PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO

Aqui, pela providência Divina, o rico foi colocado em condições favoráveis para poder ajudar, sem dificuldade nem engenho, a um mendigo, deitado ao portão de sua casa. Mas, o rico mostrou-se totalmente surdo frente ao seu sofrimento. Ele somente se interessava por festas e cuidados consigo mesmo.

Na parábola do Rico e Lázaro descortina-se o além, e dá-se a possibilidade de compreender a existência terrena na perspectiva da eternidade. 
À luz desta parábola percebemos que os prazeres terrenos não vem a ser tanto uma questão de sorte, e sim uma prova de nossa vontade de amar e ajudar ao próximo.

"Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; e desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e
foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite." (Lucas 16.19-31).

A sorte de Lázaro na vida futura tem sido um conforto para todos os mendigos e os sofredores. Não tendo forças para ajudar os outros ou para praticar alguma boa ação devido à sua pobreza e doença, obteve de Deus a bem-aventurança do paraíso pelo seu paciente penar e sofrer. A menção de Abraão mostra-nos que o rico não fora condenado por sua riqueza, já que Abraão também era uma pessoa muito rica, mas que, contrariamente ao rico desta parábola, distinguia-se pela compaixão e amor ao próximo.

Alguns perguntam: não seria injusto e cruel condenar o rico ao sofrimento eterno, já que seus prazeres físicos foram somente temporários? Para encontrar a resposta a esta pergunta deve-se compreender que a felicidade ou sofrimento futuros não podem ser analisados somente em termos de paraíso ou inferno. Em primeiro lugar, céu e inferno são condições espirituais! Se o Reino de Deus, de acordo com as palavras de Deus, "encontra-se dentro de nós," então o inferno inicia-se na alma do pecador. Quando a pessoa tem a bem-aventurança de Deus, o paraíso estará dentro de sua alma. Quando as tentações e tormentas da consciência perseguem o indivíduo, ele sofre tanto quanto os pecadores que se encontram no inferno. 


PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS

"Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: SENHOR, Senhor, abre-nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir." (Mateus 25.1-13).

Alguns dizem que a falta de azeite na lâmpadas das virgens loucas representa a insuficiência de boas obras em suas vidas. Este raciocínio não é totalmente correto. Qual seria sua insuficiência em boas obras quando elas, mesmo loucas, continuam sendo chamadas de virgens? Pois a virgindade é uma grande virtude, seria como uma condição angelical, podendo substituir por si mesma todas as outras virtudes. Considero que faltava-lhes justamente a bem-aventurança do Espírito Santo. Criando virtudes, estas virgens, por sua irracionalidade espiritual, supunham que a cristandade consistia unicamente em praticar virtudes. Praticando virtudes, realizaram as obras de Deus, mas até lá não se sabe se alcançaram a bem-aventurança do Espírito Santo. Esta aquisição do Espírito Santo é que vem a ser o azeite que faltava para as virgens loucas. Por isto que são chamadas de loucas, por esquecerem do fruto indispensável da virtude, da bem-aventurança do Espírito Santo, sem o qual ninguém pode obter a salvação, ou seja: toda alma se vivifica com o Espírito Santo, eleva-se com a pureza e alumia-se com o mistério sagrado da Trindade. O próprio Espírito Santo penetra em nossa alma, e esta inspiração, esta comunhão da Trindade com nossa alma somente nos é ofertada através do Espírito Santo: "Inspiro-o e serei seu Deus, e eles serão meu povo." Isto é o azeite das lâmpadas das virgens prudentes, com chama clara e contínua, e estas virgens puderam esperar o esposo, que chegara á meia-noite, e entrar com ele para as bodas. Já as virgens loucas, ao perceberem que suas lâmpadas se apagavam, apesar de terem ido comprar o azeite na feira, não puderam chegar a tempo, pois as portas já foram fechadas. A feira seria a nossa vida; as portas fechadas seriam a morte do homem; as virgens prudentes e as loucas — seriam as almas cristãs; o azeite — não seriam as obras, mas a bem-aventurança do Espírito Santo obtida através das mesmas, transformando a combustão lenta à uma grande combustão, a morte da alma em vida espiritual, as trevas em luz, o covil de nossa existência, onde as paixões estão amarradas, como gado e feras — no templo da Divindade, no palácio da glória eterna em Jesus Cristo.



