"Porém,
ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. E à
hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está
preparado.
E
todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e
importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Comprei
cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado.
E outro disse: Casei, e portanto não posso ir. E, voltando aquele servo,
anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse
ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os
pobres, e aleijados, e mancos e cegos. E disse o servo: SENHOR, feito está como
mandaste; e ainda há lugar. E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e
valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha. Porque eu vos
digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha
ceia." (Lucas 14.16-24).
Era no inverno, antes de sua morte,
provavelmente na Judéia ou Peréia, e Jesus estava numa grande festa de Sabá, na
casa de um chefe fariseu não nomeado. Ele curou um homem que sofria de uma
debilitante doença do coração, desafiando qualquer um a objetar, mas os outros
hóspedes, pessoas eminentes, fariseus e advogados, observando Jesus com um
olhar crítico (Lucas 14:1), estavam evidente, singular e espantosamente
desinteressados.
E ele os observava, também, notando quem
estava lá (os convidados não foram pobres, nem necessitados) e como eles
porfiavam pelos mais proeminentes assentos. Seus valores eram destorcidos por
cobiça e egoísmo. Ele os advertiu que este tipo de autoexaltação conduziria a
um fim humilhante, enquanto um espírito humilde traria, no mínimo, honra (Lucas
14.8-11). E instou com eles que se movessem além de sua cultura egoísta de um
círculo apertado de parentes e vizinhos ricos e se procurassem distrair aqueles
que, em sua necessidade, eram impotentes para retribuir (Lucas 14.12-14).
O “certo homem” da parábola que
preparou uma grande festa é Deus. E a parábola nos relembra que a festa de amor
e alegria que Deus deseja que partilhemos com Ele estará em preparação há muito
tempo. É o “reino... preparado
desde a fundação do mundo” (Mateus
25.34) e agora, “na plenitude
do tempo” (Gálatas
4.4), Deus veio viver entre seu povo e nos convida para vir regozijar com Ele!
É a festa de todas as festas. Se você nunca esteve em outra ceia, esta é aquela
que você não pode perder.
Contudo, os que foram convidados
primeiro estão indiferentes! A parábola fala como, apesar de suas palavras, os
escribas e fariseus valorizavam pouco o reino de Deus. Ela também explica
porque Jesus era, muito frequentemente, encontrado entre pessoas muito
diferentes deles: pobres e desesperados necessitados.
O reino de Deus é um reino de graça.
Aqueles que sentem suas vidas plenas não terão lugar nem desejo pelo pão de
Deus. Em sua afetada autossatisfação, eles, por outro lado, receberão o convite
do céu com a alegria dos desesperados.
Uma resposta incrível
"E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o
primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por
escusado. E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los;
rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Casei, e portanto não posso
ir." (Lucas 14.18-20).
A resposta dos vizinhos e amigos deste
homem não é nem natural nem provável. As pessoas não rejeitam, no último
minuto, um jantar preparado com grande despesa por um homem rico e importante
para o prazer de seus amigos. Toda matéria de importância menor seria apagada
do calendário e nada, salvo um “ato de Deus”, poderia mantê-los longe. Isto é
exatamente como se tinham comportado aqueles convidados para a festa na qual
eles e Jesus estavam agora sentados. Os hóspedes apreciavam a honra que lhes
estava sendo feita e achavam os principais assentos como uma espécie de
distinção especial. Eles não tiveram dúvida em vir a tempo e completamente
preparados. É, portanto, inconcebível que quaisquer hóspedes assim convidados
se escusassem. Era uma situação absurda e foi para revelá-la como tal que Jesus
formulou esta parábola.
A situação na parábola correspondia
exatamente à situação da nação de Israel. Os israelitas, como os homens da
parábola, tinham sido avisados havia muito tempo, desde os profetas, da vinda
do reino de Deus e como aqueles homens estavam sendo avisados de sua imediata
aproximação pela pregação de João e de Jesus: “... está próximo o reino dos céus” (Mateus 3.2;
4.17). E, contudo, apesar de todo o seu suposto deleite naquele reino, quando o
reino do céu chegou perto, eles estavam totalmente desinteressados em
recebê-lo. De fato, como a situação presente demonstrou, eles poderiam
sentar-se juntamente com seu próprio Rei e não sabê-lo!
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