"E, ouvindo eles estas coisas, ele prosseguiu,
e contou uma parábola; porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo
se havia de manifestar o reino de Deus. Disse pois: Certo homem nobre partiu
para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois. E,
chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu
venha. Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores,
dizendo: Não queremos que este reine sobre nós. E aconteceu que, voltando ele,
depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos, a quem
tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando. E
veio o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. E ele lhe disse:
Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás
autoridade. E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. E
a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades. E veio outro, dizendo:
Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço; porque tive medo de ti,
que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste.
Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou
homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei; por que não
puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os
juros? E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem
dez minas. (E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas.) Pois eu vos digo
que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem
lhe será tirado. E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu
reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim." (Lucas
19.11-27).
O cenário aqui
se dá quando Jesus deixa Jericó, onde dois extraordinários milagres ocorreram:
a cura do cego e sua declaração — Filho de Davi, e a salvação do oficial
romano, Zaqueu — também este é Filho de Abraão. A caminho de Jerusalém,
cortando o Vale de Cedrom, quando Jesus explicita o que haveria de ocorrer
imediatamente à sua retirada da terra, o início da Grande Tribulação (Daniel
9.26; Mateus 24.21). Nessa época, por existir um limitadíssimo tempo para que
os planos de Deus fossem executados, as duas parábolas, das dez minas e dos talentos,
foram um urgente apelo para que todos nós pudéssemos estar imbuídos e
determinados na pregação do evangelho da graça, e eles, na proclamação do evangelho
do reino; resgatando aqui, ou acolá, o maior número possível de almas, quer
gentílica ou judia. O homem nobre, da parábola das dez minas é o próprio nosso
Senhor Jesus Cristo. A rejeição da nação em recebê-lo como Messias e Rei, o fez
ir ao Pai para, entre outras razões, receber dele a ratificação de posse do reino
messiânico. A posse do reino pelo seu Messias, assim como a extensão do evangelho
da graça e a inversão de prioridades dos dois reinos, foram aprovadas pelo Pai.
Os servos, por sua vez, são todos os envolvidos na proclamação do evangelho
do reino durante a grande tribulação. A urgência e a prioridade para esta
proclamação serão imensas, enquanto o tempo será exíguo, ao extremo que a
negligência do servo em proclamar as virtudes do Evangelho, será punida nas
trevas exteriores. Obviamente, é bom sempre lembrar que, a atitude indiferente
e omissa daquele servo possuidor de uma só mina, somou ao estigma
revolucionário e rebelde dos que não aceitaram que o Messias reinassem sobre
eles — Israel
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