PARÁBOLA DOS TALENTOS

Nos tempos da vida terrena de Cristo, o talento significava grandes somas em dinheiro, correspondente a sessenta minas. Uma mina correspondia a cem dinares. Um trabalhador comum ganhava um dinare ao dia. Na parábola, a palavra talento corresponde ao conjunto de todos os bens dados ao homem por Deus, tanto os materiais como os espirituais. Os talentos materiais — vem a ser a riqueza, as boas condições de vida, um bom status social, e uma boa saúde. Os talentos espirituais — vem a ser a mente iluminada, uma boa memória, as diversas habilidades no campo das artes e serviços afins, o dom da oratória, a valentia, a sensibilidade, a compaixão e várias outras qualidades que nos foram conferidas pelo Criador. Além disso, para que possamos praticar o bem de maneira bem sucedida, Deus dota-nos de vários dons bem-aventurados — os "talentos" espirituais. Sobre eles, escreve-nos o apóstolo Paulo em sua primeiras epístola aos Coríntios: "Há diversidade de dons, mas o espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo espírito, a palavra da ciência. E a outro, pelo mesmo espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo espírito, os dons de curar. E a outro, a operação de maravilhas: e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas as coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" (1 Coríntios 12.4-11).


"Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos. Disse-lhe o seu SENHOR: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes." (Mateus 25.14-30).

Segundo esta parábola, deve-se concluir que Deus não exige das pessoas, obras que superem as suas forças ou habilidades. Entretanto, os talentos que lhe forem dados impõe uma certa responsabilidade. A pessoa deve "multiplica-los" em prol da igreja, do próximo e, uma coisa que é muito importante, deve desenvolver em si as boas qualidades. De fato, existe uma forte relação entre as ações externas e o estado da alma. Quanto mais a pessoa praticar o bem, maior será seu enriquecimento espiritual, tornando-se um virtuoso. 

O externo e o interno são inseparáveis.

A parábola das minas é muito semelhante à dos talentos. Em ambas as parábolas, as pessoas orgulhosas e preguiçosas, no que se refere à prática do bem, são representadas em forma de um servo astuto, que enterra os bens de seu senhor. O servo astuto não deveria repreender seu senhor quanto à sua crueldade, já que o senhor lhe exigira menos do que aos outros. A frase "devias ter dado o meu dinheiro aos banqueiros" deve ser compreendida como uma indicação de que, na falta de iniciativa e capacidade própria de fazer o bem, a pessoa deve, pelo menos, tentar ajudar outras pessoas a fazê-lo. De qualquer maneira, não existe pessoa totalmente incapacitada. Cada um pode crer em Deus, orar por si e pelos outros. A oração é uma obra santa e benéfica, e uma única oração pode substituir várias boas obras.

"Porque a qualquer um que tiver será dado, e terá em abundância; mas, ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado." Aqui trata-se basicamente da recompensa na vida futura: aquele que enriquecer espiritualmente nesta vida, na outra enriquecerá ainda mais, e, contrariamente, o preguiçoso perderá até o pouco que tinha anteriormente. Em grande parte, a legitimidade desta citação pode ser confirmada no dia a dia. As pessoas que não desenvolvem suas capacidades, pouco a pouco as desperdiçam. Assim, numa inércia vegetativa, a mente da pessoa torna-se embotada, atrofia-se a vontade, amortecem-se os sentimentos e todo o seu corpo e alma entram num estado de relaxamento. A pessoa torna-se inapta a qualquer atividade, para ficar vegetando, tal qual uma erva.



PARÁBOLA DAS DEZ MINAS

"E, ouvindo eles estas coisas, ele prosseguiu, e contou uma parábola; porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de manifestar o reino de Deus. Disse pois: Certo homem nobre partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois. E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu venha. Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós. E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos, a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando. E veio o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade. E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. E a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades. E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço; porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste. Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei; por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros? E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. (E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas.) Pois eu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado. E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim." (Lucas 19.11-27).

O cenário aqui se dá quando Jesus deixa Jericó, onde dois extraordinários milagres ocorreram: a cura do cego e sua declaração — Filho de Davi, e a salvação do oficial romano, Zaqueu — também este é Filho de Abraão. A caminho de Jerusalém, cortando o Vale de Cedrom, quando Jesus explicita o que haveria de ocorrer imediatamente à sua retirada da terra, o início da Grande Tribulação (Daniel 9.26; Mateus 24.21). Nessa época, por existir um limitadíssimo tempo para que os planos de Deus fossem executados, as duas parábolas, das dez minas e dos talentos, foram um urgente apelo para que todos nós pudéssemos estar imbuídos e determinados na pregação do evangelho da graça, e eles, na proclamação do evangelho do reino; resgatando aqui, ou acolá, o maior número possível de almas, quer gentílica ou judia. O homem nobre, da parábola das dez minas é o próprio nosso Senhor Jesus Cristo. A rejeição da nação em recebê-lo como Messias e Rei, o fez ir ao Pai para, entre outras razões, receber dele a ratificação de posse do reino messiânico. A posse do reino pelo seu Messias, assim como a extensão do evangelho da graça e a inversão de prioridades dos dois reinos, foram aprovadas pelo Pai. Os servos, por sua vez, são todos os envolvidos na proclamação do evangelho do reino durante a grande tribulação. A urgência e a prioridade para esta proclamação serão imensas, enquanto o tempo será exíguo, ao extremo que a negligência do servo em proclamar as virtudes do Evangelho, será punida nas trevas exteriores. Obviamente, é bom sempre lembrar que, a atitude indiferente e omissa daquele servo possuidor de uma só mina, somou ao estigma revolucionário e rebelde dos que não aceitaram que o Messias reinassem sobre eles — Israel


