11, Paulo mostra
que é normal a diferença entre o falar e o pensar de uma criança e o de um
adulto. "Quando
eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino;
quando cheguei a ser homem, desisti das cousas próprias de menino" (1
Coríntios 13:11). Igualmente, é normal a diferença entre a infância
e a idade adulta da igreja. Deus usou os traços da infância (línguas, profecia,
etc.) para revelar sua Palavra, originalmente. Mas, agora que a maturidade foi
atingida, não usamos mais o falar de uma criança. Isto é muito semelhante à
construção de um edifício. No processo de construção, o escoramento é usado;
mas, sempre que a construção é completada, o escoramento é removido. No
versículo 12, Paulo descreve o tempo quando o evangelho estava sendo revelado
peça por peça, como vendo em um espelho vagamente ou conhecendo em parte: "Porque,
agora, vemos como em espelho, obscuramente; então veremos face a face. Agora,
conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido" (1
Coríntios 13:12).
No
versículo 13, Paulo resume tudo. Ele falou sobre coisas que cessam e coisas que
vêm. Ele mostrou que, durante esta transição, algumas coisas permanecem: fé,
esperança e amor. No ponto em que a parte (línguas e profecia) cessa e o
perfeito vem, estas três coisas continuam inalteradas. Em vista dos esforços
que são feitos para aplicar a palavra "perfeito" neste caso, à
segunda vinda ou ao estado eterno, é importante examinar cuidadosamente este
versículo. No retorno de Cristo, até mesmo a fé e a esperança findarão, porque
esperamos apenas pelo que não vemos (Romanos 8:24-25), e cremos, ainda que não
vejamos (2 Coríntios 5:7; 1 Pedro 1:8).
APÊNDICE 1:
As línguas eram linguagens reais.
Há
dois textos usados algumas vezes para tentar provar que as línguas não eram
linguagens reais. Um está em 1 Coríntios 14:2: "Pois quem fala em outra língua, não
fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala
mistérios". O argumento tirado frequentemente deste versículo é
que as línguas eram uma "linguagem de oração", especial para
comunicação com Deus. De fato, neste trecho, Paulo está reprovando os coríntios
por seu uso errado das línguas. Desde que as línguas da Bíblia eram linguagens
reais, elas seriam entendidas somente por aqueles que falassem aquela
linguagem. Nas assembleias dos Coríntios, alguns homens estavam falando em
linguagens que nenhum dos presentes conhecia, e sem o auxílio de um tradutor.
Paulo mostra a consequência deste mau uso das línguas. Ninguém além de Deus as
entendia e, portanto, não havia proveito (edificação) para a igreja. Não há
proveito em falar uma língua que não é entendida pela igreja. Paulo disse
claramente que todas as vozes tinham significado (versículo 10), mas que, se não
conhecessem o significado da linguagem, ele estaria falando como um estrangeiro
aos ouvintes, sem nenhum proveito (versículo 11). Paulo lança o princípio que
tudo o que é feito na igreja tem que ser para edificação. Portanto, as pessoas
poderiam falar somente em linguagens conhecidas dos ouvintes, ou então, com um
intérprete. Nesta passagem, Paulo não está recomendando que se fale em uma
linguagem que só Deus poderia entender, mas está reprovando esta prática dos coríntios.
APÊNDICE 2:
Certas doutrinas das igrejas
contradizem a Bíblia
Todos
os ensinamentos, práticas, e igrejas precisam ser testados pelo padrão da
Palavra de Deus. Doutrinas e ensinamentos que não estão na Bíblia vêm dos
homens e são condenadas por Cristo (Mateus 15:1-14; Marcos 7:1-13; Colossenses
2:20-23). A ênfase e a atenção constante de muitas igrejas ao dinheiro é uma
das feições muito opostas ao ensino de Cristo. Nada lemos a respeito de Jesus
ou de seus seguidores pedindo dinheiro. Os cristãos deveriam dar conforme sua
prosperidade e não por causa de exigência das igrejas (1 Coríntios 16:1-2; 2
Coríntios 9:7). A contínua ênfase no dinheiro em muitas igrejas de hoje deveria
ser uma advertência de que seus motivos e doutrinas são muito diferentes
daquelas de Cristo. Na Bíblia, os falsos professores foram frequentemente
caracterizados por sua ganância (1 Timóteo 6:5; Tito 1:11; 2 Pedro 2:1-3,14-15;
Marcos 12:40; Mateus 21:13).
Fonte
de consulta: Gary Fisher (estudos da bíblia net)