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PARÁBOLA DO VINHO NOVO

“E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: melhor é o velho.” (Lucas 5.37-39)

“Odres” refere-se a recipientes de couro, geralmente de pele de cabra, em que a parte grosseira ficava para o lado de dentro. Se os odres fossem velhos, o vinho novo, ao fermentar, poderia rasgar o couro, por causa da força da expansão dos gases. O antigo sistema religioso se caracterizava pela tristeza e pela humildade (e o jejum era uma justa lembrança ou símbolo dessa espécie de religião), e essa forma não deve ser confundida com a livre expressão da nova forma, para que não lhe sirva de obstáculo. A nova forma deve estar isenta de ritualismo e de outros elementos tendentes à depressão, e não a liberdade. Alguns pensam que Jesus simplesmente quis ensinar que os dois aspectos, o antigo e o novo, não devem ser confundidos. Jesus não era asceta como os fariseus ou os seguidores de João Batista, e não misturaria o asceticismo com a liberdade espiritual da revelação que trouxe.

O vinho novo é ativo, dotado de características fortes, expansivas, assim sendo, um odre velho, depois de usado e ressecado, por ser frágil, e quebradiço, não podia mais ser usado para guardar vinho novo, pois arrebentaria. Esses são símbolos instrutivos, que expressam as diferenças entre a nova doutrina de Cristo, e a antiga religião do Antigo Testamento. A nova é viva, expansiva, livre de cerimônias, a antiga era sobrecarregada de tradições e formalidades, sendo impossível expandir-se para conter a nova.

“E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: melhor é o velho.”

Assim sendo, o quadro é alguém acostumado a um certo vinho, ao qual reputa bom, e que se recusa ao menos a experimentar outro, diferente, tachando-o de novo. É como se dissesse: “O vinho velho é bom, para que experimentar outro?”. Assim sucede àqueles que negligenciam as grandes bênçãos que nos foram trazidas por Cristo.

Jesus foi enfático; a antiga religião judaica não poderia conter as maravilhas que Ele trouxe, entretanto muitas igrejas (lideres religiosos) não entenderam os ensinamentos de Cristo, consequentemente continuam oprimindo o povo, e colocando um jugo pesado que Jesus veio para tirar. Vejam:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11.28-30).

O vinho velho é a doutrina de Moisés, o vinho novo é a doutrina de Cristo.

“Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.” (Atos 6.14).

“Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?” (Gálatas 4.16).



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