PARÁBOLA DA REDE DE PESCA

"Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes." (Mateus 13.47-50).

Essa parábola da rede nos faz refletir o quanto ainda tem de fazer em favor do reino de Deus aqui nesse mundo. Lançamos a rede, no caso a palavra de Deus, e quem a aceita em seu coração ou vindo à voz do Senhor, o aceitando como seu único e suficiente Salvador, este estará com Ele nos céus.

Estar no centro da vontade de Deus, fazer a sua obra e guardar seus mandamentos é estar
em conformidade para estarmos aptos a irmos para a eternidade com Jesus Cristo. Mas isso é um processo diário que devemos ser e refletir o caráter de Cristo, ser semelhantes a Ele. Sei que às vezes é muito difícil seguir esse caminho no qual a própria palavra diz que é “estreito” porque vamos sempre contra o que este mundo e seu sistema impõem: tudo que é contrário a palavra de Deus.

A maior parte dos discípulos de Jesus era formado de pescadores por profissão; tinham deixado suas redes e seus barcos para seguir Jesus e se tornarem pescadores de homens. Quando Jesus lhes falou a parábola da rede, compreenderam cada tonalidade de suas palavras. Jesus se referiu ao modo de vida que eles levavam antes.

A margem norte do Mar da Galiléia é um dos melhores lugares de pesca, em Israel. As plantas arrastadas pela correnteza do rio Jordão são depositadas na enseada, ao norte. Essas plantas atraem e alimentam cardumes vastos e variados.

A rede apanhava os peixes próprios e impróprios para o consumo – os bons e os maus. Peixes de todos os tipos e tamanhos se debatiam ao serem puxados para a praia. Muitas espécies eram consideradas impuras para os judeus, peixes sem barbatana e sem escamas não podiam ser consumidos (Levítico11.9-12; Deuteronômio14.9-10), e tinham que ser lançados de volta à água.

EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA

a) Jesus usa a parábola da rede para descrever o dia do juízo. (Os que serão escolhidos e separados são peixes pescados).

b) Jesus explica que a competência da pesca é dos discípulos, e se pode usar diversas formas na pescaria.

c) Adverte aos seus discípulos que assim como eles selecionaram peixes bons e ruins, assim será também na consumação dos século: Sairão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.

d) As palavras utilizadas por Jesus sobre o juízo na explicação da parábola  é a mesma que foi utilizada na parábola do trigo e do joio, pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século. Mandará o Filho do homem os seus anjos que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes’’.


PARÁBOLA DA FIGUEIRA

"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mateus 24.32-35).

Além da oliveira, da videira e do espinheiro, a figueira é uma ilustração de Israel, do judaísmo. Essas quatro "árvores" são mencionadas em uma passagem de Juízes (9.8-15). Além delas, também a romã é uma representação do povo judeu. Certamente a passagem bíblica que exprime com maior precisão que a figueira é uma ilustração de Israel está em Oséias 9.10, onde Deus, o Senhor, diz: "Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como as primícias da figueira nova..." É o que também se vê claramente em Jeremias 24.3-7: "Então, me perguntou o Senhor: Que vês tu, Jeremias? Respondi: Figos; os figos muito bons e os muito ruins, que, de ruins que são, não se podem comer. A mim me veio a palavra do Senhor, dizendo: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Do modo por que vejo estes bons figos, assim favorecerei os exilados de Judá, que eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus. Porei sobre eles favoravelmente os olhos e os farei voltar para esta terra; edificá-los-ei e não os destruirei, plantá-los-ei e não os arrancarei. Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o Senhor; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração."


Além disso, a figueira contém um sentido profético muito profundo, o que se vê claramente nas palavras proféticas de Jesus quando fala da Sua vinda: "Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas" (Mateus 24.32-33).

A seguir vamos analisar a figueira Israel à luz profética da Bíblia, perguntando-nos o que podemos aprender dela: "Aprendei, pois, a parábola da figueira..." Três simbolismos chamaram a minha atenção e quero compartilhá-los a seguir:

Primeira representação: a figueira como mestre que ensina o caminho certo, o caminho para a justiça verdadeira, legítima e permanente.

