"Bom
é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a
terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir,
ouça." (Lucas 14.34-35).
Se perdermos nosso sabor, isto é, se não
formos separados, a consequência será o que está neste versículo; seremos
lançados fora. A “terra” representa o reino. Não é adequado colocar no reino um
cristão que perdeu o sabor. O “monturo” (monte de esterco) é um lugar sujo e
impuro; ele representa o lago de fogo. Tampouco é adequado colocar um cristão
que perdeu o sabor no lago de fogo, porque ele já está salvo. “Lançam-no fora”.
Uma vez que não é adequado para o reino nem para o lago de fogo, ele é lançado
fora, isto é, lançado para fora da glória do reino. “Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça”. Isso é uma advertência.
Tudo que nos separa de Cristo também faz
com que percamos o sabor. Preservar o sabor é ter força; perder o sabor é
perder a força. Isso é algo muito sério! Não devemos amar o mundo; devemos amar
totalmente o Senhor. De outra maneira, o reino não terá nada que ver conosco.
Não se trata do quanto fizemos. Em vez disso, será que tudo que é nosso está no
altar?
Jesus usava elementos da vida cotidiana
de seus seguidores, para exemplificar como eles deveriam exercer uma pacífica e
bondosa influência na sociedade humana.
Frequentemente, o conhecido sal
proveniente do mar morto, devido a sua alta mistura com impurezas do solo,
fazia com este ficasse sem condições de servir como o suave tempero que dava
sabor aos alimentos.
Quando este sal ficava insípido, era
logo descartado e jogado nas estradas para ser pisado, pois servia como uma
espécie de pavimentação da época bíblica.
Afinal, a função do sal não é aparecer
por si só, antes o sal se doa, e realça, faz aparecer o sabor dos outros
alimentos. Se não houver este tempero, logo se percebe a sua falta.
A
Luz do Mundo
Igualmente a luz não tem uma finalidade
em si mesma, mas é necessária para que se possa ver o mundo e os objetos ao
redor. Porque a função da luz é clarear e revelar o caminho com segurança a
trilhar. Mas a luz que ofusca os olhos, perde seu valor.
Jesus ao que tudo indica, inspirou o seu
discurso na cidade de Safede, localizada no norte de Israel, que ficava cerca
de 900 metros acima do nível do mar, nas montanhas da alta Galiléia. À noite,
mesmo de longe, se podia ver a sua suave luz, produzida por fontes rudimentares
de iluminação, como lamparinas e tochas.
"Vós sois a luz do mundo;
não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte." (Mateus 5.14).
Quem são o sal da terra e a luz do mundo?
Frequentemente, a religião ensina que
ser o sal da terra ou a luz do mundo, está relacionado com a aparência exterior
do corpo, em querer parecer especial. Desde o tempo antes de Jesus, os fariseus
tinham esta mesmíssima interpretação.
Eles, os fariseus, procuravam em sua
errônea interpretação das Escrituras, se diferenciar dos demais homens, pela
forma como se vestiam, pelo modo de saudação que usavam, por orações longas em
público, pela prática minuciosa de rituais e elementos prescritos pela tradição
dos rabinos, mas nunca pela transformação do coração e na abundância do amor ao
próximo.
Não compreenderam que a luz dos
verdadeiros discípulos, não vinha deles mesmos, mas era uma reflexão da luz do
Pai.
A influência que Jesus se refere, não
pode ser odiosa, cheia de preconceitos com aqueles quem costumamos chamar
depreciativamente de "ímpios". A nossa influência deve ser pautada
nas boas obras, na ajuda a sociedade, no apoio e consolo dos necessitados.
"Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." (Mateus 5.16).
Os fariseus tinham toda aquela aparência
de santidade, roupas diferenciadas, posição social elevada, diplomas,
doutorados, entretanto, se questionados firmemente, logo reagiam
desembestadamente, exibindo arrogância e violência particulares.
Ao passo que Jesus, sempre deu exemplo
de humildade e mansidão.
"E aprendei de
mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas
almas." (Mateus 11.29).
Ser sal da terra e luz do mundo, se
traduz no modo como tratamos o próximo. É na obediência e respeito aos nossos
patrões, é não chegar atrasado no trabalho, sem justificativa.
Ser sal da terra e luz do mundo está na
forma de falar com a esposa, no carinho com os filhos, no respeito ao
professor, em não ultrapassar o sinal vermelho no trânsito.
Em fim, são muitas as particularidades
da vida diária que mostram se somos realmente da luz ou se estamos vivendo
apenas de aparência. Não adianta dizer que é "cristão" e não entender
que a fé se manifesta nas boas obras.
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