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OS POBRES

Deus pretendia que os seres humanos vivessem em um jardim; o pecado os mandou para as favelas. O evangelho é o poder de Deus para nos salvar do pecado; portanto, também da pobreza. Jesus com frequência interpretava o seu ministério como “levar boas novas aos pobre”.
O pecado produz a pobreza principalmente por três meios:
  • O pecado separa as pessoas do Deus verdadeiro. Mas, como a humanidade não pode viver sem Deus, inventamos deuses falsos. Com frequência as pessoas adoram a criação em lugar do criador. As sociedades que adoram a criação perdem a capacidade de dominar e gerenciar o essencial para a prosperidade econômica.
  • O pecado joga irmão contra irmão. As pessoas começam a explorar uma às outras. Nas gerações anteriores, por exemplo, foi a exploração direta por meio do colonialismo que criou a pobreza em larga escala. Hoje temos a exploração indireta, por meios de tratados comerciais injustos, que perpetuam a pobreza dos países mais pobres.

  • O pecado cega as pessoas para a verdade a respeito da natureza delas. Esquecemo-nos de que, sendo feitos à imagem de um criador, podemos encontrar satisfação apenas quando nos ocupamos com trabalho criativo e produtivo. A preguiça, como nos diz o livro de Provérbios, significa pobreza. Há muitos outros fatores: geográficos, históricos, culturais, morais e ideológico, que contribuem para a pobreza ou a riqueza. Mas geralmente as sociedades em que a pobreza tem sido a norma há séculos são as que não têm tido atitudes bíblicas para com Deus, a ordem criada, o homem e o trabalho.

Assim, embora a pobreza seja consequência direta do pecado, não é necessariamente o resultado do pecado. Uma pessoa ou uma sociedade pode tornar pobre outra pessoa ou outra sociedade.

O amor de Deus pelos pobres

Em consequência do pecado humano, a pobreza pode ser o juízo de Deus sobre as sociedades que lhe voltaram as costas. Mas também a Bíblia torna sobejamente claro que os pobres são o objeto do amor especial de Deus. Jesus disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, pois vosso é o reino de Deus”. Deus, como Jesus o apresentou, tem certa preferência pelos pobres, porque eles são vítimas indefesas das forças sobre as quais têm pouco controle:

  • Forças externas. Como opressores poderosos ou calamidades naturais (muitas das quais, como, por exemplo, as enchentes causadas pelo desmatamento, podem ser o resultado da imprudência e ganância dos antepassados).

  • Atitudes internas.  Como medo, fatalismo e preguiça, desenvolvidas ao longo de gerações, que privam os indivíduos e as sociedades de iniciativa, confiança e economia que são necessárias aos empreendimentos econômicos.

A pobreza degradante em última análise é a falta de poder dos indivíduos ou sociedades de se ajudarem. Eles precisam de um salvador.

A Bíblia inteira dá testemunho do amor de Deus aos pobres e de sua disposição em salvá-los. Mas esse é um aspecto especialmente forte nos ensinamentos de Jesus. O filho pródigo precisa retornar ao pai quando passa fome. O pai que alimenta todas as aves do céu e veste todos os lírios do campo é capas de atender a todas as necessidades materiais da pessoa pobre, se tão-somente ela buscar o reino e a justiça de Deus. Aos que estão à espera de pão, Jesus disse que, se realmente desejassem uma solução permanente para a fome, deveriam buscar a ele, o verdadeiro “pão da vida”.

Um dos principais antídotos de Cristo à pobreza foi criar a igreja. A pobreza em parte é um produto dos relacionamentos econômicos injustos, ao passo que a igreja é uma comunidade dedicada a promover relacionamentos justos e responsáveis. As igrejas do Novo Testamento atendiam às necessidades dos pobres e trabalhavam para erradicar a pobreza entre os seus membros, não como um programa esporádico, mas como parte de sua rotina normal.

Exatamente como a igreja não pode tolerar levianamente o pecado entre os seus membros, também não pode tolerar a pobreza dentro dela. E exatamente como os cristãos são a ponta de lança na batalha contra o pecado no mundo, devem também ser a ponta de lança na batalha contra a pobreza.

Fonte: Fundamentos da Teologia Cristã, pág. 63.

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