Onde a figueira (Israel) aparece pela primeira vez na Bíblia?

Talvez alguns leitores dirão que encontramos em Gênesis 12 o chamamento de Abraão como primeiro hebreu, seguido pelo seu filho Isaque e pelo seu neto Jacó, cujo nome foi mudado por Deus para Israel em Gênesis 32.28: "Então disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste." É correto que o nome Israel aparece aqui pela primeira vez.


PARÁBOLA DO MORDOMO INFIEL

Esta parábola mostra um exemplo de filantropia consequente e planejada. Com a leitura inicial desta parábola temos a impressão de que o senhor elogiou o mordomo por seu ato desonesto. Entretanto, Cristo contou-nos esta parábola com o objetivo de obrigar-nos a analisar o seu sentido mais profundo. Encontrando-se numa situação desesperadora e irreparável, o mordomo manifestou uma genial inventividade ao adquirir protetores, garantindo assim seu futuro.

"E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. E, chamando a si cada um dos
devedores do seu SENHOR, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve cinquenta. Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta. E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos." (Lucas 16.1-9).

Nesta parábola, o rico senhor representa Deus, já o mordomo "esbanjador de riquezas" seria o homem, que gasta despreocupadamente as riquezas obtidas de Deus. Muitas pessoas, analogamente ao mordomo infiel, desperdiçam irresponsavelmente as riquezas divinas como a saúde, o tempo e os dotes naturais, em coisas fúteis e até pecaminosas. 

Mas, em algum momento, todos deveremos prestar contas diante de Deus pelos bens materiais e pelas oportunidades a nós confiadas, assim como o mordomo teve que prestar contas diante de seu senhor. O mordomo infiel, sabendo que seria demitido da mordomia, cuidou antecipadamente de seu futuro. Sua engenhosidade e capacidade de garantir o seu futuro vem a ser um exemplo digno de ser imitado.

Quando a pessoa submete-se ao julgamento Divino, percebe que não é a avidez pelos bens materiais, mas somente as boas obras por ela realizadas que tem real importância. 

Os bens materiais, segundo a parábola são uma "riqueza iníqua", pois o homem, ao acostumar-se a eles, torna-se ganancioso e insensível. A riqueza frequentemente torna-se um ídolo, ao qual o homem serve com devoção. O homem frequentemente confia mais na riqueza do que em Deus. Eis o motivo de Cristo ter chamado a riqueza terrena de "mentira de Mammon." Mammon era uma divindade síria antiga, protetora das riquezas.

Agora, pensemos em nossa relação aos bens materiais. Consideramos muitas coisas como sendo de nossa propriedade, utilizando-as somente para nosso capricho e comodidade. No entanto, todos os bens materiais de fato pertencem a Deus. Ele é dono e Senhor de tudo, e nós somos seus encarregados temporais, ou conforme a parábola, "mordomos." Portanto, repartir os bens de outros, ou seja, os bens de Deus, com os necessitados não vem a ser uma infração à lei, como no caso do mordomo evangélico, mas, pelo contrário, é a nossa evidente obrigação. Dentro deste enfoque, devemos compreender a moral da parábola: "Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos," ou seja, nos necessitados que hoje ajudamos, encontraremos na vida futura, protetores e defensores.

Na parábola do mordomo infiel, Deus ensina-nos a manifestar a engenhosidade, o espírito inventivo e a constância nas obras misericordiosas. Mas, como Deus ressaltou nesta parábola, "os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz," ou seja, frequentemente falta capacidade e perspicácia nas pessoas religiosas, que muitas vezes são manifestadas por pessoas não religiosas na estruturação de seus trabalhos cotidianos.


PARÁBOLA DOS SERVOS VIGILANTES

"É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, e ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo. E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai." (Marcos 13.34-37).

Esta parábola trata do homem que deixou sua casa para a qual retornaria a qualquer momento. Antes de sair, ele deixa instruções específicas para todos os servos. Ao porteiro ele diz que seja vigilante. Esta ordem não serve apenas para o porteiro, mas para todos os ouvintes. Ele diz: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa”.

Esta parábola está relacionada com a parousia (2ª vinda de Jesus) conforme Marcos inicia a narrativa.

Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.

Simbolismos
Proprietário da casa = “O Filho do homem”.

1. 1ª Vinda de Jesus

E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém. (Mateus 2.1).

E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. (Lucas 2.4-7).
Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. (Gálatas 4.4).

Plenitude dos tempos = significa que Ele veio num tempo histórico determinado por Deus Pai. Esse é o ponto central de toda história.

2. Sua ascensão.

E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? (Atos 1.9).
Cristo ascende corporalmente ao céu, retomando sua glória eterna.

3. 2ª vinda de Jesus.

Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. (Atos 1.11).

Jesus retornará para estabelecer o seu reino. Seu retorno será do mesmo modo como ele ascendeu aos céus: de modo pessoal, físico e visível nas nuvens (Apocalipse 1.8; 19.11-16).


PARÁBOLA DO SERVO FIEL E PRUDENTE

Na parábola do servo fiel e prudente encontramos a ênfase de servir ao Senhor servindo os nossos irmãos. Isto produz um ciclo de crescimento. Na medida em que crescemos espontaneamente desejamos servir aos irmãos e quanto mais os servimos mais vemos que precisamos crescer e buscamos mais maturidade.

"Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens. Mas se aquele mau servo disser no seu coração: O meu senhor tarde virá; e começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os ébrios, virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes." (Mateus 24.45-51).

Podemos dividir esta parábola em duas partes:
O trabalho e a recompensa dos servos e o tratamento do servo infiel.

I. O trabalho e a recompensa dos servos (24.45-47)

1. A casa 
A casa mencionada aqui inclui todos os crentes como mencionado em Hebreus 3.6 e 1 Timóteo 3.15.
A casa refere-se à igreja. Cristo, porém, como Filho, em sua casa; a qual casa somos nós, se guardarmos firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança. Para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade.

II. A incumbência do Senhor

1. Confiou os conservos
Isto nos fala de autoridade. Não significa que a parábola esteja relacionada apenas aos pastores e líderes, precisamos entender que cada membro da igreja possui uma esfera de autoridade.


PARÁBOLA DO SERVO VIGILANTE

"Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá. E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos. Sabei, porém, isto: que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa. Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do homem à hora que não imaginais." (Lucas 12.35-40).

Da mesma maneira como na parábola das dez virgens, sob o termo "candeias acesas" devemos compreender a luz espiritual, ou seja, o serviço devoto a Deus, quando em nossos corações está a luz da bem-aventurança de Deus, a qual sempre direciona nossa
vontade para o lado do bem, entretanto, exige de nós ou espera esforços correspondentes.

Para não ofertar suas dádivas aos descuidados, ela procura casos com os quais desperta-nos do frio descuido, para que a oferta das dádivas não seja em vão, pois até para nossos pequenos esforços, demonstra infinita generosidade. Na mesma medida com que o homem aproxima-se de Deus em suas intenções, Ele também aproxima-se do homem na concessão de suas dádivas.



PARÁBOLA DOS TRABALHADORES NA VINHA

Deus tem uma lógica que foge completamente à lógica humana, tem pensamentos que nem de leve lembram os nossos pensamentos e uma matemática absolutamente própria. Para Deus um mais um pode ser dois, ou não, e isso porque a nossa mente finita não pode prescrutar a mente infinita e toda poderosa do Senhor, portanto, não tente entender os planos de Deus, você não vai conseguir.

Deus não é para ser entendido e nem deve explicações para ninguém, Deus é para ser crido e adorado e Sua Soberana vontade é para ser aceita como o melhor caminho entre o que desejamos e a realização do desejo do nosso pequeno e mortal coração.

Jesus tentou explicar várias vezes como funciona o Reino dos Céus aos Seus discípulos, mas somente depois que o Espírito Santo foi derramado em seus corações é que as coisas
que Jesus ensinou passaram a fazer sentido e da mesma forma acontece conosco, o Espírito Santo nos convence e nos ensina. Observe que o primeiro sinal de que alguém ainda não reconheceu Jesus como Salvador é contestar a Bíblia.

Para explicar melhor a que se compara o Reino de Deus, Jesus contou uma parábola aos seus discípulos e disse que certo pai de família saiu de madrugada de casa procurando trabalhadores para a sua vinha, para sua plantação de uvas.

Ele contratou alguns trabalhadores e ajustou com eles o pagamento de um dinheiro por dia e os homens foram trabalhar na vinha do pai de família. Depois o cidadão saiu de casa perto da hora terceira (9 da manhã), encontrou uns trabalhadores ociosos na praça e os convidou para trabalharem em sua vinha, mas não fechou um valor pela jornada, só disse que eles receberiam o justo e os homens toparam trabalhar para ele.

Perto da hora sexta (meio dia) e da hora nona (15 horas), o pai de família tornou a contratar outros trabalhadores para sua vinha, sob as mesmas condições dos anteriores. Perto da hora undécima (17 horas), o senhor da vinha tornou a sair de casa e encontrou outros trabalhadores ociosos e lhes perguntou: “Por que estais ociosos todo o dia?” (Mateus 20.6). Os trabalhadores disseram que ninguém os assalariou e o homem resolveu contratá-los também, embora só faltasse uma hora para encerrar a jornada do dia.


PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

Esta parábola foi contada por Cristo em resposta à pergunta de um legislador hebreu, sobre "quem é o nosso próximo?" O legislador conhecia os mandamentos do Antigo Testamento, que mandava amar o próximo. Mas, como o mesmo não cumpria este mandamento, queria justificar-se por não conhecer quem deveria ser considerado seu próximo. Em resposta à sua indagação, Cristo contou uma parábola, mostrando através do exemplo do bom samaritano, que não se deve preocupar em diferenciar as pessoas próximas das pessoas estranhas, e sim obrigar-se a ser próximo daqueles que necessitam de ajuda.

"E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; e, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; e, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira." (Lucas 10.30-37).

Temendo prestar auxílio a um integrante de outra tribo, o sacerdote hebreu e o levita passaram por seu compatriota que caíra em desgraça. Já o samaritano, sem pensar quem estava lá deitado — se era um dos seus ou uma pessoa estranha, socorreu o infeliz, salvando-lhe a vida. A bondade do samaritano manifestou-se também pelo fato do mesmo não se limitar em prestar os primeiros socorros, mas tentar garantir o destino do pobre infeliz, tomando para si as despesas e as preocupações no que dizia respeito à sua recuperação.

Com o exemplo do bom samaritano, Cristo ensina-nos como devemos amar o nosso próximo através de obras, sem limitarmo-nos a desejar bons votos e expressar simpatia. Aquele que simplesmente permanece em casa, fantasiando enormes auxílios filantrópicos, não ama seu próximo de maneira autêntica, e sim aquele que não poupa seu tempo, suas forças e recursos para ajudar as pessoas por meio de obras de caridade. Para ajudar o próximo não é necessário compor todo um programa de ajuda humanitária: grandes planos nem sempre se concretizam. A própria vida dá-nos a oportunidade de manifestar diariamente o nosso amor ao próximo, em atitudes como: visitar uma pessoa doente, consolar alguém que esteja triste, ajudar uma pessoa incapacitada a ir no médico ou a fazer alguma tarefa burocrática, doar dinheiro para os pobres, atuar em alguma obra beneficente, dar um bom conselho, evitar discussões, etc. Várias destas tarefas parecem insignificantes, mas durante a vida elas se acumulam, perfazendo um depósito espiritual. 

As boas obras são uma espécie de reserva regular de pequenas somas para uma poupança. Conforme nos diz Jesus, no céu elas são um tesouro que não pode ser devorado por traças, nem roubado por ladrões.

Deus, com sua onisciência permite que os homens vivam em variadas condições materiais: alguns — em grande abundância, e outros — em necessidade e até passando fome. Não é raro o homem adquirir sua condição material com trabalho árduo, persistência e capacidade. Entretanto, não se pode negar que, muitas vezes, a posição social e material do indivíduo também pode ser determinada por fatores benéficos externos, independentes à ele. Contrariamente, em condições desfavoráveis, até a pessoa mais capaz e trabalhadora pode ser condenada a viver na pobreza, ao passo que um preguiçoso incapaz poderá deliciar-se com as dádivas da vida, pois o destino lhe fora generoso. Esta situação pode parecer deveras injusta, mas só se analisarmos nossa vida exclusivamente em termos da existência terrena. Podemos chegar à uma conclusão totalmente diferente se observarmos isto na perspectiva de nossa vida futura.


PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPASSIVO

Esta parábola foi contada pelo Salvador em resposta à uma pergunta de Pedro, sobre quantas vezes se deve perdoar a um irmão. O Apóstolo Pedro pensava que seria suficiente perdoar por até sete vezes. Em resposta a isto Jesus disse que deve-se perdoar até "setenta vezes sete vezes", ou seja, deve-se perdoar sempre, infinitamente. Para elucidar esta questão, Cristo contou a seguinte parábola:

"Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; e, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas." (Mateus 18.23-35).

Nesta parábola Deus é condicionalmente comparado ao rei, ao qual seus servos deviam conhecidas somas em dinheiro. O ser humano é um eterno devedor diante de Deus, não somente devido aos seus pecados, mas também pela ausência de boas obras, as quais poderia ter feito, mas não as fizera. Estas obras de amor não realizadas também são dívidas do homem. Assim, na oração pedimos: "perdoai nossas dívidas (ofensas)," e não somente nossos pecados! Ao final de nossa vida, quando deveremos prestar contas da nossa vida diante de Deus, verificaremos que todos somos eternos devedores. A parábola do credor incompassivo diz que podemos contar com a misericórdia de Deus somente com a condição de termos perdoado de todo o coração a quem nos tem ofendido. Portanto, devemos nos lembrar diariamente: Perdoai as nossas ofensas (dívidas) assim como perdoamos a quem nos tem ofendido.

