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A DIVINDADE


Bíblia não oferece uma exposição didática, sistemática, sobre a natureza da Divindade, como Paulo faz com o tema da “justificação pela fé” em Romanos, Gálatas, Efésios, por exemplo. Assim, este tema é profundo e a própria Bíblia fala que nossa mente limitada não pode entender tudo sobre Deus e Seus modos de agir.

Antes da análise dessa importante questão da Divindade, deve-se levar em conta o seguinte: Alguns cristãos em geral admitam uma divindade constituída, seja de três deuses, ou de um deus com três cabeças, enfim, numa concepção sobre a divindade deturpada e longe da realidade.
É mister, pois, esclarecer que não se trata de nada disso. Os cristãos admitem um só Deus, criador e mantenedor do Universo:

“Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus. Assim diz o SENHOR, teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o SENHOR que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo” (Isaías 44:6,24).

O único criador:


“Assim diz o SENHOR, teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o SENHOR que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo. Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o SENHOR e não há outro” (Isaías 44:24; 45:18).

O único salvador:

“Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador; Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos; quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim” (Isaías 43:11; 45:21).

O Deus verdadeiro que não compartilha sua glória com nenhum outro:

“Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura; Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem” (Isaías 42:8; 48:11).

O “primeiro” e “último”:

“Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Isaías 44:6).

A única rocha:

“Não vos assombreis, nem temais; porventura desde então não vo-lo fiz ouvir, e não vo-lo anunciei? Porque vós sois as minhas testemunhas. Porventura há outro Deus fora de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça” (Isaías 44:8).

“Para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha e nele não há injustiça” (Salmos 92:15).

Em suma, Jeová é o único Deus verdadeiro, o único criador, o único salvador, exclusivo em sua glória, o único ‘primeiro’ e ‘último’ e a única “rocha”. Contudo. . .

A Bíblia também apresenta a Cristo como Deus, como criador, como único salvador, como o que compartilhava a glória de seu Pai, e o que é o “Primeiro” e o “Último”, como a “Rocha”.

1. A palavra Trindade não consta da Bíblia, assim como dela não constam outros termos teológicos tais como “teocracia”, “classe ungida”, “milênio”, “ascensão”, “servo de congregação”, etc.
O que interessa são os fatos. As palavras técnicas que os definem são secundárias.

2. A própria Bíblia diz que Deus é misterioso, ou o Deus que se oculta:

“Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador”
(Isaías 45:15).

a) Ele está muito além de nossa finita compreensão:

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?” (Romanos 11:33,34).

b) Deus se oculta (Isaías 45:15) e se revelaria mais plenamente na consecução do plano de salvação mediante Cristo, perfeita revelação do Deus de amor:

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hebreus 1:1-3).

“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (João 1:18).

O conhecimento do verdadeiro caráter de Deus como um Deus de amor foi revelado progressivamente por Cristo e seus apóstolos no Novo Testamento.

c) A doutrina da ressurreição é também exposta de modo mais detalhado no Novo Testamento (1 Coríntios 15; 2 Tessalonicenses 4, etc.), embora o Velho Testamento traga noções do tema.

d) O Deus que se afastou, ou ocultou, desde Adão até João Batista, revela-se agora no Filho Unigênito:
“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (João 1:18).

Se não entendemos tantas coisas sobre Deus, suas leis e seu modo de agir, como pretenderemos entender tudo sobre sua natureza divina?

3. Na Bíblia há outros mistérios, fatos além de nossa limitada compreensão:

O mistério da iniquidade:
“Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado” (2 Tessalonicenses 2:7).

Como entender que num ambiente de perfeição absoluta, Lúcifer haja permitido que a semente do mal brotasse em seu coração?

O mistério da piedade:
“Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas, e a todos os santos que com eles estão” (Romanos 16:15).

A profundidade insondável do amor de Deus que “amou o mundo de tal maneira”. (João 3:16).

Paulo fala do mistério da sua vontade: 
“Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Efésios 1:9,10).
“Como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes um pouco vos escrevi; Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo” (Efésios 3:3-9).

