Deus tem uma lógica que foge
completamente à lógica humana, tem pensamentos que nem de leve lembram os
nossos pensamentos e uma matemática absolutamente própria. Para Deus um mais um
pode ser dois, ou não, e isso porque a nossa mente finita não pode prescrutar a
mente infinita e toda poderosa do Senhor, portanto, não tente entender os
planos de Deus, você não vai conseguir.
Deus não é para ser entendido e nem deve
explicações para ninguém, Deus é para ser crido e adorado e Sua Soberana
vontade é para ser aceita como o melhor caminho entre o que desejamos e a
realização do desejo do nosso pequeno e mortal coração.
Jesus tentou explicar várias vezes como
funciona o Reino dos Céus aos Seus discípulos, mas somente depois que o
Espírito Santo foi derramado em seus corações é que as coisas
que Jesus ensinou
passaram a fazer sentido e da mesma forma acontece conosco, o Espírito Santo
nos convence e nos ensina. Observe que o primeiro sinal de que alguém ainda não
reconheceu Jesus como Salvador é contestar a Bíblia.
Para explicar melhor a que se compara o
Reino de Deus, Jesus contou uma parábola aos seus discípulos e disse que certo
pai de família saiu de madrugada de casa procurando trabalhadores para a sua
vinha, para sua plantação de uvas.
Ele contratou alguns trabalhadores e
ajustou com eles o pagamento de um dinheiro por dia e os homens foram trabalhar
na vinha do pai de família. Depois o cidadão saiu de casa perto da hora
terceira (9 da manhã), encontrou uns trabalhadores ociosos na praça e os convidou
para trabalharem em sua vinha, mas não fechou um valor pela jornada, só disse
que eles receberiam o justo e os homens toparam trabalhar para ele.
Perto da hora sexta (meio dia) e da hora
nona (15 horas), o pai de família tornou a contratar outros trabalhadores para
sua vinha, sob as mesmas condições dos anteriores. Perto da hora undécima (17
horas), o senhor da vinha tornou a sair de casa e encontrou outros
trabalhadores ociosos e lhes perguntou: “Por
que estais ociosos todo o dia?” (Mateus 20.6). Os trabalhadores disseram
que ninguém os assalariou e o homem resolveu contratá-los também, embora só
faltasse uma hora para encerrar a jornada do dia.
No fim do dia o senhor da vinha mandou seu mordomo chamar os trabalhadores para receberem pela jornada e começou a pagar o povo a partir dos últimos até os primeiros. O interessante é que ele pagou igual valor para todo mundo, desde os que trabalharam o dia todo, até os que trabalharam apenas uma hora, todo mundo recebeu um dinheiro.
Os trabalhadores que começaram a jornada
logo cedinho ficaram indignados com o senhor da vinha, como poderiam receber o
mesmo valor pago aos que chegaram perto do final do expediente? Eles receberam
o jornal (pagamento de um dia de trabalho), mas ficaram murmurando contra o
senhor da vinha, se consideravam prejudicados e disseram: “Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco,
que suportamos a fadiga e a calma do dia.” (Mateus 20.12). Parecia uma
reivindicação justa? Não se esqueça de que Jesus estava explicando a que se
assemelha o Reino de Deus.
Pois é. O senhor da vinha deu sua
explicação: “Amigo, não te faço agravo;
não ajustaste tu comigo um dinheiro? Toma o que é teu, e retira-te; eu quero
dar a este derradeiro tanto como a ti. Ou não me é lícito fazer o que quiser do
que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?” (Mateus 20.13-15).
A razão pela qual os primeiros
trabalhadores não receberam mais pela jornada, estava na indignação deles com a
bondade do senhor da vinha. O que foi ajustado entre eles foi cabalmente
cumprido e mesmo assim eles se consideraram prejudicados em seus direitos.
Os trabalhadores que chegaram perto da
hora undécima estavam gratos ao senhor da vinha, afinal, ninguém quis
contratá-los e o homem não fez caso da jornada perto de se encerrar, contratou
aqueles que haviam sido rejeitados por todos. A gratidão é uma tremenda
vitamina para a alma e para o corpo, além de mover o coração de Deus.
No reino dos Céus a verdade é absoluta,
Deus é justo juiz e somente Ele vê o coração de cada um, portanto o que Jesus
explicou é que ninguém deve olhar para os lados, que cada um de nós é único
diante de Deus e Ele recompensa seus servos na justa medida.
O senhor da vinha não pactuou nenhum
valor com os últimos trabalhadores, disse apenas que eles receberiam o justo e,
segundo seu juízo, os últimos mereciam receber o mesmo salário/dia dos
primeiros. Este critério foi exclusivamente do dono da vinha, assim como as
recompensas de Deus são de Sua exclusiva competência.
Jesus terminou a parábola dizendo: “Assim os derradeiros serão primeiros, e os
primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.”
(Mateus 20.16). Ponto final. A lição estava concluída. O julgamento de cada
servo de Deus é de Sua exclusiva competência e nós não podemos julgar quem
merece mais ou menos, porque não temos o conhecimento pleno das ações e
intenções de cada coração.
Deus não se baseia em nosso julgamento,
aliás, nem estamos autorizados a julgar quem quer que seja, porque nosso
julgamento sempre será falho e parcial, não podemos ver o coração e tem mais
uma coisa, Deus escolhe instrumentos impensáveis para realizar sua obra, assim
como ninguém escolheu aqueles últimos trabalhadores e o dono da vinha fez o
convite e pagou, Jesus chama muitos rejeitados pelos homens para seu reino, por
isso muitos primeiros serão os últimos.
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