De acordo com esta parábola, as ofensas dos próximos, se comparadas à nossa dívida perante Deus, são tão insignificantes quanto algumas moedas comparadas a um capital milionário. Devemos ressaltar que o sentimento de estar ofendido é muito individual. 

Possivelmente, uma pessoa praticamente não dará importância à certa palavra ou ato imprudente, enquanto uma outra pessoa, com a mesma palavra ou ato, poderá sofrer por toda as vida. Do ponto de vista espiritual, o sentimento de ofensa é gerado a partir do amor próprio ferido e do orgulho dissimulado. Quanto mais a pessoa tiver amor próprio e for orgulhosa, maior será seu grau de ressentimento. O sentimento de ofensa, se não for imediatamente combatido, pode, com o tempo, passar ao rancor. O rancor é a ferrugem da alma, o verme da razão, a infâmia da oração, a alienação do amor, um pecado incessante. 

É difícil lutar contra o espírito rancoroso. A lembrança dos sofrimentos de Cristo cura o rancor, fortemente infamado por sua bondade. Quando, após algum feito, sentires dificuldade em extrair os espinhos, reconheça e reprima-se em suas palavras diante daquele que tens rancor, para envergonhar-te da prolongada hipocrisia, tornando-se capaz de amá-lo absolutamente.

É muito importante pois, a oração para aqueles que nos tem ofendido, ajuda-nos a superar os sentimentos ruins que temos para com eles. Se pudéssemos ver a enorme quantidade de dívidas, das quais deveremos prestar contas a Deus, tentaríamos perdoar com alegria e rapidez a todos os nossos inimigos, até os mais sanguinários, para com isso obter a misericórdia de Deus. Infelizmente, esta consciência da pecaminosidade e da culpa diante de Deus não chega a nós por si mesma, mas exige uma prova rígida e contínua da consciência à luz do ensinamento evangélico. Aquele que se obriga a perdoar o próximo, como recompensa a este esforço, recebe o dom do autêntico amor cristão, que era chamado de rainha das virtudes por nossos santos pais. As parábolas sobre as obras de amor são apresentadas no capítulo a seguir.


PARÁBOLA DOS MEMBROS QUE ESCANDALIZAM

"Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno." (Mateus 5.29,30).

Quando Jesus nos aconselhou a arrancar o olho ou a mão que nos escandalizasse, falava em sentido figurado. Não se referia propriamente aos órgãos de visão e tato, porque uma pessoa cega, mutilada, pode sentir luxúria. Mas advertiu que se esta fosse a única escolha para não pecar, seria melhor entrar no céu com apenas um dos olhos ou uma das mãos do que ir para o inferno com o corpo inteiro.

Às vezes, toleramos em nossa vida determinados pecados, mas a Palavra nos ensina que, se não forem reprimidos, certamente trarão nossa destruição. É melhor experimentar a dor da remoção de um hábito ruim ou da perda de algo que entesouramos ou estimamos do que permitir que o pecado traga juízo e condenação.


PARÁBOLA DA LUZ DO MUNDO

"Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça." (Lucas 14.34-35).

Se perdermos nosso sabor, isto é, se não formos separados, a consequência será o que está neste versículo; seremos lançados fora. A “terra” representa o reino. Não é adequado colocar no reino um cristão que perdeu o sabor. O “monturo” (monte de esterco) é um lugar sujo e impuro; ele representa o lago de fogo. Tampouco é adequado colocar um cristão que perdeu o sabor no lago de fogo, porque ele já está salvo. “Lançam-no fora”. Uma vez que não é adequado para o reino nem para o lago de fogo, ele é lançado fora, isto é, lançado para fora da glória do reino. “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Isso é uma advertência. 

Tudo que nos separa de Cristo também faz com que percamos o sabor. Preservar o sabor é ter força; perder o sabor é perder a força. Isso é algo muito sério! Não devemos amar o mundo; devemos amar totalmente o Senhor. De outra maneira, o reino não terá nada que ver conosco. Não se trata do quanto fizemos. Em vez disso, será que tudo que é nosso está no altar?

Jesus usava elementos da vida cotidiana de seus seguidores, para exemplificar como eles deveriam exercer uma pacífica e bondosa influência na sociedade humana.
Frequentemente, o conhecido sal proveniente do mar morto, devido a sua alta mistura com impurezas do solo, fazia com este ficasse sem condições de servir como o suave tempero que dava sabor aos alimentos.

Quando este sal ficava insípido, era logo descartado e jogado nas estradas para ser pisado, pois servia como uma espécie de pavimentação da época bíblica.
Afinal, a função do sal não é aparecer por si só, antes o sal se doa, e realça, faz aparecer o sabor dos outros alimentos. Se não houver este tempero, logo se percebe a sua falta.