Pode-se dizer que a doutrina da Trindade é um mistério revelado, mas não um mistério decifrado.

Só o Espírito de Deus sabe as coisas íntimas de Deus:
“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1 Coríntios 2:11).

Três Deuses ou Três Pessoas Divinas?
1) O termo pessoa, que confunde alguns, é usado em sentido analógico. Trata-se de mera comparação, um pobre recurso humano na tentativa de expressar coisas divinas.
Falar do Pai, Filho e Espírito Santo como “pessoas” é um recurso didático. Revela a dificuldade em utilizar o pobre vocabulário humano para referir-se às coisas do alto.

2) Existentes desde a eternidade.
O Pai:
“Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente” (Daniel 7:9). (“Ancião de Dias”).

O Filho:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).

A própria sociedade fornece as provas de que o Filho não teve princípio nem terá fim (ver ainda Isaias 9:6).

3) Separados, mas unidos.

Jesus, o Espírito e a voz do Pai.
“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:16,17).

O Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome.
“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26).

Estando cheio do Espírito Santo, viu Jesus à mão direita de Deus.
“Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus” (Atos 7:55,56).

A Trindade não representa uma multiplicidade de deuses, mas uma Divindade constituída por três personalidades distintas.

Há perfeita harmonia entre as três pessoas divinas:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19).

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós” (2 Coríntios 13:13).

“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pedro 1:2).

A própria sociedade, embora negando a Trindade, batiza os seus membros em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Três unidos na criação:
“E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2).

“E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo” (Efésios 3:9).

“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos” (Hebreus 1:8-10).

“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3).


No relato da criação, é empregada a palavra “Elohim” com referência a Deus na maior parte das vezes. Esta é uma palavra que indica o plural.

Deus e Cristo referem-se a si próprios no plural: Gênesis 1:26; 3:22; 11:6,7; João 3:11; Mateus 3:15.

Gênesis 3:22 é significativo, pois o homem tornou-se “como um de nós” conhecendo o bem e o mal. Também Gênesis 11:6,7, onde Deus disse desçamos e confundamos ali a sua língua”.

O trono da Divindade: Apocalipse 7:17.
a) Há um só trono, tanto para Deus como para o Cordeiro:
“E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro” (Apocalipse 22:1).

b) Jesus Cristo, o Cordeiro, está assentado no meio do trono, à destra de Deus. Se está à direita e no meio, há, portanto, uma posição à esquerda. Alguém ocupa tal posição. Quem poderia ser, senão a terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo?

Mesmas características para os três:
Somos: 
Templos de Deus:
“Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (1 Coríntios 3:17).

Templos do Espírito:
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:19).

Morada de Cristo:
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2:20).

Quem nos dá a vida eterna?
Deus, o Pai:
“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho”
(1 João 5:11).

O Espírito Santo:
“Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6:8).

Jesus:
“E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:28).

Contra quem pecamos?
Contra Deus, o Pai:
“Não tentareis o SENHOR vosso Deus, como o tentastes em Massá”
(Deuteronômio 6:16).

Contra o Espírito Santo:
“Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor?”
(Atos 5:4,9).

Contra Jesus Cristo:
“E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes” (1 Coríntios 10:9).

5. A tríplice operação e essência do Divino ser:
Criação do Universo:
Pai:
“Dizia eu: Meu Deus, não me leves no meio dos meus dias, os teus anos são por todas as gerações. Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos” (Salmos 102:24,25).

Filho:
“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16).

Espírito Santo:
“No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:1,2).

“Pelo seu Espírito ornou os céus; a sua mão formou a serpente enroscadiça” (Jó 26:13).

Criação do homem:
Pai:
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2:7).

Filho:
“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16).

“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3).

Espírito Santo:
“O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida” (Jó 33:4).

Concessão de autoridade:
Pai:
“Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica” (2 Coríntios 3:5,6).

Filho:
“E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus SENHOR nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério” (1 Timóteo 1:12).

Espírito Santo:
“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue”  (Atos 20:28).

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