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VINGANÇA

"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus." (Mateus 5:38-48).

Este texto é objeto de indagação e admiração por ser tão desafiador, trata-se da atitude de amor total que Cristo manda que demonstremos ao perverso (v.39) e aos nossos inimigos (v.44).

Mesmo na lei de Moisés, que funcionava um princípio de retribuição exata, era proibida a vingança, era proibido que membros de famílias inimigas tomassem a lei em suas próprias mãos para atos de vingança, o propósito do olho por olho, era estabelecer o fundamento de justiça.

Os cristãos tem o dever de abster-se completamente da vingança, e conforme o texto devemos até permitir a pessoa perversa dobrar a injúria.

O padrão que Deus exige é o padrão que ele mesmo cumpriu.
Na crucificação de Jesus, a polícia judia cuspiu nele e bateu-lhe no rosto, coroaram-no com espinhos, zombaram dele... (Marcos 14:65;15:16-20). E Jesus com infinita dignidade do alto controle do amor permaneceu calado.

Não se vingar, não significa de forma alguma ser covarde, ou alguém que não oferece resistência.
Refere-se ao homem forte cujo controle de si mesmo e cujo amor aos outros é tão poderoso que rejeita absolutamente qualquer forma concebível de retaliação.

Devemos recusar a “satisfação” da vingança.
O gostinho da desforra. O princípio do texto é o amor, o amor altruísta de uma pessoa que, quando ferida, recusa-se a satisfazer o seu ego através da vingança.

A vingança é uma ação de ódio, multiplicadora do mal.
Não devemos retribuir o mal com o mal, e sim, vencer o mal com o bem. O ódio multiplica o ódio e é tão perigoso para a pessoa que odeia, quanto para a sua vitima. O ódio fere todas as partes, mas acima de tudo o amor é a única força capaz de transformar um inimigo em amigo. A vingança, incentiva a irresponsabilidade, que incentiva o mal. (Romanos 12:14-21).

A vingança é prerrogativa de Deus.
“A mim pertence a vingança, diz o Senhor” (Romanos 12-19; Hebreus 10:30). Quando Paulo proíbe a prática da vingança, não porque ela seja errada em si mesma, mas porque é privilégio de Deus e não do homem. O cristão tem que se sentir livre do desejo da vingança, não só na ação, mas também no seu coração.

A vingança sutil das palavras.
Muitas vezes nos vingamos, fazendo contra quem nos desagrada uma retaliação com palavras, nos vingamos falando mal dos outros, transmitindo desonra uns aos outros. Romanos 12:10 “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”. Não devemos viver uma mesquinha reciprocidade egoísta. Mateus 5:47,48 “Sede vós, perfeitos, como perfeito é vosso pai celestial”