A Luz do Mundo

Igualmente a luz não tem uma finalidade em si mesma, mas é necessária para que se possa ver o mundo e os objetos ao redor. Porque a função da luz é clarear e revelar o caminho com segurança a trilhar. Mas a luz que ofusca os olhos, perde seu valor.


PARÁBOLA DO SAL DA TERRA

"Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça." (Lucas 14.34-35).

Se perdermos nosso sabor, isto é, se não formos separados, a consequência será o que está neste versículo; seremos lançados fora. A “terra” representa o reino. Não é adequado colocar no reino um cristão que perdeu o sabor. O “monturo” (monte de esterco) é um lugar sujo e impuro; ele representa o lago de fogo. Tampouco é adequado colocar um cristão que perdeu o sabor no lago de fogo, porque ele já está salvo. “Lançam-no fora”. Uma vez que não é adequado para o reino nem para o lago de fogo, ele é lançado fora, isto é, lançado para fora da glória do reino. “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Isso é uma advertência. 

Tudo que nos separa de Cristo também faz com que percamos o sabor. Preservar o sabor é ter força; perder o sabor é perder a força. Isso é algo muito sério! Não devemos amar o mundo; devemos amar totalmente o Senhor. De outra maneira, o reino não terá nada que ver conosco. Não se trata do quanto fizemos. Em vez disso, será que tudo que é nosso está no altar?

Jesus usava elementos da vida cotidiana de seus seguidores, para exemplificar como eles deveriam exercer uma pacífica e bondosa influência na sociedade humana.
Frequentemente, o conhecido sal proveniente do mar morto, devido a sua alta mistura com impurezas do solo, fazia com este ficasse sem condições de servir como o suave tempero que dava sabor aos alimentos.

Quando este sal ficava insípido, era logo descartado e jogado nas estradas para ser pisado, pois servia como uma espécie de pavimentação da época bíblica.
Afinal, a função do sal não é aparecer por si só, antes o sal se doa, e realça, faz aparecer o sabor dos outros alimentos. Se não houver este tempero, logo se percebe a sua falta.

A Luz do Mundo

Igualmente a luz não tem uma finalidade em si mesma, mas é necessária para que se possa ver o mundo e os objetos ao redor. Porque a função da luz é clarear e revelar o caminho com segurança a trilhar. Mas a luz que ofusca os olhos, perde seu valor.

Jesus ao que tudo indica, inspirou o seu discurso na cidade de Safede, localizada no norte de Israel, que ficava cerca de 900 metros acima do nível do mar, nas montanhas da alta Galiléia. À noite, mesmo de longe, se podia ver a sua suave luz, produzida por fontes rudimentares de iluminação, como lamparinas e tochas.

"Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte." (Mateus 5.14).

Quem são o sal da terra e a luz do mundo?

Frequentemente, a religião ensina que ser o sal da terra ou a luz do mundo, está relacionado com a aparência exterior do corpo, em querer parecer especial. Desde o tempo antes de Jesus, os fariseus tinham esta mesmíssima interpretação.

Eles, os fariseus, procuravam em sua errônea interpretação das Escrituras, se diferenciar dos demais homens, pela forma como se vestiam, pelo modo de saudação que usavam, por orações longas em público, pela prática minuciosa de rituais e elementos prescritos pela tradição dos rabinos, mas nunca pela transformação do coração e na abundância do amor ao próximo.

Não compreenderam que a luz dos verdadeiros discípulos, não vinha deles mesmos, mas era uma reflexão da luz do Pai.

A influência que Jesus se refere, não pode ser odiosa, cheia de preconceitos com aqueles quem costumamos chamar depreciativamente de "ímpios". A nossa influência deve ser pautada nas boas obras, na ajuda a sociedade, no apoio e consolo dos necessitados.

"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." (Mateus 5.16).

Os fariseus tinham toda aquela aparência de santidade, roupas diferenciadas, posição social elevada, diplomas, doutorados, entretanto, se questionados firmemente, logo reagiam desembestadamente, exibindo arrogância e violência particulares.

Ao passo que Jesus, sempre deu exemplo de humildade e mansidão.

"E aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas." (Mateus 11.29).

Ser sal da terra e luz do mundo, se traduz no modo como tratamos o próximo. É na obediência e respeito aos nossos patrões, é não chegar atrasado no trabalho, sem justificativa.

Ser sal da terra e luz do mundo está na forma de falar com a esposa, no carinho com os filhos, no respeito ao professor, em não ultrapassar o sinal vermelho no trânsito.

Em fim, são muitas as particularidades da vida diária que mostram se somos realmente da luz ou se estamos vivendo apenas de aparência. Não adianta dizer que é "cristão" e não entender que a fé se manifesta nas boas obras.